terça-feira, 25 de janeiro de 2011
UM JARDIM COMEMORANDO A PAZ
Subo ao mais alto de mim,
e não gosto, do que vejo,
de um descuidado jardim,
fica-me o pensar: prevejo.
Flores que como eu, o viço
a puir, na liça com o vento,
acharam-me vão e magriço,
toquei-lhes, foi-se o alento.
Deitei mãos, à douta terra,
começando tudo de novo,
enquanto lá fora, a guerra,
levou consigo todo o povo.
Se bem pensei, melhor fiz,
e um belo jardim, jardinei,
pintando a pedaços de giz,
alegres cultivos que cultivei.
Nardos, girassóis e jasmins,
têm agora terra amanhada,
onde criar raiz – alecrins
brotarão por entre a chuvada.
E quando vierem os soldados,
das lutas, que lá batalharam,
dormirão muito sossegados,
junto às flores, que adularam.
Então serei menos exigente,
para com a minha pessoa…
serei sim alegre e contente,
que a paz vai lá fora: e ressoa.
Jorge Humberto
18/01/11
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