quarta-feira, 23 de março de 2011
DOCES AROMAS DE UM BEIJO
Doces aromas soltam-se de teu colo,
embriagando-me
de realidades e de amores-perfeitos,
na volúpia da tarde adamada,
com cheiros a terra molhada,
e folhas invertidas pelo toque suave
da brisa, pousando suas mãos
nas árvores cristalinas, pelo contacto
co o sol, que no céu reluz dormente.
E no teu ventre femíneo, tuas mãos,
em cruz, tementes,
arrepanham a roupa (amarfanhados
tecidos, de puro carmim),
enquanto espreitas o jardim,
que, lá em baixo, cresce, amadurece,
num silêncio denunciador,
do meu deslocar até ti, puxando-te
para mim, até ao meu secreto beijo.
Desfaleces nessa timidez que faz co
que me esperes
toda a noite à janela, esperando-me
das minhas loucuras,
das minhas ternuras,
sempre fiel ao nosso amor, sem par,
que qual água de um rio,
nos banha ao anoitecer, quando eu
volto para casa, para o teu aconchego.
Jorge Humberto
21/03/11
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