terça-feira, 15 de junho de 2010
NUM CÉU DE BORRASCA
Num céu cinzento de borrasca
a chuva cai sem cessar,
por toda a aldeia.
As folhas estão carregadas
por causa da absorção da água
e os ramos desenham figuras
molhadas.
O nível do rio subiu e galgou suas
margens, deixando
a orla lamacenta e poluída.
Os carros circulam de luzes
acesas e em passo
desacelerado,
não vá a má sorte bater-lhes à porta.
As pessoas correm a
abrigar-se das águas que caem
imperiosamente e sem sossego.
Ainda assim os pássaros
cantam nas copas
das árvores
verdes escuras.
Uma leve brisa torna-se vento
imune às chuvas
molhando o granito das casas.
E as cores tomam uma tonalidade
parda
com as nuvens ameaçando
trovoada.
Acerco-me da janela para
observar
e retiro-me para escrever.
Chove sem parar.
Jorge Humberto
08/06/10
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