domingo, 14 de fevereiro de 2010
AINDA INÉDITO
Ó arrogante, que queres tu, de mim,
Inédita presença, a minha porta? – Esmurrou!!!
Mas como, inexistente e original,
Supôs-se gente, que p’la casa entrou?
Inédita inépcia controvérsia!
Paro, para pensar:
Melhor fora ao espectro nem entrar,
Que aqui não são permitidos nem fantasmas
Nem exaltados, quanto muito
Uns quantos desalmados,
De características mui nobres,
Querendo partilhar da sopa dos pobres.
Ah, que queres tu, de mim, ó perverso,
Inconsequente acessório?
Digo-te que não tenho, material
Para o teu casório!
Quem sabe então,
Para tema de crónica, a advir,
Não optes tu pelo «aleatório»,
Que é melhor que nada
E sempre dá para cingir,
O ego quase…, quase a cair?
Mas o que me chateia sobremaneira,
São estas inéditas figuras:
Ainda vagando pelo não concebido
E já fazem tamanha chinfrineira!
Quão facilitado é o trabalho,
A quem escreve, no que vai pelo soalho!
Aqui sim, de inédito, têm pouco,
Limitando-se a pigarrear,
De tanto ofender, a outro.
Homessa! Não sabeis, que significa, inédito?
“Não publicado!; original!; obra
Ainda não publicada!...”
Inédia, de tudo que existe?
Deixa-me, ó criatura, púbere!
Psicose cerebral!
Não leves a mal,
Mas regurgito psicanalistas,
Se lhes dá para ser fantasistas,
Omitindo coração e humildade,
Que se fazem pagar p’la metade,
Do serviço por eles prestado,
Como se fora algo de complementado.
Digo-te, deixa-me em paz
E a meus amigos!
Se queres ter alguma utilidade,
Dar sustento à tua verdade,
Não seja por isso,
Há tua espera oito são os livros, de poesia,
Esperando pela luz do dia,
Juntemos-lhes uma gaveta cheiinha,
De uva sem grainha
E eis achado o significado,
De teu ser desencontrado.
– Espera!!!...
Não… não, agora não é contigo!
Falava com a Musa,
Sussurrando-me ao ouvido:
Poeta?!... dás-te conta, de que existo?! –
Disse-me, ela.
E eu, porque persisto?! –
Minha dúvida e sequela,
À afirmação, que foi dela.
Jorge Humberto
(27/05/2004)
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