domingo, 6 de fevereiro de 2011
AOS NOVOS POETAS
Embora eu faça do pensamento
julgamento,
a que dou vazão, nas minhas poesias,
não faço dele meu senhor,
porque há muito mais alvor,
dentro de mim, dentro dos meus dias.
E embora eu não me reveja na emoção,
sem que lhe assista Razão,
porque é dúbia e inconstante,
humildemente dou por mim a olhar o mar,
e à passagem de pessoas cumprimentar,
porque também sou essa coisa constante.
Digamos que tenho tantos sentimentos,
que é fácil fazer falsos juramentos,
e me julgarem um sentimental,
nada de mais falso, aqui se pronuncia,
o que eu sei é diferenciar a noite do dia,
com o nome próprio, que lhe é peculiar.
Meu pobre coração, onde ficas tu?
A que lugar algum?
Também eu já estive apaixonado,
e de tão tonto, balbuciava disparates,
que eu julguei, do amor, ser apartes,
que eu dizia, quando estava enamorado.
Escrever um poema, para os novatos,
convém que sejam cordatos,
e que sigam o almejo do desejado coração,
pois é ele, primeiramente, que tem a essência
dos sentimentos, sua benevolência,
e não precisa para nada, da mesclada emoção.
Não temam escrever, fazer sair a poesia,
vossa eterna alegria
e companheira das horas mais silenciosas,
porque é no erro que se chega à perfeição,
e vos aquecerá, no inverno, o coração,
pois um dia vossas obras serão grandiosas.
O resto é nada. Intento sem propósito.
Jorge Humberto
05/02/11
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