PROCURO
O MEU JUSTO SUICÍDIO
Procuro
o meu justo suicídio
sem
culpas nem escusas junto à cruz
vaidades
ou a presunção do martírio
se
não há luz que traga luz aos olhos
como
aos olhos o que neles foi e já não seduz?
Morre
tudo quanto morre, resta nada
estátua
esconsa caída no esquecimento
fatal
como toda e qualquer porta fechada
onde
as mãos são inúteis e corruptas
resta-nos
assim aceitar o adormecimento.
Escassas
flores das flores havidas outrora
azuis
dos céus que nos azuis foram portos
quando
os rios eram sem mais demora
que
frio é o aço nas veias mil vezes ofendidas
teus
lábios nos meus lábios, ei-los mortos.
Procuro
o meu justo suicídio
brincam
crianças na sua macia infância
mau
é o homem que pratica homicídio
descansa
amada, eu só irei deste
para
esse outro lugar, onde não há distância.
Jorge
Humberto
08/03/2013