quinta-feira, 6 de outubro de 2011
EIS QUANDO A POESIA SURGE
A poesia surge, assim os pensamentos:
bem delineados, confortáveis,
apelando aos sentidos, para que as
palavras sejam, num todo, uma invocação
à sua leitura. E sereno narro as minhas
incursões, através dos versos,
que comandam meu ser concreto
ou ilusório, a dirigir-se aos possíveis leitores.
E de uma letra rara, nasce uma asa no céu,
cortando o gume das nuvens,
num desenho que se fizesse aprazível,
a quem de uma nuvem, faz um mundo.
E jardins de enlevo; e centos de mariposas:
voando em linhas paralelas,
ou circulares, quando de revés surge a noite,
e as luzes dos candeeiros, tornam-se atraentes.
Tal e qual a lua, formando uma bola no ar,
como se jogada pelas mãos de
uma criança, de distraída e inofensiva infância,
que aguarda o principio da relatividade.
E a poesia não pára e da noite se vestiu o dia,
com suas árvores orvalhadas,
e olhos limpos, que, ao longe, as comungam,
como se num ritual celta, venerando o sol.
E assim como assim, nardos e malmequeres,
vão-se abrindo ao astro-rei,
pétala a pétala, num frenesim de mil cores
e de doces fragrâncias, expelindo seus cheiros.
E há um rio, nas ampolas de meus dedos,
que vai de verso em verso,
até ao poema final: que nas águas acetinadas,
achou seu poiso certo, o seu ancoradouro.
Jorge Humberto
05/10/11
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