domingo, 1 de maio de 2011
NOSTALGIA CHAMADA DROGA
Uma súbita e incómoda nostalgia
apoderou-se de meus débeis dias,
caminho sem Sorte nem magia,
sem presto nem breves franquias.
Nostalgia dos velhos tempos idos,
que me atormentam sobremaneira,
e apesar de saber que são perdidos,
teimo nesses dias a tê-los à mi beira.
Talvez o olvido tenha aligeirado
e ressuscitado esses tempos mortos,
que eu reneguei à muito seu legado,
e parti enfim para outros portos.
Preciso me enquadrar e rever tudo,
não posso deixar portas abertas,
porque naquele mundo imundo,
só mortes vou achar pelas certas.
Tenho de afastar estes momentos,
pensar na alegria de ser livre,
não posso deixar aqui sedimentos,
que façam com que eu não viva.
Darei a volta como é meu costume,
de quem sofreu as dores da falta
e pôs ambas as mãos no lume,
quando teve por fim das exéquias alta.
Não mais, não mais, importa referir,
a esses tempos eu jamais voltarei,
porque essa vida, só sabe ferir –
quanto dela eu ainda a temerei?
A nostalgia foi-se com os versos,
bem simples, de quem desabafa
perante si e os seus reversos,
e a sua voz não cala nem abafa.
Atenção! Às boas lembranças,
que essa vida pode trazer.
Isso é de pessoas sem esperanças,
que não se cansaram de sofrer.
Jorge Humberto
30/04/11
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