sexta-feira, 18 de março de 2011
SE TE PEÇO, AMOR
Se te peço que me olhes, dás-me as estrelas,
para que eu possa vê-las;
e eu subo ao imenso céu, mãos dadas contigo,
e nunca me sinto sozinho.
Se te peço que me sorrias, dás-me intenso sol,
e na lapela um girassol;
e eu busco nos jardins, levando a tua sombra,
os rastros de uma pomba.
Pomba da paz, se te peço, és tu quem me dás,
cabelo ao ar, comigo atrás;
revisitando estradas, granjeando longe o mar,
para que te o possa dar.
Se te peço carinho, então tu dás-me o teu colo,
aí onde um beijo meu rebolo;
e eu feliz, procuro, em afã, teu corpo feminino,
para te dar o meu, de menino.
Se um segredo me contas, eternizo-o em mim,
e – sabes – só te o direi a ti;
e quando um silêncio cavernoso te fizer chorar,
eu hei-de (contigo) lá estar.
Se te peço um abraço forte, ainda que a soluçar,
no peito se dará, o que é de dar;
e limpando tuas lágrimas, acariciarei o teu rosto,
melífluo correndo como mosto.
E, assim, pedidos feitos e concretizados, ao fim
e ao cabo, estarás junto de mim;
e eu saio por momentos, entregue à lembrança,
que és tu, toda a minha esperança.
Jorge Humberto
18/03/11
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Olá, grande Humberto:
ResponderExcluirNão posso deixar de admirar a sua produção rica e abundante.Lembra-me os tempos de infância: depois de se plantar o feijão, dias depois, sempre ao amanhecer, estava tudo nascendo, um milagre de Deus. Assim é sua produção literária; afasto-me por alguns dias e quando volto...