sexta-feira, 6 de maio de 2011
ÂNSIA DE TI
Travo a minha ânsia de ti
deixo-me empolgar devidamente
passo as tardes no jardim
esperando que tu venhas solenemente.
Não caibo em mim de tão contente
que exata espera te trará
e eu me visto-me merecidamente
que o meu peito te acolherá.
Virás de seda vestida e influente
deixando-me louco de desejos
não serei nunca teu concorrente
nem terei aqui tais ensejos.
Em silêncio vejo-te chegar demoradamente
e eu fascinado não paro de olhar
chegas como que num repente
de mim fazendo-me olvidar.
Vens linda como uma deusa tolerante
para junto de meus pés sentado
e um beijo levas adiante
que nos meus lábios é concertado.
Deitamo-nos na nossa humilde cama
com lençóis espalhados pelo chão
e onde à o amor não à o drama
ao longe o bater de um coração.
E quando em extasie nos tomamos
corpos colados um no outro
para trás de nós tudo deixamos
e seremos o nosso próprio porto.
Amanhece com o sol na janela
e os pássaros loucos vêm nos espreitar
na sublime nudez que é dela
no beijo que pelo seu corpo eu vou espalhar.
Jorge Humberto
05/05/11
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