sexta-feira, 21 de maio de 2010
A CASA BRANCA
Vejo muito para além de mim
vejo-me a mim e vejo-te a ti
com olhos de bom despertar
manhãs de bem dizer e bem-querer.
O sol refulge no céu uma canção
tão nossa como a primeira vez
em que nos encontramos almas
gémeas de tempos passados.
No ar andorinhas andam cá e lá
quem sabe a nos dizer presente
à magia das palavras que eu
guardei para ti neste momento.
Nunca nos encontramos sós
quer em sonho quer em realidade
que a ilusão parte de nossa
vontade mais apurada e distinta.
Há choros na casa grande
saudades dos que partiram antes
de nós deixando-nos órfãos
de nossas esperanças aqui sabidas.
À partida dolorosa resta-nos
a força de vontade para semear
o que nos puseram em mãos
num caminho que se quer honrado.
De linho e de róscido são as nossas
manhãs e tu estendes-me a mão
no segredo só nosso e que só a nós
é de direito como duas aves no céu.
Na casa grande toda pintada de
branco o choro é compulsivo
e a espera é uma ilusão que nós
criamos para nós próprios.
Jorge Humberto
16/05/10
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