sexta-feira, 29 de outubro de 2010
VIÇO PERDIDO
Tudo se desvaneceu, tudo isto
é triste, o verbo amor silenciou-se,
nas poucas palavras, que ainda
teimam em ser proferidas.
Respeitamos o bem-querer de cada
um, enquanto o surdo silêncio se
instala nas janelas fechadas, para a
vida, de nossos dias, desfalecendo.
E eu que contigo sonho, vejo meus
sonhos sendo adulterados e mal
precavidos, não há palavras como que
amanhecidas, na corola das flores.
Longe vão os dias, de encanto e
procura, em que nos denunciávamos,
no momento aguardado com alegria
e tudo em que tocávamos virava oiro.
Construímos jardins, de nardos, avencas,
sândalos, orquídeas e jasmim, com as
nossas pequenas mão, repletas de afecto
e ternura, hoje jazem flores, a nossos pés.
O que nós fizemos? Porventura nada é
tão gravoso, que não se possa renunciar
a egos e pontos de vista, diferenciados,
para retomar o amor envelhecido pela aurora.
Ele só espera um sinal nosso, para voltar
a florir dentro de nossos peitos,
vamos, avante, agigantando este amor,
que tem tudo para vencer eternamente.
Jorge Humberto
23/10/10
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