terça-feira, 9 de março de 2010
ADORMECIMENTO
Enquanto repousava, corpo cansado,
Na amplitude generosa da estreita cama,
Permiti-me traçar pensamento lisonjeiro,
Onde era possível ver-se que, o mundo,
Afinal não era um capricho de vontades
Individuais mas sim a nada remota ascensão,
Rumo à tão desejada, quanto verosímil, mudança.
E tenho de confessar que não me foi nada difícil
Incorporar tal manifestação do meu sentir
Escorrer, feito imagens simples mas eficazes.
E era assim, por entre campos e densas cidades,
Que o respeito caminhava, mão dada com a atenção,
Dos que sabem escutar sem auscultar o próximo,
Quanto muito saber-lhes o nome e perguntar-lhes
Da vida…
Mas até estas palavras são pouco dignas de um poeta,
De tão simples e rudes, que breve reconheço,
Da tormentosa dor, que me perpassa inteiro, frio aço,
O meu súbito encantamento, a desvanecer-se.
Jorge Humberto
(23/03/2004)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário