domingo, 9 de janeiro de 2011
DORMI, SONHEI…
Dormi, sonhei, sonhos ou falsa lei…
como um barco, à deriva no cais,
sem vento, que do vento, não sei,
nem se o sonho, me pertence mais.
É antes do sonho, que vem o sono –
um estar comigo a sós, de quem se tem,
entre árvores, árvores, não têm dono,
da vã existência, existindo, mais além.
Lindas rosas, quem me as roubou?
A quem deste, enquanto inerte fui?
Não sou nem este, nem o que se achou,
somente uma planície, que no rio, flui.
E inda, que tudo tenha desaparecido,
desce do monte, uma suave aragem –
no sonho, que sonhei, és comigo,
a Razão, porque sou, serena paisagem.
Jorge Humberto
05/01/11
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