terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
A MIM ME VENÇO TODOS OS DIAS
A mim me venço todos os dias;
minhas forças estão comigo;
e enquanto puder seguir caminho,
serei a âncora, deste
barco sem remos nem sal, neste
mar que mata tudo quanto crê.
É certo que a angústia vem pela
manhã –
a chuva deixa-me triste agora –,
mas num salto,
saio da cama e me apronto,
para as tarefas complementares.
Tenho frio; não me queixo.
E ponho o meu melhor sorriso,
para as pobres almas,
que anseiam uma palavra,
feita de ternura e de afecto,
que os faça sentir-se em vida.
Sem mim esta casa estaria
desolada,
cheia de retratos enegrecidos
pelo tempo impiedoso,
e só um queixume de relógio
bateria nos pregos da parede.
Bem sei que o pior ainda está
por vir,
em folhas ridiculamente sem
um machucar de palavras,
onde tudo é frio, nunca
nos preparando para o exorável.
Mas seja o que for a nossa dor,
lutaremos
sem renúncias nem
desfalecimentos, que nos torne
entorpecidos e incoerentes,
e agrave o pesar, de quem sofre.
Jorge Humberto
14/02/11
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