terça-feira, 12 de julho de 2011
CANTO À BRISA
Bate leve, levemente nos cortinados,
uma suave brisa, tecendo bordados
nas cortinas ao léu, bailando na janela,
como flâmulas, esvoaçando com ela.
Nas árvores se deita e às flores o clamor,
agitando suas pétalas em breve fervor,
mostrando de ambas o seu inverso,
como num lindo poema, todo em verso.
Brisa esta que vem desde lá do rio,
e os barcos ancorados, como num calafrio,
dão-se à ligeireza do parco movimento,
que os leva pelas águas adentro.
Mariposas coloridas, dançam na brisa,
encetando pequeno esforço, indo de divisa
em divisa, até alcançarem o infinito,
em suas asas de seda, sem grande atrito.
Da minha janela, pró fora, dou-me à distinta,
cabelos ao ar, pela aragem constrita,
e meus olhos, que são dados ao horizonte,
lacrimejam, no cimo daquele monte.
Passeiam-se pessoas, ao vento brando,
da brisa presente vão-se namorando,
os noivos e apaixonados, dando as mãos,
com gestos requintados de cortesãos.
Bate leve, levemente a brisa aos amores,
e nos jardins engalanados de belas flores,
vou com elas, até à minha amada,
que me espera de nardos enfeitada.
Jorge Humberto
10/07/11
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