Jorge Humberto

Nascido, numa aldeia Portuguesa, dos arredores de Lisboa,
de nome, Santa-Iria-de-Azóia, Jorge Humberto, filho único,
cedo mostrou, toda a sua sensibilidade, para as artes e apurado
sentido estético.
Nos estudos completou o 6º ano de escolaridade, indo depois
trabalhar para uma pequena oficina de automóveis, no aprendizado de pintor-auto.
A poesia surgiu num processo natural, de sua evolução,
enquanto homem. E, a meio a agruras e novos caminhos apresentados, foi sempre esta a sua forma de expressão de eleição.
Auto didacta e perfeccionista (um mal comum a todos os artistas), desenvolveu e criou, de raiz, 10 livros de poesia, trabalhando, actualmente, em mais 6, acumulando ainda
mais algumas boas centenas de folhas, com textos seus,
que esperam inertes, no fundo de três gavetas, a tão desejada e esperada edição, num país, onde apostar na cultura, é quase que crime, de lesa pátria.
Tendo participado em algumas antologias e e-books, tem alguns prémios, sendo o mais recente a Ordem de la Manzana,
prémio atribuído, na Argentina, aos poetas e escritores, destacados a cada ano.
A sua Ordem de la Manzana, data do ano, de 2009.
Sendo ainda de realçar, que Umberto Eco, também foi merecedor, de receber essa mesma Ordem, de la Manzana.
Do mais alto de mim fui poeta... insinuei-me ao homem...
E realizo-me a cada dia ser consciente de muitos.
Quis a lei que fosse Jorge e Humberto, por conjugação
De um facto, passados anos ainda me duvido...
Na orla do Tejo sou Lisboa... e no mar ao largo o que houver.
Eu não sei se escrevo o que penso se penso o que escrevo.
Tenho consciência que escrevo o que me dita a alma e que escrevo para os outros, como forma de lazer ou de pura reflexão.

Escrever é um acto de crescimento para o seu autor e é uma forma de valorizar a vida. Não sei porque escrevo mas sei porque devo escrever.

Menção Honrosa ao Poeta Jorge Humberto

Entrevista do poeta concedida ao grupo Amantes do Amor e da Amizade

Quem é Jorge Humberto?
R: Jorge Humberto sempre teve apetência para a arte,
através do desenho e da pintura. A meio a agruras da vida,
nunca deixou o amor pelo seu semelhante. Auto didata e perfeccionista,
sempre levou seu trabalho através da sabedoria e da humildade.

Em suas veias tem sangue poético hereditário ?
R: Não, sou o único poeta da família.

Como e quando você chegou até a poesia?
R: Cheguei à poesia quando estava num castelo em França,
e escrevi um poema, altas horas da noite, sobre a liberdade
que todo o Homem anseia.

Como surgiu sua primeira poesia e se ela foi feita em momento de emoção?
R: A resposta foi dada acima.

Qual o seu tema preferido ?
R: Não tenho um tema preferido, escrevo sobre tudo, mas como poeta,
que quer aliviar a solidão de muitos de meus leitores, tenho escrito de há tempos para cá, sobre o amor e reflexões e alguns poemas bucólicos.

É romântico ? Chora ao escrever?
R: Acho que sim, que sou romântico, mas os outros falarão disso melhor do que eu. Já chorei a escrever.

Qual sua religião?
R: Agnóstico


Um Ídolo?
R: Fernando Pessoa

Você lê muito? Qual seu autor preferido?
R: Leio todos os dias, quando me deito. Meu autor preferido é o que referi como ídolo.

Quais seus sonhos como poeta?
R:Ver meus poemas impressos em livros e que meus poemas
tragam algo de bom a quem me lê

Como e onde surgem suas inspirações?
R: Surgem naturalmente, através do que vejo, sinto e penso.


Você já escreveu algo que depois de divulgado tenha se arrependido?
R: Digamos que meu lado perfeccionista, já me levou a alterar alguns poemas originais. Mas depois de algumas poesias, em que lhes dei outro cunho, não achei por bem mexer, naquilo que nasce de nós, assim como nascem são meus versos, que divulgo.

Qual o filme que marcou você?
R:" Voando sobre um ninho de cucos/

Como é o amor para você?
R: O amor é dádiva, compreensão e um bem querer de um querer bem.


Prêmio conferido à Jorge Humberto em setembro de 2011

Prêmio conferido à Jorge Humberto em setembro de 2011

Cuidando dos Jardins

Cuidando dos Jardins
Jorge Humberto-2011

Poeta de Ouro mês de Novembro de 2011

Poeta de Ouro mês de Novembro de 2011

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009


AINDA ÉS TU EXCELSO JARDIM


De belos botões de rosa e de
dormideiras enchemos nosso jardim,
junto com vegetação silvestre, frutos
em árvores altaneiras e de bom jasmim.

Todo o cuidado sempre foi pouco,
para manter bem tratado quer o pomar
quer o roseiral, com dormideiras
silvestres, mais o jasmim que ousamos plantar.

Das ervas daninhas tratadas com sagacidade,
remexida a terra de par em par,
pequenos canais como rios intentávamos,
de forma a que a água lá pudesse entrar.

E, todas as manhãs, pelo cantar dos pássaros,
saíamos a bom porto, para ver o nosso jardim,
e eram frutos e flores soltando leves olores,
que tudo mais que nos fazia se perdeu por aí.

Jorge Humberto
08/10/09

MOVIMENTO PERPÉTUO

Num movimento perpétuo unimos nossas
almas. Por mil desventuras doutros soubemos
lidar, que a inveja e o rancor não moram em
nossos corações. A todos soubemos responder
com amor e um sorriso nos lábios e assim os anos
foram passando, sempre fortes no nosso querer.

Para muitos o nosso amor é inconcebível, ante a
sua grandeza, mas sempre soubemos rodear
esses maus presságios com a pequeneza dos
incapacitados, vivendo a par com seu ignóbil ódio
que os mortifica e os deixa a sós com sua vil
perseverança, que os afasta da lucidez e da luz.

De tudo já ouvimos, confidências de tidos amigos
serviram de arma de arremesso contra nós, tentando
que a desconfiança se instalasse, mas desenganem-se
que amor como este não há, vem até quem o procura
sem subterfúgios, completamente desarmados e com
um só coisa no coração: amor um pelo outro.
Com tudo isto aprendemos a seleccionar os amigos.
Os verdadeiros amigos, aqueles que ficam felizes
por mim e por ti e sentem orgulho nessa amizade
parte de nós como um todo. Para esses vai o nosso
sincero agradecimento, nosso ser amigo, vestido de
de estrelícias , essa flor rara como são os amigos.
E são passados dois anos e praticamente sete meses.
E assim há-de permanecer contra tudo e contra todos
quando o que só queríamos era paz entre todos. De
nossa parte a cada um desculpamos, senão não seriamos
felizes e realizados. Lamento profundamente que haja
quem viva com o mal dos outros. O gesto é convosco.

Vem amor, dá-me a tua mão de seda e caminhemos
juntos, para lá do sol posto e do sol nascente, lá onde
se guardam os segredos dos amantes e dos apaixonados,
que caminham em direcção ao horizonte, acompanhados
pelas gaivotas e as ondas do rio, como dois náufragos
que se buscaram um ao outro, na ilha dos amores.

Jorge Humberto
21/12/09

INVESTIDAS DA NATUREZA

Morcegos ziguezagueiam como loucos
cobrindo toda a área do candeeiro
de rua mesmo defronte de minha janela
e dezenas de insectos voltejam tentando
esquivar-se das suas investidas e ao mesmo
tempo desviar-se da enorme teia de
aranha aí erigida, que tudo suporta
desde ventos fortes a grandes aguaceiros.

Lá fora a chuva resolveu aparecer e o
respingue da água ao bater nas flores
cria poças de água, onde se pode ver alguns
insectos hermafroditas e pequenas rãs
coloridas avisando de seu veneno.
O cheiro a terra é intenso e na minha cabeça
viajo até aos primórdios da existência
Humana, tal o olor que se solta da terra
molhada e me entra pelas entranhas adentro
numa pureza de outros tempos.
A chuva continua a cair e o vento zurze
do nada para dar mais força às águas que
caem do céu, dobrando árvores e mostrando
o reverso descolorido de suas folhas, num
verde seco e áspero coberto pelo fustigar
da chuva e do vento Norte.
Está frio…regresso aos meus aposentos
deixando a natureza entregue a si própria.
Jorge Humberto
20/12/09


NA MINHA CASA DE MADEIRA


Uma casa, toda ela de madeira, no fim de
um pontão, fundeada e assente, por grandes
troncos de árvores, na areia do mar, seria aí
que eu gostaria de fazer,
minha vida quotidiana e sem pressas.

E por entre o ranger da ponte, carcomida pelos
ventos e o sal marinho, no caminho de casa,
o mar era por demais convidativo e a plenos
pulmões corria, usando o peso de meu corpo,
para de seguida mergulhar, nos azuis das águas.

Janelas sem cortinas, sempre abertas, assim a
porta de minha humilde casa, por vezes
pareciam chamar-me, para cuidar um pouco
de sua velhice, tapando buracos, fazendo-me
atentar, principalmente, no velho telhado.

Saindo do mar buscava então madeira e pronto
trazia-a, para dentro de casa. Passo a passo,
com toda a dedicação e grato esforço, reforçava
as partes mais débeis e necessitadas, como eram
os casos das telhas soltas e do próprio pontão.

Por pouco dinheiro e algum do peixe, que todos
os dias pescava, junto de minha casa, consegui
o que se pode chamar de um bom negócio, ao
adquirir um barco a remos, da parte de um velho
amigo, tendo-o atado a um dos pilares da ponte.

Desde aí que todos os entardeceres, soltando o
barco, remava bem até ao meio da linha do
horizonte, envolto de mil cores e suaves olores,
enquanto ansioso esperava mais um pôr-do-sol,
observando, ao longe, altaneira, a minha casa.

Jorge Humberto
28/07/09

O MEU NATAL

Nesta época de consumismo
desregrado
de despotismo
bem aqui ao lado
todos se pavoneiam
às suas novas aquisições
para este e para aquele
o que é dele
só sensações.

Famintos à sua porta
fica mal
traz-se a retorta
para afastar o animal.

Natal é todos os dias
todos os dias são Natal um dia
não tem filhós nem azevias
pró pai prá mãe e prá cria
que deambulam pelas ruas
sem reparar que é Natal
nas roupas esburacadas
com as mesmas estradas
a mostrar que tudo é igual.

Famintos ao nosso portão
queda mal
traz-se o bordão
para escorraçar o animal.

De tudo se compra aqui
mesmo o mais corriqueiro
quem me dera ser assim
dar importância ao dinheiro
conseguir ter na boca
um grande sorriso
perante a incongruência
desta mal gerência
que me faz perder o siso.
Famintos à nossa janela
um grande quinhão
dando o que é dele e o que é dela
de altruísta coração.

Este é o meu Natal
dele lhe falei um pouco
também eu um simples animal
sem ter onde cair morto.
Egocentrismo
desvairado
e no vira revira
está a grande mentira
onde o pobre consoado?

Abri a porta de minha casa
para todos sem excepção
e foi vê-los entrar em massa
filhos da redenção. (Jorge Humberto - 24/12/09)

O NATAL DOS OUTROS

Ainda não refeitos da consoada
continuam a passar
pelos sem-abrigo
como se fossem nada.
Soltam-se os gases do exagero
tal a gulodice do
último dia e agora choram
por se verem sem dinheiro.
Logros e grandes cenas
fazem muita gente pensar
que são uns santos
quando tudo não passa de enfisemas.
É vê-los nos hospitais
com ataques de alergia
que os fazem parecer
aos olhos descomunais.
A abarrotar pelas costuras
vão para os bares mostrar
seus enormes apêndices
todos cheios de trôpegas finuras.

Alguns meninos sujos
acercam-se de uma mesa
pedindo algo que comer
soltam-se os risos dos ditos cujos.

Não os acheguem a seus meninos
de face bem rosada
podem pegar a doença
dos cretinos.
E mais uma vês tudo na mesma
mais um Natal
mais uma discriminação
para juntar à enorme resma.

E as sobras vão para o lixo
para não terem de dividir
com os andrajosos
andando de nicho em nicho.
O costume Natalício
é ter para si e compartilhar
e não ser apenas
mais um desperdício.
Jorge Humberto
26/12/09

POEMA EM LINHA


Subindo e descendo montanhas
atravessando rios profundos a nado
a cada canto um pouco mais de vida
na descoberta do mar maior
daquela pedra despida pela lua
arrebatado coração
pisando dunas e areias tranquilas
chamando a si sua musa
num enorme círculo de fogo
ombros jogados para trás
de mil estrelas os cabelos molhados
pela dança frenética dos amantes
entrega-se à lucidez mais pura
que a natureza reserva a seus filhos
e crescem flores e árvores
algures alguns desertos e animais
nada se desperdiçando
neste nosso pequeno mundo
onde cada bem é um bem maior….

Jorge Humberto
29/07/09

FLORES NO CABELO


Mas que estranho fascínio, existe na fragilidade,
de um campo de flores, crescendo
em liberdade, por entre planícies, ou
terras mais selvagens, colorindo tudo à sua
volta, seus aromas ricos espalhando.

E se se olhar bem, do mesmo pé, pode ver-se,
quer as flores, já adultas, quer apenas botões,
sintonizados, para abrir, mais tarde, numa
dinâmica própria, desenhada, pela natureza.

Assim, e, enquanto pássaros e abelhas, se vão
alimentando, das flores, já feitas,
a salvo, os pequenos botões. Até que, a nossa
planta, volte a renascer, uma outra vez,
deixando, no chão, as primeiras pétalas.

Ah, mas não há, beleza maior, nem palavra,
por meu nome, que tenha significado
algum, em chegando a manhã,
vendo campos e flores, cobertos, por um
belo e maravilhoso, orvalho matinal.

Tomai, meu amor, esta flor, que te deixo!

Jorge Humberto
06/07/09

PARA QUEM AINDA NÃO SABE


Sentimentos, ditos ao acaso, como
se levados, pelo vento,
afirmação, de um ego, sem alimento.

São quais palavras, a quem bastasse,
um só sorriso,
para dizer somente, coisas sem siso.

De seu ser ridículo, conta não se dão,
tal a incongruência,
e, o raio, desta maldita e odorífica, flatulência.

Verdade é palavra, que ignoram, um bem
dizer,
não sabem o que isso é, nem o que é viver.

Para eles, humildade, dos outros, paninhos
quentes,
em cada circunstância, mil rostos, diferentes.

E se falo no silêncio, devido àqueles, que a eles
se dirigem,
poupem-se ao riso, que nas calças não se mijem.

E assim, o petulante, chamado, de novo rico,
ou de rico novo,
usa o termo «merda», para significar, o povo.

Jorge Humberto
03/06/09

LINHAS TRANSVERSAIS


Como num sonho transversal, lua feita,
em toda a sua imensidão, emoldurando
a noite, escura como escarcéu, parece
pendurada, por fio invisível, alguma mão,

ou um paralelepípedo, onde, sem se ver,
buscando-a, realiza-a, junto à beirada, da
linha do horizonte, que, embora, a nossos
olhos, fuja, bem sabemos de sua presença.

Por entre o movimento, das águas do mar,
que se encontra, estranhamente, tranquilo,
rochas negras, tal qual, silhuetas, impostas,
lembram sua posse, ao emergirem das águas.

Pouca ou nenhuma claridade, advém da lua,
e, num repente, meu sonho, vê-se imerso,
entre linhas paralelas e diagonais, no meio
das poucas ondas, atrevendo naturalidade.

Jorge Humberto
09/06/09

MOLDURA À JANELA


Não muito longe de minha casa,
existe uma bela aldeia, com sua
imensa alameda, rodeada pelas
sombras, das enormes, árvores

A estrada é de terra batida e de
cada um dos lados, onde caídas
as folhas, verde tapete floresce
indo arrimar-se à cal dos muros

Encostada ao branco mais puro
da arte o belo muro, incessante
uma velha fonte de água fresca
saciando vem, os ditos aldeões

As casas, têm tanto, de simples
como de bom gosto imperando
o branco no correr das paredes
linda madeira moldura à janela

Jorge Humberto
22/07/09

POETA DO POVO


Tenho dentro de mim uma mui
forte convicção, de entre ao que vou
e ao que sou.

Ao que sou não mente quando diz
de forma incondicional, que sou
o poeta do povo.

Ao que vou: poder ser nos outros, de
entre esse povo, o que ele me mostrar,
irrestritamente.

No fundo o que tenho dentro de mim
é um amor sem fronteiras, para com
essas pessoas.

Jorge Humberto
02/09/09

QUEM É QUEM AQUI

Sempre juntos percorremos quase três anos
com altos e baixos, mais altos do que baixos e
sempre por intrigas de outros que fartos de nos
verem bem tudo tentam para nos afastar.
Começam por se fazer de nossos amigos… somos
afectuosos, compartilhamos e é aí que tudo degenera
quando usam o que tão fielmente lhes contamos para
virarem os monstros em que se transformaram.
Esquecem-se esses filisteus que de há muito erguemos
um jardim de nardos, estrelícias e jasmim, com estas
mesmas mãos, que nos fizeram consciência e perdura
em tudo que tocamos, qual toque de um rei Midas.

Seremos para os outros o que os outros forem para nós!
E neste nosso jardim regado a muito amor só entram
a partir de agora os de alma pura aqueles que são para nós
o que eles são para si próprios: felizes por serem felizes.

Porque dos fracos não reza a história, e os maus sempre
capitulam, no seu próprio vómito, de tanto carpirem seus
maus agoiros para com os outros, para consigo mesmo,
então eis que há que erradica-los e seguir amando.

Tu e eu e nossos fieis amigos, que não bajulam antes pelo
contrário preocupam-se connosco… e descendo à beira-rio
esperaremos do sol o seu último fôlego, escondendo-se
por trás da linha do mar bem junto ao horizonte dos pássaros.

Jorge Humberto
29/12/09

TÃO LONGE E TÃO PERTO DE TI II


Meu coração está longe se longe
estás. Meus segredos levaste-os
tu, no colo do teu regaço
e eternizaste meus pensamentos,

na memória de tua Boaventura.
Hoje aqui sozinho em pleno Natal,
agarro-me ao bem-querer,
para te clamar nesta noite fria.
Tudo o que separa a minha solidão
é saber-te aí, agora, já, presente
nessa tua candura de sorriso sempre
aberto, a quem o entende como eu.

Assim nunca estou só em verdade
e em cada invocação trago-te linda
para o meu lado e toda a lonjura de
outrora se faz presente em meu coração.

Longe do corpo perto de minhas mãos,
num abraço que há-de correr mundo,
nos achegaremos cheios de vontade
de matar esta saudade que nos aflige.

Jorge Humberto
25/12/09

VERSOS DE UM INSTANTE


Sentado no cimo de uma montanha sagrada,
rodeado de árvores e de muitas outras flores
silvestres; e tendo por baixo o mar e as águas,
no seu vai e vem constante, de ondas e sargaços;

joelho de encontro ao queixo, e, pousados,
os cotovelos, nas pernas; braços estendidos,
a horizonte; sustenho um livro, que eu leio,
com imenso prazer, sentindo o vento no rosto.

Porém, por cima de minha cabeça, pássaros,
parecem curiosos, e, descendo, até mim,
põe-se a verificar, com seus bicos, que espécie
de animal, serei eu, ali parado, por inteiro.

Completamente desconcentrado, de minha
leitura, resolvo-me a guardar o livro, no bolso
de meu casaco. E já tarde feita, com as ondas,
batendo forte, na pedra, sem rumo caminho.

Jorge Humberto
15/04/09

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009


A DURAS PENAS…

A duras penas levas tua vida…
não há descrição do quanto sofreste
e ainda sofres.
Parece mau sortilégio…
mas como aqui tal apanágio negativo
se és a bondade em pessoa?

Perguntas à vida de sua justeza
e perante os fatídicos acontecimentos,
ficam-te as dúvidas, nunca a fé.
Pois bem-dita
seja então essa fé, que te alimenta e
em momentos de dor ou de alegria,
caminhos te dá para seguir.

Também eu fui mau companheiro
em determinadas alturas, não porque seja
menos boa pessoa, somente porque
não estive à tua digníssima altura.

Que a duras penas também eu sofro,
por tais afrontamentos a teu ser,
assim como minhas
as tuas dores.
Recebe esta rosa branca que te dou
e desculpa meu ser humanamente
passível de erro.

Jorge Humberto
20/09/09

A MENINA E OS CAMPOS DE TRIGO


Entre bambinelas e o vento norte
debruço-me à janela
para ver os vastos campos de trigo
a perderem-se de vista, e quanto mais
eu afiro meus olhos para lá das
planícies , mais o sol impede minha
visão de ir mais além.

Vastos campos de cevada , em seus
terrenos cultivados pela mão da mulher
e do homem, lançando cordas de
músculos e de nervos, são paraíso para
inúmeras aves que ali fazem seu poiso,
para comer as sementes caídas
de arrastão no milagroso chão.

E pela manhãzinha, a menina de seus pais,
põe-se a caminho, atravessando o longo
trigal, por entre trilhos e folhas mais altas do
que ela, para ir levar a merenda aos seus
progenitores num cesto com muita água
e enchidos de carnes, mais a fruta fresca,
dando-lhes assim o merecido repouso.

Como é emocionante ver estes campos a
perderem-se na linha do horizonte. Em seu
tom harmonioso, quais ondas suaves de
um mar terreno, recheado de vida, que nos
leva a cogitar sobre a importância de bem
viver, na importância de quem trabalha a terra,
de sol a sol com um cantiga de intervenção.

A menina de seus pais caminha agora em
direcção à escola, e eu vejo-a passar todos os dias
nos umbrais de minha janela. De ordem
e de esperança são os versos que todos dias ela
enfatiza, trazidos por todos aqueles que nunca se
vergaram a um só patrão. Que a terra é de quem a
trabalha em todo seu esforço e dedicação.

Jorge Humberto
12/11/09

COM O DIA VEM A PAZ


Rosto tranquilo, leve sorriso nos lábios,
de quem se encontra em paz, consigo
mesma, encostada a uma árvore, parecendo
pensar ao longe, uma jovem, aguarda fascinada,
o nascer do sol,
que vem vindo, por entre pinheiros e outras
espécies de árvores, em seu tom alaranjado.

Como que, por cima, do sol, ainda meio
adormecido, largando apenas, algumas linhas
de luz, simétricas, que, aos poucos,
vão atravessando, o escuro sombrio, das densas
árvores, no alto, do céu laranja, uma bela águia,
também ela, esperando o nascer do dia,
vai planando, com a ajuda, de suas imensas asas.

Até ao momento, apenas duas, são as cores,
no plano da imagem: laranja, do sol, que vem
vindo e o negro, salientando, silhuetas de
árvores… embora já se perceba, algumas gotas
de orvalho, nos ramos mais altos, tocados,
ainda que ligeiramente, pela força laranja, do
sol, que, brevemente, terá seu apogeu…
despertando a jovem, de sua nostalgia, e,
à águia, dando mais um dia, de sobrevivência.

Jorge Humberto
14/07/09

domingo, 20 de dezembro de 2009


Chuva Repentina

Repentina chuva, que, dos céus, à terra,
imensa se espalha,
abrindo buracos na lama, pelo constante
bater, das insistentes gotas, aos poucos,
vai desenhando, dezenas e dezenas, de
novos poços, molhando tudo, à sua volta.

Caminhos intransitáveis, dão agora lugar,
a uma nova paisagem, quase diria,
que surrealista, pelo excesso da chuva, que,
mais parece, não vir a terminar tão cedo,
percebendo-se, no ar, mil nuvens,
cheias de água e tão escuras como o breu.

É pois uma chuva fria, tocada pelo vento,
e, que, tudo torna mais difícil, para as pessoas,
que, ainda assim, ousaram desafiar o tempo,
saindo à rua, quase que, raiando a loucura.
Mais confortável, espreitando, pela janela,
de meu quarto, vejo rios, descendo pelo vidro.

Jorge Humberto
05/07/09

DEIXA DE BATER POBRE CORAÇÃO


Toquem os sinos a compasso
e passo a passo,
carreguem meu féretro
(um velho lençol teria o mesmo efeito)
e que no meu regaço,
descanse a vontade de um morto…
e seja eu… de sorriso nos lábios.

Não quero nem desejo, mais do que
um buraco, onde sem grandes dificuldades,
nele me joguem…
e virando-me costas, de pronto se ponham
a zombar, de minha triste figura, que um dia
se quis poeta.
Renego um só padre que seja, junto da
pouca terra que me cobre…
costume bem antigo este, de pouca terra
cobrirem os infames, para assim
servirem os animais, que por ali passam.

Ah, e não me levem flores, pois não se dão
flores, a quem morre de suicídio.

Então que ninguém chore, aquele
que atentou, contra a sua própria
vida… porém, a ninguém esqueça,
que este é um direito, que a todos e a
qualquer um assiste…

Embora impossível pareça, vivi de
sentimentos profundos; longe fui no
pensamento e reflexão, pensando não em
mim mas nos outros.

Saudades levarei, com certeza, de meus
queridos pais, da mulher, que sempre
amei e de meus amigos!

Talvez um dia nos encontremos por aí, num
filme qualquer, a preto e branco.

Jorge Humberto
23/07/09

DOS INCOERENTES… LEVE-OS O VENTO


Se alhures, há coisa que não suporto,
essa coisa é a arrogância, venha de quem vier.
Supostos poetas, que apenas a eles se supõe,
o que não têm nem como ratificar, é vê-los por
aí, ofendendo com toda a sua brutalidade,
a razão de suas frustrações, ou seja, a humildade
e o trabalho generoso, daqueles que são
realmente poetas… que não necessitam, nem
de quadros na parede nem de segregação,
para dessa forma, criarem um distanciamento,
ante os outros, que têm como iguais a si.

Seres perfeitamente maldosos, vivendo de e
para a mentira, invadem sem pedir licença,
o que não lhes pertence, mas a outro alguém.
Seu intuito não é ensinar, tão só denegrirem
a arte do poeta, difamando o bom nome do
artista… este é pois o figurino,
de um masturbador, alucinado por um ego,
sexualmente retardado mentalmente .

Quem sabe. Não diz que sabe.

Quem tem. Não diz que tem.

Quem dá. Não diz que dá.


Jorge Humberto
21/07/09

sábado, 19 de dezembro de 2009


DOS QUE CAMINHAM SEM OLHAR


Meus olhos cegos pela indiferença
dos que caminham sem olhar para os lados,
onde dorme o silêncio e a escuridão
da pobreza, com seus infantes quase nus,
sujos, numa esquina qualquer, de braço
esticado e mão pedinte, aos que passam
apressados, suplicando uma esmola,
um pouco de atenção, roubada desde bem
cedo pelo estigma dos senhores abastados.

Meus olhos tolhidos pelas lágrimas dessas
crianças desafortunadas, repartindo o pouco
que lhes resta com os mais novos, caídos em
prantos de dor, porque a fome é muita e o
cuidado não chega para satisfazer todos,
mais “alimenta” minha repulsa para com as
pessoas, que não têm um golpe de asa,
revoltando-se contra tudo que é inumano,
pondo um sorriso nos lábios destes meninos.

E um imenso nó tolhe minha garganta por
completo, deixando-a seca e áspera e meu dorso
verga-se ante o peso no espanto de quem
nada faz.
Jorge Humberto
04/10/09

ENQUANTO LIA


Quem desse que todas as aves dos céus
à terra descessem
e entre cantos e chilreios se passeassem
por entre a terra molhada, depois de uma
manhã acidental de chuva.

Quem desse, quem desse, sem mostrar
medo algum, viessem pousar perto de mim,
curiosas por entender o que seria aquilo
no regaço de minhas mãos, de capa
colorida e letras esgarçadas, espaçadas.

E conforme a manhã se foi instalando, assim
as aves foram formando parelhas de casais,
aqui e ali nas árvores e pousando em meu corpo,
buscar-lhe a frescura, que umas rochas
salientes a devida e merecida sombra aquietava.

Jorge Humberto
03/09/09

ENTRE AS ÁGUAS DO MAR


Naquela rocha, no meio do mar,
é lá que guardo, junto com as gaivotas,
meus pensamentos, mais secretos,
entre o vai e vem, das ondas,
sempre inquietas, bramindo seu clamor.

Como crinas, de imensos cavalos,
algumas das ondas, irrompem, de encontro,
à rocha, que se ergue firme, nas águas,
fazendo com que, as gaivotas, se dispersem,
para logo poisar, entre as algas, do penedo.

E entre o sossego, de uma beira-mar,
sento-me a observar, ao longe, a rocha,
qual ponto distante, a meus olhos,
enquanto, todo o tipo, de coisas marinhas,
se misturam, com as areias da praia.

E, pegando, num grande búzio, ali por
perto, consigo escutar, o bater, de dois
corações, e, o rumor, do mar, encrespado.

Jorge Humberto
31/05/09

EU TIVE UM SONHO

Eu tive um sonho, de que um dia,
não muito longe,
uma bela mulher viria,
mostrando que em mim, o que há muito
julgara perdido, ainda ali permanecia.

Eu tive um sonho, que dessa forma,
toda a dor, porque padecia,
arrancasse ao sofrimento, o fundo da raiz,
que, insistindo, em mim vivia,
deixando-me só e infeliz.

Eu tive um sonho, de que essa bela mulher,
soletrando a palavra «amor»
(igual só os seus olhos e o dia que lá nascia),
de todas as flores faria, com que se parecessem na cor
e eu humildemente agradecia.

Eu tive um sonho, que pela a entrega
me descobri, bem como tu a mim.
E, ambos, nascendo, da mesma flor,
fomos buscar ao azul, de todos os azuis,
o que nos fez felizes assim.

Jorge Humberto
24/07/09

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009


ASSOMAS-TE À JANELA


Assomas-te à janela, linda como não há
e ao longe observo as gardénias
que te envolvem em forte abraço, junto
às vidraças do meu sonho acordado.

Quando por ti passo em sobressalto
deixas cair um sorriso de todos o mais belo
que eu colho com ambas as mãos
semeando-o nas bordas de meu coração.

E nas portas que se sucedem junto às
flores que eu pari, doce chilrear de
pássaros, brincando nos intervalos das
casas, dizem de mim como de ti.

E quando vens para mim descendo de
tua janela, trazes a face rosácea,
orvalho de outras manhãs em que cantaste
as mais sublimes de todas as canções.

E num longo carinho nos perdemos
até que eu lanço uma corda de músculos
para acender a fogueira mais jubilosa
esperando nossos anseios mais prementes.

Jorge Humberto
17/12/09

HOJE, AINDA E SEMPRE…


Nem o estrépito das chuvas a norte
quarto vazio e o escárnio de meu espelho
ofuscam minha lembrança de ti
o teu ser sereno, humilde e emocional.

Do espelho vejo as desavenças da vida
e a metade do homem que já fui um dia
de ti vejo a recompensa na insistência em
chamar de novo o amor para os meus braços.

Amor que não me negaste e acreditando
em mim deixaste-te abraçar
há espera de ser bem tratada e cuidada
tudo que eu tinha por almejo entregar-te.

Se os primeiros dias foram de sonho
este ainda hoje prevalece, como o melhor
que há em nós, nardos e malmequeres
que eu um dia plantei em meu jardim.

Vieram tempos de ventos rigorosos
folhas opacas mostrando o seu inverso
ficando o verso mais forte que qualquer
contratempo que nos fez silêncio.

O silêncio de quem não precisa de falar
para saber dos cuidados a remeter ao outro,
pois em nós tudo são palavras fáceis
gestos de anseio ou de uma revelação.

Deixo que a chuva cai desgovernada
e que as gostas batendo nos vidros
sejam aquela figura que se desenha
a cada desejo meu de ter-te a meu lado.

Fomos feitos um para o outro, nisto não
restam dúvidas, por mil caminhos
percorridos és sempre tu que estás à minha
espera de braços abertos para me acolher.

E os meus em forma de asa se dispõe
ao calor de teu corpo benesses receberem
como o bem maior a estes dois jovens
que se entregaram sem quaisquer reticências.

Jorge Humberto
15/12/09

BEBÉ ENCANTADOR

Ah, mas, não há criatura, mais bela e encantadora,
de que um bebé.
Seus olhos grandes, parecem-se com dois
mundos, numa curiosidade e alegria, sem igual.

E que engraçado e comovedor, bem pequenina e
sem dentes, nos parece sua boca, bem delineada,
sorrindo a tudo e a todos espontaneamente,
fazendo covinhas, nas bochechas arredondadas.

Narizinho esperto, pele macia e de cheirinho por
demais agradável, vemo-lo gatinhar com uma
vontade arrebatadora, levantando e caindo, a cada
tentativa, de se superar e aos imensos obstáculos.

Orelhitas bem pequeninas, cabelo lisinho, quase
loiro, protegendo ao máximo a fraca moleirinha,
apontando os seus deditos, numa linguagem, só
dele, sempre uma descoberta, para nos mostrar.

E, já tarde, na brincadeira, esticando seus bracinhos,
procura o colo da mãe e sua segurança. E assim,
alimentando-se do rico leitinho, satisfeito, por mais
um dia de novos descobrimentos, deixa-se adormecer.

Jorge Humberto
27/07/09

EMBORA ME DOA

Meu pobre menino, de rua,
de rosto coberto, de dias sujos,
teu olhar triste,
é todo este meu sofrimento
e embora me doa,
nada fiz para mudar. E são
teus lindos lábios
de criança,
que parecem perguntar-me,
do porquê, de ser assim a vida,
para com um simples menino,
abandonado à sua
pouca sorte,
por quem lhe trouxe à vida.

Dos outros a indiferença…
em ti a tristeza… pela incompreensão.

Oh, minha pobre e doce criatura,
quem me dera dar-te
um significado, quando à chuva e ao
vento, te vês obrigado,
a caminhar estradas sem par,
na busca do pão,
fermento de mais um dia,
lutando pela sobrevivência,
de uma vida perdida.

Jorge Humberto
31/07/09

EM UM PAÍS MARAVILHOSO

Num país maravilhoso onde abundam
as borboletas,
pousando suas perninhas delicadas nos
meus ombros; mais as flores a perderem
de vista, que eu vou colhendo
junto a meu peito; e árvores imensas,
entre o branco das nuvens, bêbadas
de calor; de entre os pequenos rios,
pássaros trinam suaves melodias,
enaltecendo o mar, no seu vai e vem
constante de ondas cavalo.
E é então que, sentado numa rocha,
despida pela lua, bem perto da praia, de
braços cruzados entre as pernas e queixo
assente nos joelhos,
observo comovido a grandeza
e a pureza dessa imagem, de todos os
dias… fazendo-me lembrar de minha
condição Humana, irmanada com a natureza,
até aos ouvidos.

Galgos de espuma encontram-se com a rocha,
onde me sento,
soletrando minhas palavras ao vento,
molhando-as de emocionantes comoções.

Jorge Humberto
17/08/09

QUEM AMA… AMA SIMPLESMENTE

Caminhando entre escombros vejo imensas
fotografias espalhadas
pelo chão, amarrotadas entre cinzentos e
castanhos, totalmente irreconhecíveis,
pelas horas concretas, que a sorte de um
relógio de parede ajuda à sua promiscuidade
latente, nas paredes sem cor nem vida.

Subo e desço escadas antigas como se
procurasse algo que à distância já me fosse
familiar.
Agigantou-se o mar oceânico, embora eu
persista em atravessá-lo, com o sonho nos
braços e a certeza no coração.

Se dúvidas existem eu nunca as tive e quem
acomete contra mim é apenas a tristeza
que normalmente origina maus conselhos
de gente infeliz, que tudo faz para que outrem
não o venha a ser (feliz), pois o que o
amor juntou,
somente a falta desse amor, pode separar.

Difícil é a tarefa de manter um querer, uma
vontade,
para saber esperar o dia a alcançar, que
larga é a distância a percorrer, acertos a fazer…
assim a andorinha percorrendo toda essa
lonjura, que nasceu com ela e em chegando a
altura certa, Terra nova a irá acolher, junto à
parceira de uma vida.

Onde a erva verdeja,
o sol traz cor às flores e a água permanece,
saciando a sede do casal enquanto espera
a chegada dos filhos do amor.

Jorge Humberto
15/08/09

CALCETEIROS

Com todo o rigor, de um profissional,
um calceteiro, pedra a pedra,
no chão da terra, com a ajuda, de seu
inseparável martelo, vai erguendo, um
novo passeio, enquanto, de joelhos,
descendo a rua, se concentra,
na solene arte, de seu trabalho, único.

As pedras, de um típico passeio português,
formam, por si só, algo de inigualável,
onde os desenhos, tradicionais, não têm
rivalidade, em mais parte nenhuma,
e apenas os mestres, sabem de seu rigor
e segredos, que, agora, vão ensinando e
incentivando, aos mais jovens discípulos.

É um prazer, ver, com que maestria, nas
mãos, de quem sabe, do ofício,
pedra ante pedra, passeios, vão dispondo,
com uma facilidade assombrosa, e, por
cada conjunto ou pedaço, de passeio,
singulares e bem conhecidos, desenhos,
retomam às cidades, fazendo-nos
lembrar, de nosso longínquo legado.

Jorge Humberto
23/06/09

BEBO O MEL DE TEU CORPO

E bebo o mel de teu corpo, entre lençóis
embebidos de luar.
E passando suavemente meus dedos
pelos teus lábios, meu queixo pela nudez
de teu pescoço,
bebo o mel de teu corpo, até ficarmos
satisfeitos.

E meus braços entrelaçados em ti,
escondendo ligeiramente teus seios,
aproximam nossas bocas, desejosas
de roubar o sabor agridoce, do suor
que delas pende, como gotas de
puro orvalho, enquanto eu bebo o
mel de teu corpo.

E escorre o mel de teu corpo, qual
vinho que eu vou beber, alucinado pelo
bater apressado de nossos corações,
que nos excita e incita, noite dentro.

Então uma vez mais bebo o mel de teu
corpo, janelas abertas para o nascer do
sol, que vem chegando e com ele a
satisfação de nos termos inteiramente.

Deitados em nós e em nosso amor sem
pudores (lençóis caídos pelo chão), nossos
corpos nus e libertos, aconchegam-se um
ao outro e de costas para mim, em ninho,
adormecemos ao trinar das primeiras
aves da manhã, pousando na janela…

Jorge Humberto
11/08/09

ERÓTICA

São teus seios as colinas, entre a orla, do
tecido transparente. E, que, à meia-luz, da janela,
vêm lembrar dois ninhos ou duas
andorinhas, de bicos rosáceos e erectos,
pelo subtil roçar, da pele nua, com a seda,
eternamente sensual.

Feminina figura, de silhueta, que vai variando
a tez, de sua pele, entre a claridade ou a
sombra, vai-se enredando,
cada vez mais, no tecido transparente, onde,
a todo o momento, se pode adivinhar, as linhas
correctas, de seu perfeito corpo.

E quando se decide, a sair, detrás da tentadora,
cortina, caminhar seguro, meu olhar,
contempla-a, de cima a baixo,
em toda a sua nudez, para, de seguida, me
perder em seus olhos, na vaga esperança,
de algum sinal: lábios ligeiramente humedecidos.

Jorge Humberto
22/06/09

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009


HOMEM DE BICICLETA

Num sol radiante, junto à praia,
desta bela aldeia, entre árvores fortes e
casas do mesmo tamanho, onde
grandes e pequenos, se banham, alegremente,
passeia-se, mais acima, adentrando a estrada,
junto a um muro antigo, um homem e sua
bicicleta.

Na cabeça, um chapéu, traz-lhe algum conforto,
protegendo-o, do sol inclemente. E, enquanto,
pedala, segue-o sua sombra,
o que, numa pura ilusão, de óptica,
lembra alguma resistência,
de há muito já perdida,
de quem a repercute, no chão,
consequência, de sua idade avançada.

No entanto, nem pela idade, deixou de ser
uma pessoa astuta, pois não o
surpreendeu,
a objectiva do fotografo, olhando-a directamente,
no instante, da prata explosão,
que perdurará, para lá, deste e de outros tempos,
a haver… recordando, o homem, da bicicleta.

Jorge Humberto
19/06/06

APOGEU

Corre uma leve brisa, refrescando meu rosto,
ao entardecer. Isto ainda, a horizonte, não se
vislumbre, as cores habituais, de um pôr de sol.

As folhas das árvores, mostram seu reverso,
de um verde mais claro, vergando-se ao peso do vento,
que vai subindo de intensidade.

Mais abaixo, o rio, com suas pequenas ondas,
é agora um quadro, laranja e amarelo, entregando-se
aos outros elementos, que irão formar, a distinta linha,
entre o mar e o céu.

E meus olhos, enchem-se de beleza, quando, por fim,
a horizonte, o sol se põe, num espectáculo,
todo ele diferente, de dia, para dia.

Descendo vagarosamente, já totalmente vermelho,
pode-se ver, como se dentro do sol, silhuetas de
pássaros, qual quadro oriental, em representação,
da natureza.

E, batendo, à minha janela, deixo, que a noite, invada
meus aposentos, concebida, que foi a metamorfose:

e somente, uma lâmina de prata, continua a brilhar,
por sobre as águas, deste eterno rio, tendo a lua por cima.

Para além de mim, espreitando à janela, apenas, um belo
gato, se passeia, desenhando sua sombra, no muro, num
caminhar felino, deixando atrás de si, toda a sua graça.

Resolvo-me a fechar tudo. Desejando-lhe, toda a sorte,
para mais uma noite, de ganhos e de perdas…

Pensando bem, todos somos feitos, destas pequenas, grandes
coisas.

Jorge Humberto
24/05/09

terça-feira, 15 de dezembro de 2009


DE LINHO TE VESTI


São de tristeza meus dias passando
se não te tenho para me cantares
a canção que soubemos escolher
para dizer de nosso amor.

São de tristeza meus dias correndo
se não te vejo naquele singular tempo
em que tudo pára e a paixão se enleva
a caminhos promissores.

São de tristeza minhas noites e meus dias
quando à janela no lusco-fusco
não obtenho a gratidão de teu rosto
formando-se numa nuvem qualquer.

São de tristeza os meus silêncios
quando sozinhos não ouvem teu coração
bater-se inconformado salvando-me da solidão
que a mim próprio impus como uma cruz.

São de tristeza meus lugares
se tu não te encontras à minha espera
no sítio a nós reservado com o bem maior
que plantamos para a nossa vida duradoira.

E são de alegria os dias vindouros
em que te visto de linho e te enfeito de nardos
em plena conjunção com o universo,
Concreta afirmação de teu ser.

E são de alegria estas flores que te colhi
no jardim que nos fez homem e mulher
sujeitos impar à conquista de seu espaço
que com elas quis nomear-te eternamente.

Que nunca me abandones à sorte
que espera os incautos dos que lutam por
amor como o seu bem maior
a levar pelas suas vidas sem retrocesso.

Jorge Humberto
11/12/09
MI REGALO
Martin Calzada


Esas formas maduras
completas de vida.
que motivan mis ojos,
hacen reaccionar mis manos..

Como conoces cada sensación
que despiertas en mi.
No te importa mi cansancio?


Caminas delante mío...
te paseas como bailando
la mas grandiosa
de las danzas de la seducción.
Y lo logras...!!

El control cae despacio...El de mi...
el de la "tele" se perdió hace rato.

En solo un instante,
dibujas burbujas en mi mente
borroneando todo...
hermoso y deseado elemento de placer
envuelto en el mejor
papel de regalo...

En segundos visto
de alfombras celeste la pieza
Rompiendo el cálido envoltorio...
Con mi boca y mis manos.
Cada roce nos acerca,
cada beso es un paso...
hasta que al final el grito...
inundado de humedad...

Tu placer !!!! Mi regalo !!!
Sem título
Martin Calzada


en papel escribo mi tristeza
tan leve y el viento no la lleva,
tan tierna y el sol no la seca.
noble como el silencio que camina en la noche
simple y pura como el agua que corre.
sin que nadie se de cuenta
que la pario ayer la tormenta.

en papel escribo mi tristeza
tan dura y al alma no le pesa,
tan amarga y el alcohol no la ciega.
traicionera como helada de invierno
hermoso paisaje de pastos blancos.
sin que nadie se de cuenta
que el frio de la mañana
solo deja rosas muertas.

en papel escribo mi tristeza,
y te agradezco mi vida,
por hacer que escriba de ella.
lleno de recuerdos vividos en amores.
sin que nadie se de cuenta
tengo las hojas de mi vida, verdes y es otoño.
y en papel escribo mi tristeza

ESCRIBO
Martin Calzada


Te escribo
por que mis manos apretadas
no tiene las tuyas para aliviarlas.

Te escribo
por que mis ojos nublados
No tienen tu luz para guiarlos

Te escribo
por que mi mente enredada
No tiene la lucidez de tu silencio

Te escribo
por que mi cuerpo congelado
no tiene la calidez de tus besos

Te escribo
por no tenerte
y por haberte tenido, y no saberlo.
En verdad.. no te escribo yo..
te escribe el amor
Y eso lo tengo.!!
DESVELOS
SKORPIONA®

Recorro mis desvelos
por cada esquina de mi caja,
impregnada de secretos
hacedora de locuras.

Maquillo sueños a mi antojo
en mi barco de burbuja,
de acero el capitán
mi cintura su timón.

Su anzuelo me atraganta
me ahoga su pasión,
encallado está en mi cuerpo
varado en pleno mar.

Indiscreta es la ranura
que ilumina con su luz:
madruga el nuevo día
se quiebran mis desvelos.
TU VENENO
SKORPIONA®

Cual lava ardiente
que calcina tus huesos,
siento la tibieza de tu piel
cuarteada por almanaques de vida.

Acaricio hilos blancos en tu nuca
que caen como hojas en otoño,
la sabiduría expande sus caminos
y los desvanece como al polvo.

Como loba en celo
andaré al acecho,
para libar el licor
de tu veneno.

QUIERO SER
SKORPIONA®

No quiero en tu vida
ser una rutina,
sumisa cual mascota
despierta
tibios sentimientos.

Quiero ser
ese huracán
que provoca tempestades
arrastrarte en mi marea,
fuerte viento que deshoja
arranca de raíz,
árboles frondosos.

Quiero ser
la furia de los cielos
enardecida,
arder sobre tu piel
como lava de volcán.

Quiero amanecer
estrechada entre tus brazos,
reflejarme
en el espejo de tus ojos,
respirarte
oxígeno en mi vida,
quiero escuchar
latir los corazones.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mujer
Gabriel Impaglione

Esencia original del pan y la alegría.
Ramo de luz que viene por el hijo,
le otorga palabra y fundamento,
confiere verdadera estatura de hombre
y con un soplo apenas,
brisa de claridad, avenida
de invisibles mariposas,
extiende el sendero del amor en la tierra.
Multiplicadora de nombres y geranios,
sabores, fusiles y banderas
(que es mujer la Patria
Mujer la dignidad y la rosa.)
Establece primaveras con la boca
gobierna los ciclos y las cosas.
Núcleo celeste
corazón del tiempo
fortaleza de la ternura.
En sus mareas el sol y la luna
son peces de plata que convocan
los oficios del hombre y de los sueños.
Ay cántaro del día!
Puñado de agua, llama
en el silencio de las horas huecas.
Mitad que me desmuere.
Honda plenitud de la maravilla.
Los que entonces levantaban ciudades
Gabriel Impaglione

Los que entonces levantaban ciudades,
hacían girar las ruedas y los vientos,
torcían el cauce de los ríos y del hambre,
alzaron la piedra, el puño, la palabra.
Crecieron bajo las banderas.
Hundieron la espesa tiniebla del miedo instaurado.
Los tuve frente a frente una tarde,
cuando huía de la silla constrictora.
Me tendieron sus manos de futuro.
Junto a ellos construí mi corazón y mi casa.

Gabriel Impaglione
A los pescadores de Reta

Fue tarde entonces cuando estrené los brazos.
Cuando recibí barba y bandera
las orillas estiraban
su soliloquio entre los pájaros
y no había sino huecos espumosos
en el lugar donde se multiplicaron las barcazas.
Quién sabe dónde las redes,
en qué graves mareas se hundieron los oficios.
Llegaban cegando la luz horizontal
del crepúsculo
cargados de plata refulgente,
agotados y sonrientes bajo sus sombreros.
Victoriosos burladores de arcanos marinos
llegaban a la costa montando las rompientes,
blandiendo sus puños mordidos por las cuerdas.
Allí latían revelaciones de ultramar,
se narraba la gran ciudad del agua y el salitre,
comenzaba la contabilidad pieza por pieza
de mano en mano, centavo a centavo.
Se le cantaba al cardumen como al sol o al aire.
Llegué tarde al vértigo del oleaje,
al perfume exacto de la rosa de los vientos.
Allí, de pie, en otro siglo de huellas descalzas
tan sólo un roído barco hundido en la arena
y lejos la estela de los pesqueros invisibles
sobre cuya ruta aún trazan su círculo las gaviotas.
De vez en cuando un viejo pescador emerje
vestido de algas, de peces de relámpago,
y desata los nudos marineros de los vientos
mientras un niño, calladamente alegre
rompe el límite del agua con la risa.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009


DOIS ANOS DE AMOR PARTILHADO

Se alguma coisa, em algum momento,
pude supor, no supor, que te supunha,
por te supor, sem nem te conhecer,
é porque, mais do que te supor, certeza já
havia e nem duvidas, em mim cabia,
de que eras tu, aquela, que sempre desejei.

Perfeitos desconhecidos, um do outro,
não pude deixar, de evitar e de ver, o que,
apenas, a meus olhos, alcançar, era então
permitido. Como se, por uma qualquer
razão, na minha memória, tua presença,
jamais, se houvera apagado, no ir da vida.

E ali estavas tu a meu lado, porque te fui
buscar, a tempos já havidos, por nós pois
já vividos, e que, minha lembrança, de
outros tempos, resolveu resgatar, em seu
intuito, de renovar, um amor, de há muito
(quando, não lembro), concebido.

Disse-te, que tu serias, a primeira, de entre
todos, quem por mim, viria a ser a escolhida,
quando, sem que o soubesses, eras tu, tudo
o que eu queria.
E no nosso segundo dia, tímido como nunca,
perguntei-te, se comigo, querias namorar.

E para minha satisfação, «sim», foi a palavra.
E desde aí, crescemos e aprendemos, um,
com o outro. Um fruto, que foi amadurecendo,
quer chuva viesse, quer sol, fizesse. Mas do
namoro, que sempre cuidamos, esse é eterno,
lembrando, aqui, o seu segundo aniversário.

Jorge Humberto
05/06/09
para Nanci Laurino & Jorge Humberto

SENTIDOS VERSOS PARA MI NAN

Qual pássaro, em toda a sua beleza,
rasgando mil céus, novos horizontes,
assim tu para mim e minha certeza,
teu corpo, água, de todas as fontes.

Se caminhas pés descalços pela erva,
tudo à tua volta cresce, fruto ou raiz.
Da natureza e sabedoria, és Minerva,
e eu o povo que venera teu real cariz.

E teu sorriso, é meu eterno alimento,
se acaso naufrago em todo meu amor.
E ansiando tua mão, deixo juramento,
ser para ti sem receio nenhum rumor.

Quem dera, amor, um dia merecer-te,
assim o sol pelo cantar das andorinhas.
E os sonhos viriam, lá do mar trazer-te,
no correr das manhãs, notícias minhas.

Jorge Humberto
25/06/09

Homenagem de Nanci Laurino à Jorge Humberto

SEUS VERSOS


Seu versejar claro, tal qual suas emoções
Que cristalina transpassam a alma e invade meu coração.
Poeta amado, admirado por todos.
Raiz da alma em sangria desata
Desnudando versos invadindo a alma.

Sorriso maroto tal qual um garoto
Ao descobrir a vida em liberdade infinda
Sorrateiros gestos de quem cativa
Em palavras doces, tal é a valia.

Olhos cativos de um amor dolente
Lábios macios tal qual nuvens que carregam o céu
Poemas de amor, falas muito bem
Amado seja, sempre e mais além.


Nanci Laurino
07/12/09
OH MAR PARIENDO ESTRELLAS!

Siento un escozor en la palabra
mientras una boca sangra
dolor en la oscuridad...
chorrea sangre tibia.
Se oye como un perro ladra a las lunas
y otra boca aúlla.
El desierto alacranado y el viento norte se besan,
en la penumbra oculta de los ojos
acuosos y de un gris metalizado,
sobre la piel que cruje acartonada
en algún rostro desconocido…
Esos ojos tan sólo ven metáforas
con patas largas...
en las crestas del tercer ojo del sol.
Diminutas arañas, y reptiles calenturientos
se retuercen en horizontes de sombras.
Lenguas bífidas atrapando insectos,
la Tierra con desesperación, aguanta
las heridas dejadas tras su arrastre.
Dibujo círculos en el aire…
y veo caerse de su rosa los pétalos,
desnudarse ante las ondas,
las rayas ignotas del ciberespacio.
Quiere hacer el amor con noctámbulos
solitarios y soñadores,
mientras el fuego borra la memoria
elevando los restos del ayer,
añorando los dulces abismos
de La muerte, la vida, el odio, el amor…
Ya el perro no ladra,
el perro sin nombre, el innombrable
de dudosas sensaciones
cargando con los restos,
se esfuma con la sangre
y los líos impúdicos interiores…
Es la noche que se da la vuelta;
y enseña su desdentada dentadura,
viene hacia mí, desde algún lugar desconocido
sosegada, despacio me mira de frente
y me hace un guiño…
Y fundamento la certeza
de que ha llegado el momento
de la creación…
Mujer de mar resuelta en poema infinito
que habla con los ángeles,
y con los lobos humillados
después de muchas noches,
de muchas lunas y muchos soles
en un orden mágico…
Roto, solamente por la evidencia del aullido
de otra mujer en su demencia,
rompiendo en su arrastre tiempos de papel.
Ésa que no sabe de angustias en los ojos,
y que ofrece sangre corrompida
por no sanar infecta las heridas…
Entonces; la mujer de mar
espera se torne borrosa esa silueta,
donde estalla la soledad.
Y emerge de la profundidad
marina pariendo estrellas.

Mª Mercedes Pérez
®Mertxy©
Mil besitos de agua
¡COMO LA CIGARRA…SEGUÍ CANTANDO!

¡Desprecio! de ahí… no pasas,
tirano, que ésta; es mi casa!
Te presentas, como intrigante
con las verdades forzadas.
Armazón de telaraña,
rata de alcantarilla,
excreción de maldades,
cosechas con vil malicia.
Jactancia, del insolente
crueldad e inmundicia.
¡Y te las das de inteligente!
Juez y verdugo; a un tiempo.
Asesino ruin de la palabra.
Descuartizador de las letras.
¿Vos habláis de poesía?
¿De las cosas bien hechas?
Egocentrismo del patán,
Sabiduría… de apariencia.
Hiena riéndose del rebaño
¡De tanta y tanta oveja!
Insolencia de ahí; no pasas.
¡No traspasaras mi puerta!
Pues aunque tú, no lo quieras
detrás de ese dintel…
¡Vive una poeta!
Que no le debe su canto
ni a la lisonja barata,
ni su pluma estuvo,
ni estará: jamás en venta,
ni su musa caerá muerta.
Búscate, dando la vuelta.
Gírate… sobre tus intrigas
en noches, de candilejas inciertas
buscaste… los botones
en las flores ya marchitas.
Envuélvete como murciélago
…en tus alas negras
y piérdete mucho más allá…
de la sombra de las estrellas.
Pisaré tus desdenes,
machacaré tu cráneo,
retorceré tu cuello,
echaré a los vientos
tu plumaje infecto,
¡Cadáver hipócrita!
Cada vez que cante…
que mi pluma escriba,
y repose mi cuerpo…
y mis ojos hagan poesía.
Siempre con tilde… española
pero nada nacionalista!

Mª Mercedes Pérez
®Mertxy©
Mil besitos de agua

Podrán amordazar mi boca, cortar mis alas.
Sobreviviente como la cigarra
¡ Jamás callará…mi pluma seguirá cantando!

Y QUIÉN ME LIBERÁRÁ DE MIS FANTASMAS?

Hoy me levanté envuelta con la duda y la gran pregunta
¿De Quién será capaz, de llevarse de mí los fantasmas?
¿Quién será el osado, que acierte a descifrar el enigma
y consiga en mi laberinto, deshilar el ovillo de Ariadna?

Porque me circundan, unos miembros temerarios,
oprimiendo en mi alma el tiempo de inquisiciones.
Y ni en sueños paralelos, logro libertad de espacios
que curen las heridas, de los hombres y las naciones.

El tiempo pasa y es sin tiempo, siempre lo mismo
en la mirada inmovilizada, del niño con hambruna
habitada por miles de insectos, zumbando mutismo
sobre su boca sellada y enferma sin voz ninguna.

¿Acaso tú: que pones banderas a los sin bandera
ofreciendo sueños de escaparate… a los de fuera,
robando a los tuyos la identidad? y la tierra descubriera
avergonzada: que siente ser ella… quien os pariera!

¿O tú; que por tu afán de selección te erigiste dios
renegando del hijo y su signo mismo, por ser judío,
creando con tu cruz svástica ,tanto daño y delirios
todos ellos concentrados y no en campos de lirios?

¿Y tú gran señor: dicen eres del mundo el dueño?
- de un mundo de ganado, dirigido y no pensante-
pues bien sabes como ganadero, que si pasta el rebaño
piensa poco… aunque abuses del poder insultante.

¿A tí? - ni Alá le pregunto, pues ya no estás… cómo otros
aunque hay mucho que preguntar, a los que quedan…
luchando aún con sus sueños pobres y miembros rotos,
por tu fanatismo religioso en los campos cruces abundan.

¿Quién logrará parar la mano del amor posesivo
y enfermizo, que regala rosas y besos de muerte
a la amada débil, por el miedo atávico y represivo,
que va poblando las tumbas de tanta vida inerte?

¿Quién logrará abrirme el camino…?
¡Liberarme… de esta soga y estas rosas!
De la prisión en que mis fantasmas
me han metido.
Donde está la salida?
Que ya no creo en ningún discurso.

Mª Mercedes Pérez
Mil besitos de agua
®Mertxy©

CORAÇÃO MALTRATADO


Coração maltratado não deixes nunca
de bater esse amor que te vai no peito
nem caias na desesperança de uma
paixão perdida…

guarda só o que é de guardar
e consola-te no silêncio do que já foste.

Coração apaixonado,
por mais rudes que sejam os silentes versos
bate coração até te perderes…

e sê o inverso do que te disseram
a meio a mil e uma ausências sem causa.

Jorge Humberto
05/12/09

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

TEMPESTAD ESPIRITUAL
Enrique Ojeda  


Solo,
con mis penas a cuestas
y una esperanza viva.

Solo,
en mi búsqueda infructuosa,
a pesar de seguir tras de tí,
en la huellas que has dejado ¡Padre mío!.

Solo,
frente a una multitud que me atormenta con preguntas necias.

Solo,
con mis penas a cuestas y una fe que se esfuma...

Solo,
sin esperanza de verte por última vez.

Solo,
Añorando en silencio, tu recuerdo de peregrino.

Solo,
ahogando mi tristeza, sumergido en la nada.

Solo,
aterrorizado ante la llegada del fin de mis días,
ignorando por siempre, tu silenciosa partida.
HERMOSO DESPERTAR
Enrique Ojeda  


Me piden que silencie mi voz.

Ahora,
¡cuando apenas a cabo de encontrarme!...

Ahora,
cuando he oído por doquier; mi voz altiva, mi grito irreverente.

Ahora,
¡que he visto mi alma entera hecha añicos!.

Ahora,
cuando al fin me dado cuenta de que existo...

Ahora,
cuando escucho el eco de la guerra imperialista,
amenazar con saña los sueños tuyos y míos.

Ahora,
cuando al fin he descubierto el horror y la desolación,
que espera a la semilla que nacerá mañana.

Ahora,
cuando prefiero mil veces la muerte,
a seguir humillado por siempre.

Ahora,
cuando he descubierto cuanto soy capaz de dar por defender
a mi hermosa Patria grande.

en papel escribo mi tristeza,
y te agradezco mi vida,
por hacer que escriba de ella.
lleno de recuerdos vividos en amores.
sin que nadie se de cuenta
tengo las hojas de mi vida, verdes y es otoño.
y en papel escribo mi tristeza

ELEGIA PARA DALILA
Enrique Ojeda


Si tú supieras,
el significado del silencio,
No dejarías extraviar por tiempo indefinido
El eco de mi voz extrañándolo todo.

Si tú supieras,
La terrible nostalgia que sin piedad consume mi alma,
cuando abruptamente tus palabras invisibles como el viento,
refieren ante mí tu tristeza.

Si tú supieras,
que desde lo más recóndito de mi bucólico espacio,
busco afanosamente a través de esta enmarañada red intangible,
la imagen responsable de mis sueños rotos por el abrupto amanecer.

Si tú supieras,
cuan tormentoso ha sido este delirio irracional,
que me ha permitido amar cada cosa que venga de ti;
tus irascibles comentarios,
tu conmovedor resentimiento,
tus picarescas alusiones,
tus notas,
tu adiós,
tu silencio indefinido.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Sí me conocieras
Adela Castillo


Amor, sí, en realidad me conocieras,
hoy estarías conmigo, dándome amor
sabrías el porqué me siento de tal manera
Mas te llamo y no responde tu dulce voz

Sabrías que en esté instante te necesito
Con el alma abierta, brindándome amor
Acariciado el alma, que está desecha
Alimentarías con paciencia mi desolación

Sí me conocieras, me darías tu tiempo
Me regalarías, sin duda, la constelación
Me perderías en lo amplio del universo
Improvisarías para mí una canción de amor

Detendrías tu mundo al ver mi nostalgia
Inventarías mil modos de profesar tu amor
Me estrecharías con frenesí entre tus brazos
Beberías el llanto salado de mi descontrol

Sí me conocieras, estarías aquí conmigo
ahuyentado la tristeza que hoy me visitó
lo harías con ese encanto que te caracteriza
le devolverías la calma a mi corazón
Presagiando el adiós
Adela Castillo

Me levanté, y me vestí de un color radiante
respiré hondo y profundo antes de marcharme
sabía que nuestro encuentro sería extenuante
pero, haría lo mejor de ese indeseado instante

Es difícil decir adiós cuando aún se ama
mirar a los ojos, sin que corran lagrimas
forzar la sonrisa y ocultar el dolor que cala
evitar no abrazarle, por no rasgar más el alma

Me maquillé el rostro cubriendo la tristeza
invoqué con ímpetu la fuerza de la dureza
estudié mil ensayos de las palabras perfectas
le diría adiós, fingiendo la mayor destreza

Sin llanto, sin argumentos de historias viejas
sin preguntas, sin porqués, abriría la puerta
le dejaría libre, sin culpas, sin fallas impuestas
le estrecharía la mano, después... daría la vuelta

Pero fue imposible, mi llanto delató mi tristeza
mis labios callaron, olvidaron las estudiadas letras
mi alma se abrazó a la suya, sin importar reglas
y mi rostro se vistió de luto y lloró su ausencia.

Dulce locura
Adela Castillo

No tenía alas…pero volé
Llegué hasta ti, y tu alma toqué
Besé tus labios, bebí de tu miel
Y mi mundo…lo puse a tus pies

No era libre…pero me liberé
Te amé, sin saber por qué
Placidamente en tu cielo volé
Y en tu regazo… sin más, descansé

No era real… pero fue mi sueño
Y lo viví con gran desempeño
Tu voz, tu risa, tu mirar intenso
Me transportaron al mismo universo

No era lógico, pero enloquecí
Locura que nubló el razonamiento
Fui feliz, y lo sigo siendo
Con sólo saber, que fuiste sincero

En éste mi mundo, se ama por amar
Se sumerge al mar, a huracanados vientos
Mas no hay campo para lamentar
Lo que viví contigo…fue todo un evento

À CLASSE OPERÁRIA


Nesta vida de sacrifícios e de muita luta,
Foi que o homem perdeu todo o seu sentido…
De que lhe vale pois a velha e digna labuta,
Se anda neste mundo como que perdido?

Tudo agora é mecanizado e infecundo,
Já não cabe aqui o robusto trabalhador…
E é por isso que mui mal vai este mundo,
À custa do pouco escrupuloso opressor.

Escritórios como olhos vazios de bustos,
Proliferam por todo o lado – e seus patrões,
Mais preocupados com os elevados custos,
Do que com os desgraçados corações,

Das gentes que trabalharam uma vida inteira,
Para ter o futuro assegurado na sua velhice.
Mas o que vai à frente, tomando dianteira,
É toda esta nova e poderosíssima canalhice.

Ah, que eu morra aqui por ti, ó desventurado,
Pois só isso fará sentido de agora em diante!
Trabalha e luta, conforme o bem estipulado –
A todos o régio direito de trabalhar doravante.


Jorge Humberto
31/08/07


À ESPERA DELA


Se te sonho, se te espero e desespero,
Maior é a minha vontade
De te ter, nos meus braços, como
Se a manhã
Fosse uma simples consequência de nosso amor.

Mas nada nem ninguém pode aqui supor,
A bem da verdade e dos factos,
O tamanho de nosso amor.

E, embora
Separados, por este oceano, que nos frustra e
Sustenta, dia após dia, na convulsão de
Nossos desejos mais íntimos, é ele que nos eleva
A outros patamares, que muitos teimam em negar.

Verdade porém se diga que já não posso passar
Sem ti,
E é com o teu rosto
Que brinco, vendo-me outra vez menino,
À espera dela, à espera dela.

Jorge Humberto
20/07/07

CHUVA E SOL


Lá aonde os céus ditam suas regras, troveja
e cai uma chuva sem parar,
molhando tudo à sua passagem,
pessoas, jardins, estradas e carros.

As pessoas correm sem sítio certo
para se esconder, mas sei que as rosas
a esta hora sentem-se mais vivas do
que à instantes atrás, e que o louva-a-deus,
camuflado misturado com as flores,
reza pela sua próxima vitima.

Vestindo uma capa saio à rua sem me
importar com o enorme lacrimejar do céu,
e dou por mim a observar os pássaros
muito sossegados debaixo das ramas
frondosas das árvores, enquanto ao
longe os céus se enchem de luz, e as flores
se vergam sobre o peso da água.

A esta altura todos os insectos fazem
suas improvisadas casas no reverso das folhas,
para assim se protegerem da chuva, que
não pára vinda lá dos céus revoltos, e folha a
folha vou vendo como a vida se protege em dias
de intempérie.

Alguns caracóis com os corninhos à chuva,
passeiam-se vagarosamente neste tempo
que os faz sair de seus esconderijos e vagar
livremente, fazendo sobressair a cor de suas
casas.

E num repente tudo passa assim como
começou a chover, raios virgens de luz emitidos
pelo sol começam por secar aos poucos a muita
água caída e os animais retomam a sua actividade,
enquanto as pessoas lamentam a roupa
toda molhada.

E é então que tudo retoma uma certa normalidade
e ao sol as flores ruborescem, os pássaros
cantam para se agrupar, e as pessoas evitando
as poças de água no chão, vão a casa trocar de
roupa molhada por roupa seca…
E mais um dia de chuva se passou, dando lugar a
um céu limpo e um sem número de nova vida.

Jorge Humberto
04/12/09