sexta-feira, 30 de setembro de 2011
NÃO TENHO SAUDADES DE TER SAUDADES
Ah, saudades, só do presente e do que
tenho, porque o que já foi
meu, não é mais saudade, mas
uma realidade, que foi vivida, a seu tempo.
Por isso vivo no agora, festejando a vida e
a natureza, onde os meus olhos
se perdem, entre o céu e a terra e o mar,
no seu fluxo e refluxo, das marés.
Não tenho saudades de ter saudades,
pois a cada dia, que passando
vai, a saudade é somente o que tenho a haver,
por minha vontade indómita, sem qualquer
algoz ou correntes, nos pulsos, que me
façam regredir no tempo – esse impostor;
porque quem vive do passado, passa
a vida a olhar para trás, com pena de si mesmo.
E em águas mansas, corre o rio, de meu viver,
procurando a foz, seu intuito.
E da linha do horizonte (janela aberta),
nasce-me a emoção, de mil sóis despertos.
E no rebrilhado, que deles emana, jardins
se engalanam, das mais lindas
flores, que no presente, eu vou colher,
com a alegria, de já ter havido, qualquer coisa.
Jorge Humberto
29/09/11
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