sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
HOJE, AINDA E SEMPRE…
Nem o estrépito das chuvas a norte
quarto vazio e o escárnio de meu espelho
ofuscam minha lembrança de ti
o teu ser sereno, humilde e emocional.
Do espelho vejo as desavenças da vida
e a metade do homem que já fui um dia
de ti vejo a recompensa na insistência em
chamar de novo o amor para os meus braços.
Amor que não me negaste e acreditando
em mim deixaste-te abraçar
há espera de ser bem tratada e cuidada
tudo que eu tinha por almejo entregar-te.
Se os primeiros dias foram de sonho
este ainda hoje prevalece, como o melhor
que há em nós, nardos e malmequeres
que eu um dia plantei em meu jardim.
Vieram tempos de ventos rigorosos
folhas opacas mostrando o seu inverso
ficando o verso mais forte que qualquer
contratempo que nos fez silêncio.
O silêncio de quem não precisa de falar
para saber dos cuidados a remeter ao outro,
pois em nós tudo são palavras fáceis
gestos de anseio ou de uma revelação.
Deixo que a chuva cai desgovernada
e que as gostas batendo nos vidros
sejam aquela figura que se desenha
a cada desejo meu de ter-te a meu lado.
Fomos feitos um para o outro, nisto não
restam dúvidas, por mil caminhos
percorridos és sempre tu que estás à minha
espera de braços abertos para me acolher.
E os meus em forma de asa se dispõe
ao calor de teu corpo benesses receberem
como o bem maior a estes dois jovens
que se entregaram sem quaisquer reticências.
Jorge Humberto
15/12/09
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