quarta-feira, 5 de maio de 2010
DA PALAVRA ADAMADA
Quem são os que me lêem,
Pobres loucos e sonhadores como eu?
Poeta combate, gente verdade?
Ou alguns invejosos, a quem cabe desdenhar,
Não de mim ou do que escrevo,
Mas dos próprios, porque nada lhes devo?
Ai, que prazer, vê-los correr,
Para de seguida, ante um qualquer pressuposto,
De nome mais sonante, se renderem,
Tecendo loas a quem não merece!
Nem me aquece, tã pouco arrefece,
Mas quão triste é toda esta falsidade,
Poeta ainda no tenro da idade,
Que só por favor se enobrece.
Escarneço de todos eles,
Alvitrados e emproados,
Que para se saberem, fazem recorrente
Ofender a toda a gente,
Como se a possível miríade,
De estradas e ruelas,
Dos meandros do pensamento,
Lhes trouxesse algum suplemento,
Disfarçando assim, da infância,
As muitas e dúbias sequelas,
Que agora fazem questão de arrastar na lama,
Levando consigo os que, por afectação,
Destorcido julgamento ou pretensão
Premeditada, lhes estão deixando razão.
Jorge Humberto
(08/01/2004)
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