domingo, 3 de julho de 2011
MULHER FEITICEIRA
És tão triste, como tudo que me entristece.
Vens de púrpura vestida, pelo teu caminho.
E danças à noite, teu ser que me enternece,
num círculo de fogo, com flores de azevinho.
Qual deusa, afastas os medos com um sacudir
de ombros, junto à praia, de nossos desejos.
Femíneo corpo, que as ondas verdes fazem carpir,
quando à água vais deixar teus nobres almejos.
Hierática senhora, de meus anelos mais secretos,
Dionísio desceu até ti. E tu, em plena exaltação,
entras em êxtase, apelando aos artifícios certos,
em mil arrebatadas danças, plenas de emoção.
E quando o cansaço vem e te sentes realizada,
o que era tristeza cai no olvido de teus passos.
Mulher feiticeira, por todos nós sempre amada,
hoje és alegria, engalanada de colares e de laços.
Jorge Humberto
29/06/11
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