terça-feira, 27 de julho de 2010
NO ACTO DE ESCREVER
Eu não sei se escrevo o que penso se penso o que escrevo.
Tenho consciência que escrevo o que me dita a alma e que
escrevo para os outros, como forma de lazer ou de pura
reflexão. Acho que escrever é exercitar o nosso pensamento
assim como é uma divida que eu tenho para com os leitores.
Se alcanço o que me proponho não sei mas apraz-me que
haja quem me leia e comente minha obra com toda a seriedade.
Em tudo o que faço ponho o máximo de mim sem me escusar
a qualquer esforço nem esperar nada em troca que não seja
a humildade de meus leitores e a dignidade de meus críticos.
Sou feito de intuição e observação, e sempre procuro a
perfeição para os meus escritos. Sei que é algo impossível mas
não consigo fugir a esse enlace, que me domina contextualmente.
Escrever para mim é uma responsabilidade a que nunca fujo e
sinto orgulho por dizer que nunca deixo nada ao acaso nem faço
descaso daquilo que escrevo pois respeito muito quem me lê.
Como qualquer escritor e poeta sou um pouco de sozinho não
de solidão embora às vezes seja apanhado no meio de um
turbilhão de sentidos que me perdem por momentos e me
duvidam enquanto ser consciente de muitos. Sou introspectivo
e razoavelmente razoável, mas não faço da razão meu senhor.
Sonhador o quanto baste acredito no bom senso do ser humano
e dou-lhe a margem de dúvida suficiente para poder errar, o que
não suporto é as pessoas incorrerem no erro sistematicamente
por omissão ou desprendimento de suas responsabilidades.
Multifacetado escrevo de tudo um pouco, mas a poesia livre
cativa-me acima do restante. Quando escrevo tento encontrar-me
e encontrar o cimentar de uma base que me faça entender
perante os demais que como eu apreciam a cultura da escrita.
Não escreve quem quer escreve quem tem intuição e é socialmente
preocupado com as coisas que precisam ser esclarecidas na posse
de todas as suas faculdades inerentes ao bom entendimento.
Assumo o acto de escrever como um trabalho digno de se realizar
e de ser socialmente aceite como ferramenta para atingir diversos
fins. A escrita é abrangente e percorre muitos caminhos até chegar
aos seus leitores, que procuram na leitura uma forma de se
sentirem esclarecidos e devidamente avisados, quando a preocupação
é sócio cultural ou de puro ócio. É um prazer que se constrói intimamente
mas sempre ligado a quem futuramente lê o que se acabou de escrever.
Escrever é um acto de crescimento para o seu autor e é uma forma
de valorizar a vida. Não sei porque escrevo mas sei porque devo escrever:
acto contínuo de minha responsabilidade perante os menos esclarecidos.
Jorge Humberto
14/07/10
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