sábado, 24 de setembro de 2011
INTERPRETANDO O OUTONO
O Outono virá em seus tons amarelos
e castanhos, atapetando os jardins e
as calçadas e estradas, de matizes
rubros, pintando quadros esplêndidos.
Nos ditos jardins, as flores perderão
todo o seu viço, e dar-se-á a desfloração,
jazendo no chão o choro das pétalas,
misturando-se com a terra, a elas infértil.
Sombras se desprenderão das paredes,
através das esquinas, dos arcaicos
prédios, e gatos passearão sua posse
felina, junto aos muros, cheios de orvalho.
E as janelas fechadas, são como olhos de
mosca, resguardando as pessoas, do frio
incessante, que lhes entra pela carne
adentro – da friagem contínua, a tremura.
Estátuas cheias de verdete, parecem
desmaiar, de seus plintos, trazendo uma
descoloração à pedra e ao bronze,
que só as nuvens escuras se assemelham.
Totalmente despidas, de sua folhagem,
as árvores, a quem passa, vestem-se
de tristeza, e de raras e estranhas nostalgias,
que o clima cinzento pardo, cimenta.
E junto às falésias de mármore, o mar
mostra-se agitado, com suas marés vivas,
em grandes convulsões, de águas
azuis escuras, que despoletam nas praias.
Algumas aves rasam as ondas sem medo,
em fantásticos voos, destemidos,
por sobre os galgos de espuma, rebentando
de encontro às rochas, cinzeladas pelo tempo.
Enquanto isso o poeta escreve embevecido,
o que lhe é dado a ver, na mais pura
grandeza da mãe natureza, que só ele
tão bem sabe descrever, em versos felizes.
Jorge Humberto
17/09/11
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