quinta-feira, 18 de agosto de 2011
CORPOS EM DESEJO
Emerso, ao teu desejo mais puro,
entrego-me ao teu almejo,
e deixo-me guiar pela vontade
premente, de uma lasciva paixão.
A manhã tem janelas e bambinelas,
espreitando o nosso amor,
como brisa suave que se oculta,
para que os amantes se encontrem.
Chilreios de pássaros, anunciam o dia,
nas pálpebras de nossos olhos,
que a meio à escuridão, dos estores
caídos, se procuram em pura emoção.
Há um silêncio respeitoso, na casa
grande, e entre carícias mútuas,
descobrimos o segredo, de nossos rostos,
tacteados por mãos ávidas e carinhosas.
Por entre beijos, que nos denunciam,
somos como o mar, enrolando
na areia, num vai e vem persistente,
de um libidinoso fogo, que nos queima.
Roupas jogadas ao acaso pelo chão,
são demonstrações, de nossa entrega,
por entre fluxos e refluxos,
de peles que se confundem, uma na outra.
E saciados e completamente felizes,
trocamos promessas, no auge de um secreto
ânimo, em que a cumplicidade
nos cumpriu e fez-nos objecto de nosso amor.
Jorge Humberto
15/08/11
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