domingo, 20 de dezembro de 2009
DEIXA DE BATER POBRE CORAÇÃO
Toquem os sinos a compasso
e passo a passo,
carreguem meu féretro
(um velho lençol teria o mesmo efeito)
e que no meu regaço,
descanse a vontade de um morto…
e seja eu… de sorriso nos lábios.
Não quero nem desejo, mais do que
um buraco, onde sem grandes dificuldades,
nele me joguem…
e virando-me costas, de pronto se ponham
a zombar, de minha triste figura, que um dia
se quis poeta.
Renego um só padre que seja, junto da
pouca terra que me cobre…
costume bem antigo este, de pouca terra
cobrirem os infames, para assim
servirem os animais, que por ali passam.
Ah, e não me levem flores, pois não se dão
flores, a quem morre de suicídio.
Então que ninguém chore, aquele
que atentou, contra a sua própria
vida… porém, a ninguém esqueça,
que este é um direito, que a todos e a
qualquer um assiste…
Embora impossível pareça, vivi de
sentimentos profundos; longe fui no
pensamento e reflexão, pensando não em
mim mas nos outros.
Saudades levarei, com certeza, de meus
queridos pais, da mulher, que sempre
amei e de meus amigos!
Talvez um dia nos encontremos por aí, num
filme qualquer, a preto e branco.
Jorge Humberto
23/07/09
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