terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
ENCONTRO COM O RIO
Por veredas de caminhos estreitos,
passeio entre folhas caídas,
enquanto algumas pedras
são escolhos,
que a Natureza deixar escolheu,
para que nada se possa
descaracterizar, destes lindos
rumos, que são meu caminhar
pelas manhãs adentro,
com o sol radiante no céu azul,
e os gorjeios dos pássaros sinfonias.
Depois de tomar um pequeno
atalho,
ouço o som vibrante de águas,
providas de músicas sibilantes,
que um rio,
mais ao largo, não deixa destoar,
no seu correr liberdade,
pelas orlas das veredas,
separadas por cercas de madeira,
apanágio do Homem, que marca
tudo, territorialmente.
Não achando entrave, nas cercas,
de arame e de madeira,
passo-me para o outro lado,
onde corre o rio e aí procuro,
onde sentar meu cansaço, que é
de ar puro (mas eu sou um poeta
da cidade,
onde as flores são de aço e as
estradas de alcatrão, e as fábricas,
expelem sua poluição,
até esta se entranhar, nas paredes).
Já descalços os pés, ao ar,
entro nas águas límpidas do rio,
com cuidado extremoso,
para não escorregar nos seixos, que
têm algas, como passageiros,
e vejo embevecido, alguns peixes
dourados e outros vermelhos,
ziguezagueando, no ébrio rio,
enquanto procuram águas mais
profundas, para se alimentarem e
acasalarem.
E neste encanto adormeço, ao som
das águas.
Jorge Humberto
09/02/11
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