domingo, 25 de julho de 2010
AMIGO ESSE SER EM EXTINÇÃO
Ter um amigo é um acto de responsabilidade a que nem todos estão aptos a
suportar, por falta de tempo ou de interesse.
Cada vez é mais difícil encontrar amigos a sério que se comprometam com os
outros, é mesmo restrito a componente de dois amigos que se entendam e
compreendam e aceitem o seu amigo como ele é, com suas coisa boas e menos
boas, sabendo de antemão que ninguém é perfeito e que o ser humano é passível
ao erro, por mais que tentem crescer e aprender a julgar-se e a agradar ao
seu amigo.
Não falando de amigos mas de vizinhos, estes comportam-se como anti sociais e
avessos a serem nos outros o que eles gostam que sejam para eles. Não há mais
o simples “bom-dia” ou o “cumprimento de mão”, ou sequer um “olá, como
está?”…. Vandalizaram a palavra amizade e não raras as vezes é a falta de bom
senso que comanda o dia-a-dia dessas pessoas, arranjando zaragatas por tudo e
por nada e por conseguinte o deixarem-se de falar mutuamente e em definitivo.
Se já era difícil o relacionamento este tornou-se insuportável, pois as
pessoas vivem para caírem nas boas posses dos outros, os ricos ou os que têm
mais que eles, e engalfinham-se até conseguir mostrar que também possuem os
requisitos necessários a entrar na
média, alta sociedade. Não importa que passem fome em casa, que andem sempre
com a mesma roupa o que interessa é ter um carro e ir passar férias aos
lugares mais dispendiosos. No reverso da medalha está viver a vida ao
desbarato
e sem bom gosto nenhum, que os compare àqueles que eles tanto anseiam. A mim
parecem-me palhaços sem graça nenhuma, com todo o respeito pela linda arte de
ser palhaço, esses que riem chorando e de uma grande entrega total, humildade
e altruísmo. Os amigos de hoje em dia são os chamados amigos da onça que
choram lágrimas de crocodilo ao degustar esse preceito tão bonito que dá pelo
nome de amizade. Há determinadas causas que fazem com que os amigos sejam uma
raça em extinção, e nelas se conta o pouco empreendimento para cimentar essas
boas relações. Tudo isto é subjectivo e é uma opinião própria mas
contam-se pelos dedos de uma mão os verdadeiros companheiros. Aqueles que
despem a sua camisa para dar ao amigo num alto grau de significação. Vão-se
os dedos ficam os anéis, de pechisbeque diga-se, pois não têm dinheiro para
se compararem aos seus ídolos, falo dos novos-ricos.
E é por isto que se perdem os amigos? Mal aventurados sejam e que lhes seja
negada a máscara da falsidade e do egoísmo e cobiçoso desempenho, dos que
tentam a todo custo parecer-se com o que nunca virão a ser.
Lembro-me ainda muito bem de ir de férias com os meus amigos e os amigos dos
meus pais, a felicidade que era, por um ter carro que nos levasse até onde
chegasse o sempre parco dinheiro. E divertíamo-nos e gozávamos e um sorriso
sempre se desprendia dos lábios, tal o bom entendimento e a sensação
inimitável que é ter amigos. Cresçam e aprendam criaturas cobiçosas!
19/07/10
Jorge Humberto
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