domingo, 3 de julho de 2011
MANHÃ DISSOLVENTE
Nesta manhã dissolvente,
o sol brilha alto no céu,
e eu fico todo contente,
com tudo o que é de meu.
Nuvens no todo dispersas,
formam figuras decorativas,
e as folhas das árvores inversas,
são ao nosso olhar apelativas.
Cantam as aves a bom cantar,
músicas que são só minhas,
e eu fico-me a enamorar,
as flores garridas das vinhas.
O rio corre tão suavemente,
que dá a ideia de estar parado,
e o barco na parca corrente,
parece que é doutrinado.
Pelas sábias mãos do pescador,
lá vai ele até à sua douta foz,
não mostra cansaço nem dor,
é de todos e é também de nós.
E eu limito-me a absorver tudo,
os jardins, as aves e o rio,
e aqui me encontro mudo,
como se preso por um fio.
Da minha janela para o fora,
há todo um mundo de belezas,
quem dera fosse aqui e agora,
todas as minhas certezas.
Jorge Humberto
28/06/11
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