domingo, 22 de maio de 2011
TEMPO A DESTEMPO
Pode-se definir o tempo pelo tempo
que ele nos toma, andamos a reboque
do relógio, que é o nosso desalento
por nos levar a pedra de toque.
Não há tempo para o tempo, nos consome,
e nos leva os melhores momentos…
há o tempo de nos sujeitarmos à fome,
quando da vida não vem o alento.
O tempo é fugaz e ardiloso por demais,
quando pensamos que o controlamos
logo ele nos sujeita ao desagravo, mais
ao destempo, com que nos esbarramos.
Tempo de trabalho de empregos miseráveis…
o povo iletrado cava sua sepultura…
há os que vivem de maneiras estáveis,
sujeitando-se ao tempo como uma cultura.
Já nem há tempo para morrer condignamente –
tudo está preparado em poucas horas –
e levam-nos à terra indecentemente:
isto é aquilo por que tu cobras.
Tempo para viver olhando o cunhal,
com medo de ser interceptados pelo patrão,
que tem mais tempo do que é normal,
por não se sujeitar à extrema condição.
Tempo para namorar, tempo para casar,
levamos a vida à pressa, olvidando-nos
de nós, e, passamos os dias a perguntar,
se a enganar-nos não andamos.
Tempo Universal, tempo terrestre,
meu amor, não colhas do tempo o vento,
que para o simples pedestre,
torna-se num grande aluviamento.
Jorge Humberto
20/05/11
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