quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
A MORTE É O FIM DE TUDO
Nascemos, morremos e depois nada.
Há quem julgue sua vida reencarnada,
Por um dá cá aquela coisa, hábitos
De séculos, que nos torna estrábicos.
A morte tira e não devolve, é inteiriça.
E se acaso fogo ou enxofre nos atiça,
Nos últimos suspiros, é para que não
Esqueçamos que a vida é uma suposição.
Nada nos salva aqui, em chegando
A hora, e, até mesmo prevaricando,
Todos são iguais em chegando a hora,
E a morte acenando, nunca demora.
A morte é definitiva, não somos nem luz
Nem reencarnação, e se isto bem seduz,
É porque eles não sabem nem pensam,
Que a vida é um estado em que adensam
A curiosidade e o misticismo romanesco,
Proliferando a fantasia e o incesto,
Fazendo de nós bonecos de lama,
E nem temos direito à nossa própria cama.
Jesus disse: ergue-te e caminha! como,
Se a morte já foi certeza; não há tomo
Que valha, para justificar tal disparate,
Mais parecendo revista de escaparate.
Jorge Humberto
19/08/07
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