Jorge Humberto

Nascido, numa aldeia Portuguesa, dos arredores de Lisboa,
de nome, Santa-Iria-de-Azóia, Jorge Humberto, filho único,
cedo mostrou, toda a sua sensibilidade, para as artes e apurado
sentido estético.
Nos estudos completou o 6º ano de escolaridade, indo depois
trabalhar para uma pequena oficina de automóveis, no aprendizado de pintor-auto.
A poesia surgiu num processo natural, de sua evolução,
enquanto homem. E, a meio a agruras e novos caminhos apresentados, foi sempre esta a sua forma de expressão de eleição.
Auto didacta e perfeccionista (um mal comum a todos os artistas), desenvolveu e criou, de raiz, 10 livros de poesia, trabalhando, actualmente, em mais 6, acumulando ainda
mais algumas boas centenas de folhas, com textos seus,
que esperam inertes, no fundo de três gavetas, a tão desejada e esperada edição, num país, onde apostar na cultura, é quase que crime, de lesa pátria.
Tendo participado em algumas antologias e e-books, tem alguns prémios, sendo o mais recente a Ordem de la Manzana,
prémio atribuído, na Argentina, aos poetas e escritores, destacados a cada ano.
A sua Ordem de la Manzana, data do ano, de 2009.
Sendo ainda de realçar, que Umberto Eco, também foi merecedor, de receber essa mesma Ordem, de la Manzana.
Do mais alto de mim fui poeta... insinuei-me ao homem...
E realizo-me a cada dia ser consciente de muitos.
Quis a lei que fosse Jorge e Humberto, por conjugação
De um facto, passados anos ainda me duvido...
Na orla do Tejo sou Lisboa... e no mar ao largo o que houver.
Eu não sei se escrevo o que penso se penso o que escrevo.
Tenho consciência que escrevo o que me dita a alma e que escrevo para os outros, como forma de lazer ou de pura reflexão.

Escrever é um acto de crescimento para o seu autor e é uma forma de valorizar a vida. Não sei porque escrevo mas sei porque devo escrever.

Menção Honrosa ao Poeta Jorge Humberto

Entrevista do poeta concedida ao grupo Amantes do Amor e da Amizade

Quem é Jorge Humberto?
R: Jorge Humberto sempre teve apetência para a arte,
através do desenho e da pintura. A meio a agruras da vida,
nunca deixou o amor pelo seu semelhante. Auto didata e perfeccionista,
sempre levou seu trabalho através da sabedoria e da humildade.

Em suas veias tem sangue poético hereditário ?
R: Não, sou o único poeta da família.

Como e quando você chegou até a poesia?
R: Cheguei à poesia quando estava num castelo em França,
e escrevi um poema, altas horas da noite, sobre a liberdade
que todo o Homem anseia.

Como surgiu sua primeira poesia e se ela foi feita em momento de emoção?
R: A resposta foi dada acima.

Qual o seu tema preferido ?
R: Não tenho um tema preferido, escrevo sobre tudo, mas como poeta,
que quer aliviar a solidão de muitos de meus leitores, tenho escrito de há tempos para cá, sobre o amor e reflexões e alguns poemas bucólicos.

É romântico ? Chora ao escrever?
R: Acho que sim, que sou romântico, mas os outros falarão disso melhor do que eu. Já chorei a escrever.

Qual sua religião?
R: Agnóstico


Um Ídolo?
R: Fernando Pessoa

Você lê muito? Qual seu autor preferido?
R: Leio todos os dias, quando me deito. Meu autor preferido é o que referi como ídolo.

Quais seus sonhos como poeta?
R:Ver meus poemas impressos em livros e que meus poemas
tragam algo de bom a quem me lê

Como e onde surgem suas inspirações?
R: Surgem naturalmente, através do que vejo, sinto e penso.


Você já escreveu algo que depois de divulgado tenha se arrependido?
R: Digamos que meu lado perfeccionista, já me levou a alterar alguns poemas originais. Mas depois de algumas poesias, em que lhes dei outro cunho, não achei por bem mexer, naquilo que nasce de nós, assim como nascem são meus versos, que divulgo.

Qual o filme que marcou você?
R:" Voando sobre um ninho de cucos/

Como é o amor para você?
R: O amor é dádiva, compreensão e um bem querer de um querer bem.


Prêmio conferido à Jorge Humberto em setembro de 2011

Prêmio conferido à Jorge Humberto em setembro de 2011

Cuidando dos Jardins

Cuidando dos Jardins
Jorge Humberto-2011

Poeta de Ouro mês de Novembro de 2011

Poeta de Ouro mês de Novembro de 2011

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


À VIDA ME DEI



Tudo o que a sorte me negou,

aos caminhos que escolhi,

num passado distante lá ficou,

no presente, eis… me vivi.



Longe joguei as recriminações,

todas as palavras malditas,

das vis e insensatas insinuações,

das estradas então proscritas.



Tijolo a tijolo, ergui o meu ser,

que no espelho se via;

e a cada ditoso amanhecer,

de mim, o que prevalecia.



Quais vermes rastejando no chão,

intentaram demover-me,

porém, apelando ao meu coração,

de deter, não deixei deter-me.



Então dei-me ao sol, e à pureza,

com toda a sagacidade,

caminhando com mui destreza,

meu ser feito humildade.



Jorge Humberto

21/12/01

REDOMA







Com olhos de nada,

Que pode alguém imaginar,

Senão o que supõe,

Por afectação?



Supor é nada:



Ausência

Por comparação.





Jorge Humberto

In "Assim as Palavras Livres"

DE LUTAR FICOU-ME A LIBERDADE





Não mais, não mais esta inconstância,

que durante anos e anos,

deu-me à sorte e ao fado, este mundo,

de mãos vazias, entregando-me ao



vil sortilégio, de acasos e promessas,

que não se podiam cumprir,

por ser a metade do homem, que já

fora, sem grilhetas nem algozes.



Assim, sozinho, me rebelei e cuspi

bem longe, a vil mordaça,

que muitos se apraziam e insistiam,

negando-me a vontade,



que de punhos cerrados, alto os ergui,

contra a difamação

e o desprezo, com que me cobriam,

espezinhando meus olhos,



que já eram dados ao resplandecer,

de um outro sol em mim,

apresentando-me a caminhos lúcidos,

de onde, enfim, fui liberto.



Jorge Humberto

19/12/11

A ALEGRIA DE NOS LIBERTARMOS



Quem dera a palavra certeira

e que fosse nos outros

o eco mais ansiado e duradoiro

para com suas dores e solidão.



E que meus versos fossem quais

asas de mil pássaros

para com os indecisos desta vida

que ainda não se libertaram



de recriminações e auto piedade.

E eu fosse só o sublime

jardim enfeitado de cores tantas

trazendo em minhas mãos



o sorriso das pétalas dadas ao sol.

E daí partissem indómitos

enfrentando os caminhos por mais

árduos que se mostrassem.



Como um rio perene cheio de força

seriam os seus dias

conscientes de seu valor humano

e de sua importância no mundo.



Jorge Humberto

18/12/11

INVERNO





Murcharam as flores, que, pelo frio,

jazem, em agonia, nos jardins.

E aquele encanto, que de minha janela,

eu absorvia, foi-se com as borboletas,



e os pássaros, que cobriam, de asas,

o céu, no seu azul mais intenso.

Rareia o sol, que se mostra timidamente,

a espaços, por entre o negro das nuvens.



E a chuva forma poças no chão, em círculos

sinuosos, respingando gotas, no

cair das águas. Enquanto o Tejo, extravasa

seus limites, invadindo as terras.



Dúcteis versos, escorrem de meus dedos,

como as águas nas vidraças,

assemelhando-se a pequenos rios, que

ziguezagueiam, no plano translúcido.



E há uma saudade, de qualquer coisa aqui,

que às flores traz vida e colore

os jardins, de lindos matizes, que soltando

vão, suas doces e finas fragrâncias.



Jorge Humberto

17/12/11

ESTE POVO QUE A SI SE PERMITE



Temo, que meus gritos lancinantes,

mais uma vez não sejam ouvidos,

pelo despotismo dos governantes,

que a voz não escutam, dos ofendidos.



Esses que vão na vida acreditando,

que a liberdade e equidade prevalece,

sem guerras, fome nem mando…

mas é lutando, que o povo se enobrece.



De sangue, carne e nervos, os versos

que sempre deixo, em prol do meu povo;

todo ele igual mas também diverso,

na procura constante, de um mundo novo.



Assim escrevo; de mim mesmo me atrevo;

ser no povo, o que não cala ou omite;

dessa voz perene, que é todo o enlevo,

de quem, ante as agruras, a si se permite.



Jorge Humberto

16/12/11

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Malhas JH Declamado por Astir Car

FadoJH Declamado por Astir Car


SOLIDARIEDADE E NOBREZA



Ainda falta muita sinceridade,

no gesto, que aos outros,

levamos, que se quer sem favor,

e sem avaliações egoístas.



Devemos dar, sem pedir nada

em troca, que não,

o sentirmos, que o que damos,

é realização pessoal.



A solidariedade, não deve ser

palavra meramente

vã, mas sim a nossa real vontade,

em ajudar os demais.



Que, no mundo, não somos sós,

mas um todo, inequívoco,

sem pudores nem vis estigmas,

que levem à rejeição,



daqueles, que, de alguma forma,

a vida se lhes injustiçou,

presos a xenofobismos e demais

prisões e omissões.



Jorge Humberto

15/12/11

EIS-ME ASSIM





Meu pensamento me diz

pela emoção sou nos outros

sou tal qual um chafariz

de águas límpidas e sedosas.



Sou tantos que me confundo

(passo errante no caminho)

e habita em mim o mais profundo

dos sentimentos a porvir.



E é pela poesia que me entrego

despido de vis pudores

a nada nem a ninguém renego

o amor que me conduz.



Trago pela mão uma criança

e mil flores coloridas

pois é delas a minha esperança

de um mundo a se sorrir.



Cabe ao poeta a generosidade

de a cada verso seu

levar a mais discreta humildade

que nos olhos se faz certeza.



Jorge Humberto
14/12/11

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


FADO… QUEM TE ESCUTAR



Canto o fado com a alma na mão

me transcendo pela entrega

que faz vibrar este meu coração

soma exposta pela refrega



No cantar todo eu sou emoção

saudade e terna harmonia

que pela luz de um castiço lampião

leva adiante real melodia



Nas mesas o vinho bem refinado

andando de boca em boca

eis que traz à tona o fascínio do fado

se cantado com voz rouca



Que de preto me visto a preceito

para nele me enlear

pois todo eu sou o mui fatal trejeito

que à pele traz arrepiar



E de olhos fechados e à comunhão

deixo-me abandonar

por esta sempre eterna sedução

que é o fado a se cantar



Jorge Humberto

13/12/11

A CADA NOVA MANHÃ



De mãos nos bolsos, sereno

contemplo a natureza,

em toda a sua infinita beleza,

que, nos olhos, eu irei



guardar. O rio é um lençol

de linho, bordado

com o azul do céu, cravejado

de filigranas, prateadas.



No vai e vem das águas livres,

as ondas cavalo,

não sofrem qualquer abalo,

procurando sua foz.



E leve, levemente, são os

barcos, singrando

o Tejo, que vão almejando,

no deslizar da proa.



Ao longe, bem resguardadas,

as aves migratórias,

trazem mil e uma histórias,

da estranja, mátria.



E o cândido sol, traz-me, aos

passos, o caminho,

no qual, divagando sozinho,

sonho prenhes futuros.



Qual o colorido destes jardins,

nas flores, a esperança,

de um sorriso de uma criança,

a cada nova manhã.



Jorge Humberto

12/12/11

domingo, 11 de dezembro de 2011


MALHAS DESTA VIDA





Palavra a palavra, ergo meus versos,

alicerçados pela emoção,

que do pensamento, se diz presente,

a tudo quanto sou nos outros.



(Flamejante sol, vindo de lá do horizonte,

debruando os meus dedos,

de finas filigranas, e que mais não são,

do que poesias, por nascer).



Malhas desta vida (que são tudo, o que

o meu olhar alcança),

construindo cidades e excelsos poetas,

nascidos de meu coração.



Jorge Humberto

11/12/11

GRITAREI ATÉ QUE A VOZ ME DOA



Minha voz, que não se deixa castrar,

deixo que o vento a leve,

até que poise, nas estames das flores,

ou no acre colo da solidão.



Pela brisa sempre se faz acompanhar,

levando um pouco de sua

solidez, aos que são mais necessitados,

e se deixam vencer pelo cansaço.



Ao mundo ela pertence e se agiganta,

quando se depara com a

iniquidade, que fere e mata, a dignidade

e toda a humanidade, que



é pertença devida, de todo o ser humano.

E eis não se cala, no propósito

de levar, a todos quantos se atemorizam,

a verdade, que lhes cabe.



E até que esta minha voz me doa, omissa

não será nem passiva,

pois que de peito aberto, bem alto há-de

gritar, por um mundo mais justo.



Jorge Humberto

10/12/11

DA LUTA QUE TRAVEI





Estendo uma corda de músculos

cravo meus braços com setas

dou-me à luta que não renega a sorte

de um fado marinheiro.



Nas esquinas e cantos mal-afamados

arremessei lanças certeiras

contra o focinho inquisidor da palavra

ao alto ergui meu pendão.



Ressurgido dos corpos amontoados

que jaziam inertes e pálidos

do ferro pungente travado nas veias

carne e nervos rasguei.



E expulsas as correntes e os algozes

libertos os braços e pernas

eis que me maquio em um novo sangue

meu propósito que se completa.



Jorge Humberto

09/12/11

BREVE POEMA





Raso meus olhos na água; dou-me à vida

e a todo o seu imenso esplendor;

meus versos são a força viva, com que me

doo, sem quaisquer desfalecimentos.



Neste caminho, que me percorro e narro,

sou o espelho, feito reciprocidade,

de tudo o que me rodeia em simplicidade,

na grandeza, das coisas pequenas.



Só o despir-me, da roupa humana, que me

veste, faz com que tudo se

transcenda e imortalize, nas minhas mãos,

plenas de candura e de espanto.



Jorge Humberto

08/12/01

ESTE AMOR QUE NÃO ESQUECE





A beleza, de teu rosto, me enternece…

me descubro, a cada traço teu:

como algo, que aos olhos, nunca esquece,

deste amor, que também é meu.



Nele me perco… para logo me achar…

entre silêncios e muito carinho…

e então, sou como um imensíssimo mar,

achando, na lonjura, seu caminho.



São minhas mãos, o toque a desvendar…

umas às outras, em sã harmonia…

e é tudo nosso, o que soubermos guardar,

no nosso coração, como na alegria.



Ah, musa e mulher amada, de ti sou cativo…

que não me negues o encantamento…

de, pela manhãzinha, ver-te em porte altivo…

em plena magia e deslumbramento.



E assim, um no outro, seremos esplendor…

eterno fascínio, a se perpetuar…

sangue… carne… devoção e muito amor,

que nos azuis do céu… irá reinar.



Jorge Humberto

07/12/11

CONTEMPLAÇÃO







Meus versos, de plena contemplação,

são como um desabrochar

de flores, em todas as suas colorações,

repletas de mil fragrâncias.



Ou como Jardins imensos, nos parapeitos

das janelas, dando graça

às casas, debruadas de dúcteis filigranas;

que se desenham nos



meus olhos, como asas de pássaros, alçando

voo, num incomensurável

céu, indo nos azuis dos azuis, até desmaiarem

nas águas, de um belo rio.



Na imensidão do mar, são como ondas

cavalo, dando-se às

praias, em toda a sua terna mansidão,

arrepanhando caminhos,



na areia. E são ainda, uma chuva caindo, no

plano frio, das vidraças,

que de lágrimas, são só uma intensa ilusão,

de alguém, a entristecer.



E na ampola, de meus dedos, tacteio o

rosto, de uma criança –

minha deferência, em alta comoção,

pela alegria, de sua inocência.



Jorge Humberto
06/12/11

AGRADECIDO À VIDA





Liberto de algozes e de vis correntes,

ao caminho, chamado vida,

me entreguei, com toda a força, de

quem, à vida, se quer dar.



Então construi jardins, de bem dizer,

onde pus as flores mais

belas, para que assim, só me vissem;

e onde era eu, a sós comigo,



deixei as ervas daninhas, enfim crescer.

Resquícios, do vil passado,

atreveram-se, mas cerces, pela raiz, os

cortei, para que não voltassem



a nascer. Então abri todas as portas e

janelas, fiz-me poeta,

e no me escrever, sou nos outros, o que

os outros, em mim deixam.



Jorge Humberto

05/12/11

FIZ-ME POESIA



Esta minha vida, que à má sorte, foi

dada, encontrou na poesia,

o ânimo e a libertação, de tal desígnio,

que no olvido, inerme se quedou.



Liberto, enfim, sou de toda a gente e

de todo o mundo, aqui, onde

sou mais eu, inteiro: e que ao narrar-se,

máxima expressão, encontrou.



Então, conto-me em versos, que, à verdade,

nada devem nem temem,

pois que meu caminho, tem janelas abertas,

a todos quantos, me lêem.



Da inócua solidão, me aparto, pois que, no

escrever-me, sou nos outros,

no que lhes dou e recebo, como gratidão,

de quem se revê, na minha



poesia. Maior satisfação, jamais eu teria,

se meus versos, não fossem

eles, feitos de humildade, carinho e cuidados,

àqueles, que tanto me prezam.



E eis que assim, me descubro poeta, de todo um

povo, que, ao mundo, pertence –

e enquanto, a mi me venço, sou também eu,

quem na vida se excedeu.



Jorge Humberto

04/12/11

VERSOS DE BEM-DIZER



Meu ser triste, confunde-se com esta

minha vontade de viver e de

levar a alegria aos amigos, em cada

poema que deito, no meu



peito, que aconchega um coração, de

todo pleno de mil emoções,

que eu deixo nos outros, como pequenas

filigranas, luzindo em seus olhos.



Alvas manhãs, despertam em minhas

mãos, escorrendo rios de luz,

que se escapam, pelas ampolas de meus

dedos, como areia de uma praia.



Imensos oceanos de amor e de carinho,

levo-os numa simples balsa,

atravessando e aportando, mundos fora,

levando a beleza, que construo,



peça a peça, como lindos bordados, que

vou estendo, na minha janela,

aberta a todas as pessoas, de boa vontade,

que preenchem os meus dias.



E são jardins, o que dentro de mim nasce,

ou a poesia, dizendo flores,

desabrochando ao sol ou no sorriso das

crianças, tão nossas e inocentes.



E em asas de pássaros, vão meus anseios,

de uma preocupação constante,

para com meus amigos e para com aquela,

que, em mim, cala fundo.



De anos tormentosos, fechado em vitrais,

derrubei correntes e algozes,

e na felicidade, dos que me são queridos,

me revejo, o que em versos fica.



Jorge Humberto

03/12/11

SIM… SEREI POETA





Perscruto, com meus olhos cansados,

de industrias e escombros,

a beleza, que nos céus eu desenho,

em lindas asas de pássaros.



Habituado à crueza, das coisas simples,

deixo-me envolver, como

num rio, que corre sereno, para a sua

foz, indo a barlavento.



No toque suave da brisa, nas árvores,

absorvo o subtil reverso das

folhas, como se as tacteasse, ao de

leve, sentindo-as nos dedos.



Crescem os jardins, em todo o seu vigor,

e as pétalas das flores,

são, em si, lustrosas asas, de borboletas,

pousando nos estames.



E crianças, na sua macia infância, brincam

alheias a tudo, sorrindo

aos amigos, que com elas partilham,

a sua mui ruidosa alegria.



E os velhos, sentados à sombra, das árvores,

recordam velhos tempos,

olhando demoradamente, para suas mãos,

lembrando-lhes caminhos tidos.



Não posso fugir, a este meu desígnio, de

poeta, em contemplação,

ao muito que lhe cabe, e que aos outros

deixa, em total harmonia.



Jorge Humberto

02/12/11

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


SE ME PENSO SOU NOS OUTROS





Se me penso, e quando mais me

penso, mais intenso é o

compromisso, que tenho para

comigo, e para com os demais.



Assim, neste pensar, pensar-me,

sou a contemplação,

com que me narro, ordinariamente,

e nos outros deixo.



Meu ser duplo é deveras complexo,

e tem muitas realidades,

com que meus olhos perscrutam,

na busca das coisas simples.



Pois minha poesia é todo o mundo

e toda a gente, que em

mim se revê e entende meus «eus»,

na tristeza ou na felicidade.



Jorge Humberto

01/12/01

MINHA POESIA É TODO O MUNDO





Quando escrevo, sou todo este mundo,

e as pessoas, que nele habitam;

neles sou o povo, que torno fecundo,

como labaredas, que crepitam,



em nossos punhos cerrados, gritando,

a plenos pulmões, pela liberdade –

que os novos ditadores, nos vão roubando,

impávidos e serenos, nossa vontade.



E a minha voz é uma corda de músculos,

abrindo portas e consciências.

Para que a todos, cheguem os crepúsculos,

em todas as suas fulgências.



E em cada verso, de um saturado caminho,

uma palavra se me agiganta,

chamando a mim, quem caminha sozinho,

fazendo uso de minha garganta.



Ao povo, sofrido, deixo-lhe o ensinamento,

para que não se deixe usurpar;

que pelo entendimento, vem o pensamento,

que não se olvida, de lutar.



Pois que o povo esclarecido, não tem algoz,

nem correntes, que a todos ofende;

seremos pois como um rio, que corre para a foz,

defendendo-se do mar, que o prende.



Jorge Humberto

30/11/11

MOMENTOS DE CARÍCIAS





Nas pálpebras, de teus olhos,

é lá que deixo meu beijo:

refulgente, carinhoso, cheio

de amor, para te dar.



E as minhas mãos, nos teus

cabelos, são o sonho,

de fantasias, que se revelam,

através do gesto, que em



ti ficou, como uma doce carícia.

Sorris-me enlevada;

e em silêncio, achegaste a mim,

desenhando meu rostro,



pelo tactear de teus dedos:

como um imenso mar,

enrolando-se na areia, de uma

praia, tão só nossa.



Dá-nos a natureza, versos de

amor, e, a felicidade,

está em sermos nós mesmos,

no darmos e recebermos.



Jorge Humberto

29/11/11

POEMA AOS BAIRROS DE LISBOA



Lindos bordados, engalanam janelas…

doura o sol, nas vidraças;

e vasos de flores (quais as mais belas!),

assemelham-se a belas taças.



Nos varais de cordas, roupas estendidas,

corando à luz, do astro-rei;

e nas janelas, eis, conversam entretidas,

vizinhas, coisas que não sei.



Nos parapeitos, deitam-se as lindas mantas,

colorindo as casas, a preceito;

orgulho de quem as expõe: tantas mas tantas,

que nos bairros, levam jeito.



Nas ruas empedradas, belos os desenhos,

que os artífices, lá deixaram…

em tons negros, são de todos os tamanhos,

que nos passeios, se elevaram.



Velhos espreitam a paisagem, em bancos

feitos, de tosca madeira,

escutando, ao longe, das crianças, os prantos,

numa tremenda zoeira.



E assim passam os dias, sonhando com o passado,

e com a juventude, amiúde;

e neles revemos, o que nos deixaram como legado,

mostrando ainda imensa saúde.



Jorge Humberto

28/11/11

ESTA ANSIEDADE, SEM RAZÃO





Esta ansiedade, sem razão aparente,

é o meu fado e triste sorte,

que me acompanha, escrupulosamente,

desde a nascença, até á morte.



Sempre um desassossego, se apresta

(neste meu ilusório, dia-a-dia),

lembrar-me, o bem pouco, que me resta,

o que da vida, tenho por companhia.



Espelhos oblíquos, em todo o seu desdém,

trazem-me o ridículo, de meu ser,

e eu, que sempre tento chegar, mais além,

nada alcanço, neste meu sofrer.



Em sublimes poemas, a exaltação do amor,

é para mim o oxigénio e a emoção;

e cantando-o, sinto um imenso estertor,

só não sei, de meu coração!



Ao povo elevo a minha voz, meu pendão!

E aí, sou a solidariedade,

àqueles, que, incrédulos, escutam o vil «não»,

de quem lhes nega, a liberdade.



Porém triste sou, sem quaisquer nostalgias,

que, a saudade, é carrasca,

de quem, sem ter nem porquê ou alegrias,

vai na vida, que o arrasta.



Jorge Humberto

27/11/11

DOCE DESPERTAR



Doces fragrâncias, chegam até mim…

pelo simples desabrochar,

das primeiras flores, da manhã chegada;

ainda o róscido, se mostra,



nas imensas árvores, reféns do fulgor do sol.

E a horizonte, a luz vai surgindo,

em miríades de lindas cores, que se desenham

nos meus olhos, embevecidos.



De janela bem aberta, para o fora, o cheiro a

terra é intenso, e eu aspiro,

o ordinário odor, como se eu próprio, fosse

parte da Mãe Natureza.



Crianças saem à rua, naquela sua desenvoltura,

a nós, tão característica;

e passam gatos, por cima dos extensos muros,

em movimentos felinos.



A manhã, é agora, finalmente, desperta,

cobrindo toda a paisagem,

com a sua alva luz, infiltrando-se nos lances

das escadas e das esquinas.



Mais abaixo, o rio corre em todo o seu esplendor,

trazendo em seu peito,

barcos, que se vão perdendo, no encontro com

o mar, de azuis profundos.



E da linha de água, uma imensa massa escura,

dirige-se para os campos,

adjacentes aos prédios, da enorme cidade;

e em asas de pássaros,



poisa no imenso descampado, em busca de

comida e de confraternização;

enquanto o céu, se enche de estranhos bailados,

e de melodias, graciosas.



Jorge Humberto

26/11/11

FALANDO DE BELEZA





Entrego-me à beleza, da Mãe Natureza,

ao natural sorriso, das crianças,

que nos anciães, é lembrança e saudade,

por nos seus olhos, se espelhar,





o que foram um dia, quando ainda tinham

o leal vigor, da juventude,

e o pronto galanteio, às lindas meninas,

que por eles passavam,





em toda a sua esbelta e forte feminilidade[…]

E pela douta emoção,

eis que me deslumbro e entrego-me às pessoas,

em toda a minha candura.





E são os jardins, grávidos de belíssimas flores,

o meu acerto final,

que é esta minha entrega, sem precedentes,

ao que é belo, a meus olhos.





Jorge Humberto

25/11/11

AS FRIAS MADRUGADAS



Nas manhãs frias, resguardo-me,

de meus pensamentos mais

sombrios, e busco, pelo douto

amor, as manhãs, de meus dias.



Doura o sol, de azuis imensos;

florescem as flores, nos

jardins, bem cuidados; enquanto

meus olhos, se dão ao



horizonte, paralelo ao grande rio,

que eu vejo de minha

janela, aberta, para o fora. Luz o

astro rei, em todo seu fulgor;



fazendo, com que uma esperança,

tardia, venha para ficar,

no cume, das árvores frondosas,

no bico dos pássaros.



Em busca de uma realidade, que

me seja plausível, deixo o

meu desassossego, a um canto,

e pelo cansaço, me venço.



Então cravo meus braços com setas,

e lanço uma corda de

músculos, de encontro ao focinho

da palavra, libertando-a,



de lápis inquisidores, restringindo-a.

E assim nascem meus versos,

já mais conscientes de mim e do que

me rodeia, sem pedir favores.



E erguendo meu punho (alto o

pendão), chamo a mim,

a responsabilidade, de meu saber,

que nos outros ponho.



Jorge Humberto

24/11/11

ASSIM O NOSSO AMOR



Doces emoções; rituais precisos;

assim é, quando estou contigo,

encostando o meu peito ao teu,

sabendo-me tu, teu fiel amigo.



Deitando-me no teu colo, todo

o meu desassossego, se esvai;

por entre respirações amenas,

deste nosso amor, que não cai.



No silêncio, que cala, em nossos

olhos, não há janelas, por abrir,

nem fúteis segredos escondidos;

somos uma alma só, a se fundir.



Deu-me a sorte e o fado, ter-te

por minha musa e companheira;

unidos lutámos, contra a inveja,

e juntos fomos na vida, por inteira.



Teus cabelos ao vento, lembram

asas de pássaros, no céu, a voar;

e sorrindo, encetámos um caminho,

sem ter regresso, nem olvidar.



Jorge Humberto

23/11/11

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


MEU POVO, QUE SOFRES… LEVANTA-TE





De sangue, de nervos e de músculos,

assim sou eu, nesta luta

constante, pelos direitos de meu povo,

a quem querem sonegar,



sua autodeterminação e soberania.

Não sei, se o que escrevo,

chegará, algum dia, aos governantes,

mas antes fazê-lo, do que



me omitir, ao que é a minha eterna

responsabilidade, enquanto

poeta e escritor, que não se deixa

castrar, pelo menosprezo,



dos vis ditadores, que, mais não são,

do que masturbadores

passivos, rendendo-se ao seu coto

incestuoso, que vai de



geração, para geração, entre vitrais

oblíquos, onde a luz do sol,

não entra, fechados em si mesmos -

indiferentes à voz da população,



e às suas imensíssimas dificuldades.

Então, lutemos, meus irmãos,

derrubando muros, que nos oprimem,

e nos tiram toda a dignidade.



Jorge Humberto

22/11/11

NADA DERRUBARÁ O MEU POVO



De punho cerrado, sairemos,

gritando bem alto, nossa

indignação, contra aqueles, que

nos roubam a dignidade.



Querem-nos calados e omissos,

como a qualquer coisa, a

vegetar; mas o povo não se

calará nem se deixará cair,



na fácil demagogia, tentando

confundir-nos, com suas

palavras de retórica - a mentira,

que o povo já não tolera.



Aos novos corvos da inquisição,

iremos mostrar, que não

nos deixaremos conduzir, nem

temeremos sevícias.



E como uma corda de músculos,

mãos dadas, caminharemos,

ao ar as bandeiras, reivindicando

nossos direitos indivisíveis.



E se a revolução vier, que ela vingue,

no coração e na mente,

de cada um de nós, que ás balas,

daremos o nosso peito.



Será um Portugal unido, honrando

a sua ilustre história,

que, pelo povo, se engrandecerá,

contra tudo e contra todos.



Jorge Humberto

21/11/1

PAISAGEM



Pela orla do rio passeio meus olhos,

que se enchem dum terno azul

e de uma verdejante paisagem, que

o delimita, num fulgor intenso.



Raso meus olhos na água celeste,

e recebo de encontro ao peito,

o frescor das ondas cavalo, salpicando

meu ser, de pura essência.



Pássaros, voando, daqui para ali,

fazem estranhos bailados,

por sobre a transparente superfície,

que vai para além da vista… a nós.



Na orla do rio, o cheiro à ditosa terra,

inebria os meus sentidos,

e eu julgo ver, dado ao horizonte,

barcos a se esmaecerem,



para lá do circulo, onde nascem

os arco-íris e vivem as

pessoas, que ainda não conheço,

e que canto em meus versos.



Bem-dito, meu querido rio Tejo,

que me fazes ser toda a

gente e todo o mundo, e tens

janelas abertas, além do infinito.



Jorge Humberto

20/11/11

sábado, 19 de novembro de 2011



DE E PELA LIBERDADE DOS POVOS


Meu ser consciente, que a nada se nega,
há muito se encontra ao lado deste
meu povo; mil desafios me foram então
impostos, enfrentando-os frontalmente,

com a força de meus braços e da palavra
coerente e sempre incentivadora.
Muitos serão, os que caminham a meu
lado, lutando pela sua autodeterminação,

punhos cerrados, na absoluta certeza, de
que, um dia, os seus direitos, serão
salvaguardados e postos, finalmente, em uso,
na concretização de suas liberdades.

E mais… o povo unido, jamais será vencido! E
esta realidade, não pode nunca, ser
posta em causa, se não se quer, que se
abra um procedente, sonegando a verdade.

Então, deixemos mãos na terra e façamos,
dos novos frutos, a luz que nos
alumia, alimenta e honra, pela progressiva
acção, de nossa luta, em prol da liberdade.

Jorge Humberto
17/11/11

ATENTEMOS AO ORGULHO DOS POBRES

Nesta tarde fria e cinzenta, penso
em todos aqueles, quem nem
de uma casa dispõe, que lhes sirva
de abrigo, ante a crua escuridão.

Não vivem, somente sobrevivem,
tentando, que, de algumas
pessoas, venha a compreensão e
o alento, que, nas ruas, esmolam.

Seus farrapos, de imensas estradas,
calcorreadas, não escondem o
orgulho, pelo qual se pautam,
de uma miséria, que tentam esconder.

Pois como toda a gente, são providos
de consciência e personalidade,
e, embora, não sejam mal agradecidos,
mantém o brio, enquanto pessoas,

com os seus sentimentos e emoções.
Tratemos pois, de a estes seres
humanos, não os deixarmos constrangidos,
que bem basta sua desgraça.

Jorge Humberto
18/11/11

MINHA POESIA, QUE ÉS LIBERDADE

Lá fora faz frio; e há uma ausência de mim,
que procura o conforto, da poesia.
Por isso escrevo, sem rimas, que a liberdade,
assim o exige, e a palavra mais discreta.

Entre espelhos oblíquos, vou-me narrando,
e todo eu sou sangue, carne e nervos,
uma corda de músculos, que vai daqui para
ali, como uma ponte, paralela a mim.

Como heras, galgando as paredes, assim me
encontro, e alto ergo o meu pendão,
estilhaçando todas as correntes e algozes, que
teimam em castrar, meus poemas.

Contudo não me deixarei abater, pelos novos
corvos da inquisição, e de lutas farei
meus dias, até alcançar, o que é de meu almejo,
de encontro o focinho da palavra.

Tudo o que faço ou não faço, a mim a pertença,
e a responsabilidade, enquanto poeta,
de levar até ao povo, a nobre língua portuguesa,
tendo na alma a verdade, que me rege.

E assim sou eu, em pedra trabalhada, esculpido,
pela generosidade de minhas mãos;
essas mãos, que a escrever, jamais se negaram,
à lealdade do verso, que não desmerece.

Jorge Humberto
16/11/11

A ESSÊNCIA DA VIDA

No meu caminho, ladeado por árvores,
que mostram, todo o esplendor do
Outono, acabado de chegar, para nos
surpreender, com a beleza, que lhes

cinge os troncos milenares e fecundos,
silenciosamente e de mãos nos
bolsos, sigo os meus passos, pensativo,
no reencontro com a Mãe Natureza.

Há, em cada folha caída, uma nostalgia,
invadindo os meus sentidos, que
procuram, nos matizes acastanhados,
qual o significado, de serem dessa cor

e não, de uma outra qualquer, a haver.
A cada coisa sua génese e essência,
e dessa realidade, não posso fugir, apenas
desfrutar, do que existe, para ser.

Tudo tem seu sentido e característica bem
definida, assim como o céu ser azul,
e o imenso mar, que ao longe se encontra,
realizando aquilo, pelo qual foi vontade,

de um Universo em ebulição, criando, passo
a passo, tudo o que meu olhar alcança.
E é esse haver uma realidade, totalmente
concreta, que me diz, do porquê das coisas.

E então compreendo, que a vida, a Natureza,
agem por inteira sinceridade, com seus
predicados e originalidades, que a mim, me
encantam, como parte, de um todo.

Jorge Humberto
15/11/11

RETRATO DE UMA NOBRE SENHORA



Dá-lhe, o rosto, a doce transparência,

num trato fino e bem cordial.

E quando gesticula, rasgos de inocência,

fazem dela, mulher sem igual.



E no seu caminhar, tem a aparência,

das suaves brisas, nas espigas.

Que nas mãos de seda, é a apetência,

da destinta vénia, sem intrigas.



Seus olhos, que da cor, são puro mel,

têm a discrição, da sã nobreza.

E esculpida, pela aturada certeza do cinzel,

és hoje senhora de gran beleza.



Menina-mulher, rege-te a decência

e a humildade, que não te deixa envaidecer.

Toda tu és feita de coerência,

e em teu sorriso, há um sol a nascer.



Jorge Humberto

19/11/11

segunda-feira, 14 de novembro de 2011


MEU SER MAIS EMOCIONAL


Minha emoção, sempre ávida de novas
comoções, deixa em mim, a leveza
das coisas, vivenciado, a cada novo verso,
rios transparentes e lindas pessoas.

Na largueza de meu olhar, comovo-me,
com tudo, o que me é dado ver,
no sentimento que transborda meu peito,
e, em excelsa poesia, se me preenche.

Assim, desenho jardins e árvores frondosas,
sorrisos de mil crianças, na sua macia
infância, que vão, pela mão de seus queridos
pais, até mundos, a elas nunca vistos.

E todo eu, sou por dentro (ilustre coração),
e ponto por ponto, dos sonhos
faço realidades, ora tristes ora em tudo alegres,
dependendo de meu estado emocional.

Desabrocham flores virtuosas, em minhas mãos;
pássaros encetam voos, rompendo
o azul dos céus; e meu ânimo, é uma bela pintura,
suavemente exposta, no mais alto de mim.

E assim sou feliz, dando-me ao que há e ao que
se pressupõe, que, minha emoção,
deslinda, em terno versejar, o que só eu posso
pressagiar e vaticinar: da palavra… a voz.

Jorge Humberto
14/11/11

DE NOSSO AMOR E DOS AMIGOS… A VIDA

Nas encruzilhas da vida, onde nos perdemos,
temos de nos agarrar, àquilo que temos,
e fazer das forças, coração, que pela coragem,
caminho faremos, na mais correcta abordagem.

Viver é fácil, difícil é vivê-la; então há que saber,
o que é melhor para nós, e juntos aprender,
a gerir os nossos sentimentos, doando esse amor,
que nos rege, com honroso e solene, pundonor.

E se nos estenderem a mão, co toda a afinidade,
no bem-querer, que aufere, verdadeira amizade,
aceitar devemos, o que não tem pretensões:
não mais do que se chegar, aos nossos corações.

E aí, a estrada, será muito mais fácil, de percorrer,
pois que teremos dos amigos, a quem recorrer,
se em aflição nos encontramos ou vil desgraça:
que deles recairá em nós, o apoio e a distinta graça.

E já sem correntes, e no peito, toda a humildade,
gratos seremos, pela sublime humanidade;
que dos escombros saindo, eis, iremos agradecer,
ao amor e aos amigos, que nos ajudaram a vencer.

Jorge Humberto
12/11/11

ALMA GÉMEA DE MEU AMOR

Teu amor, sem precedentes, me contagia,
e sou mais eu, no caminho a ser percorrido;
ter-te assim comigo, é uma imensa alegria,
que, pla vida, vou descobrindo seu sentido.

Cativa, que me tens cativo, traze-me feliz,
de um amor sem receios nem preconceito;
caia a noite ou nasça o dia, serei o aprendiz,
de tuas emoções, guardadas em teu peito.

Mulher de meus sonhos, de todas a mais bela,
ensina-me a amar, quando é chegada a noite;
e o vento, assaz, rigoroso, bate na bambinela,
trazendo-me o frio mais cruel, como num açoite.

Olhos nos olhos… mãos mas mãos, a acalentar,
é de meu desejo o mais premente e ansiado;
que ter-te em minha presença, a me acompanhar,
tem-me do ensejo, o teu sorriso, mais esperado.

E quando te achegas a mim, com todo o carinho,
e no teu colo, predilecto, deito a minha cabeça,
sei que jamais, em tempo algum, serei sozinho,
que amarmo-nos, é nesta vida, a nossa sentença.

Jorge Humberto
13/11/11

VELHOS E NOVOS… VENCEREMOS


Ainda que as flores estejam despidas,
de todo o seu encanto e beleza,
não é esta a hora, amigo, para despedidas,
que o mar é calmo e nos traz a certeza,

de que unidos, a uma só e única voz,
aliados alcançaremos o sol, em tudo relevante –
e que reivindicando, nunca estaremos sós,
e levaremos nossa palavra avante.

E forçando músculos, sangue, nervos e coração,
à rua sairemos, em pleno desagravo,
erguendo bem alto, o distinto pendão,
tendo em nossas mãos cerradas, o histórico cravo.

E diremos “não”, aos políticos incompetentes,
que roubam ao povo, a sua pertença.
Mas mais uma vez, unidos, seremos presentes,
velhos e novos, unificados, pela mesma crença.

Jorge Humberto
11/11/11

DOS AMIGOS O AMOR, QUE EM MIM NUNCA ESQUECEU

Dos meus amigos, o aprendizado, que me fica,
por sua generosidade e humildade,
que, em gestos altruístas, comportam
todo este meu ser, ávido de amor e de amizade.

Eis, senão, que eu sou apenas, o cúmplice reflexo,
daqueles que me rodeiam, e encarecem;
janela totalmente aberta, àquilo que hoje
eu sou, na modéstia, que me foi deveras ensinada.

Nos escombros, de minha vivência, onde um dia me
perdi, foram dos amigos e da mulher
que eu amo, as mãos, que se me estenderam,
narrando-me novos caminhos, que desde então percorri.

Não trouxe inimizade nem estigmas, da cidade escura.
O sofrimento ficou comigo, e não me
manietou, ao que sempre foi a minha personalidade;
esse amor, que me regia, mesmo na dor, que me sofria.

E quando o distinto sol, se embrenhou nas minhas retinas,
e o desassossego, trouxe-me ao descanso,
livre, pude enfim desbravar, toda a minha verdade:
doar-me, sem algozes, a quem meu amor, sempre apreendeu.

Jorge Humberto
10/11/11

A BELEZA DE MINHA POESIA

Uma chuva persistente, cai no meu peito,
apenas por imaginar, que assim é;
alagando meu “eu” interior e seus jardins,
ao fundo as planícies mais verdejantes.

E em sua distinta orla, o rio galga, afora de si,
cingindo meu coração de cruas ondas,
que se esbatem de encontro ao mármore das
pedras, que ladeiam as águas, lado a lado.

Cavalos de espuma, com suas crinas ao vento,
vão pelos meus olhos, em debandada,
numa representação mental, onde a realidade,
são as praias, ao longe, numa suposição.

A chuva continua a cair, e eu, dentro de mim;
e meus braços estendidos, são asas de
pássaros, delineando voos, por entre o cinzento,
e as diferentes gradações, de meu ser.

Que os meus dedos, como se ampolas de sangue,
narram, apelando à natureza, as metáforas
com que me teço, entre as malhas da chuva oblíqua,
que cai por sobre as linhas, desta minha poesia.

Jorge Humberto
09/11/11

terça-feira, 8 de novembro de 2011


UNIDOS TEREMOS UM MUNDO MELHOR

Sou todo o mundo e toda a gente,
que comigo faz tenção de caminhar,
pra uma sociedade mais abrangente,
onde a amizade é confraternizar.

Da nova geração devemos bem cuidar,
filhos da esperança, feita realidade;
eis que nada lhes falte, e saibam amar
o próximo, sem distinção nem idade.

Aos petizes, o melhor aprendizado,
que os faça olhar, para os nossos anciões,
com todo esse respeito acumulado,
que a escola lhes deu, em suas lições.

Dos amigos e vizinhos, só o sorriso na face,
e a palavra solícita, a cada o instante.
E que a todo e qualquer distinto impasse,
venha a compreensão, nunca distante,

a quem apregoa o bem-estar e o cuidado,
de seu semelhante, à face da Terra.
Pois que ninguém, neste quadro adornado,
faça de seu dia-a-dia, uma inócua guerra.

Então iremos no azul, dos azuis, a lembrar,
o quanto somos privilegiados, amiúde,
sem nunca mas nunca, nos transtornar,
que o mais importante, é termos saúde.

E gira que gira o mundo, em eterna beleza,
erguendo jardins, de bem querença;
porque em tudo, nos sobra a certeza,
de que se formos unidos, a todos a pertença.

Jorge Humberto
06/11/11

O DE SERMOS AGRADECIDOS

Há pessoas, por pensar, em todo o seu
egocentrismo, que nada devem a ninguém,
que isoladas ficarão, em suas redomas
de cristal, alimentando o coto, já amputado.

São pessoas essas, que não têm um
agradecimento sequer, àquele que tanto
lhes dá, por generosidade e terno amor,
o que de melhor têm em si, como agente

da amizade e da harmonia entre o ser humano.
Sabermos reconhecer nos outros, suas
virtudes, é engrandecermo-nos a nós próprios,
preservando nossa personalidade e humanidade.

Quem anda no mundo, deixando os demais
de lado, por julgar, que a si se bastam,
cometem o erro crasso, de nada terem aprendido
na vida, e a ter de viver com seus espinhos.

Não há coisa melhor do que doarmo-nos,
sermos agradecidos e generosos, perante aqueles,
que nos estimam, e soltam seu coração ao alto,
para chegar aos corações solitários.

Mas como um belo jardim, apresentando seu
colorido, há pessoas que preferem viver nas trevas,
do que apreciar as flores, abrindo-se ao sol,
em todo o seu imenso esplendor e sinceridade.

É preciso resgatar do limbo, os valores morais,
sermos nos outros, como se fora em nós mesmos,
assim, o caminho, será bem mais facilitado,
e todos nós poderemos sorrir, por termos amigos.

Jorge Humberto
08/11/11

EIS-ME A QUEM SOU


E dão-me azul, aos olhos, as águas,
que no rio vão; brancos, os cabelos,
das espumosas ondas, que no mar
se espraiam; pele suave, das dunas

o acerto, esbatidas pelo brando sol.
E são de sal, estas minhas mãos,
que já correram oceanos, a se perder
de vista: o sangue que delas emana.

E meu caminhar silente, como a uma
brisa, é das árvores, sua essência;
meus braços, uma corda de músculos,
na firmeza das heras, mais antigas.

Na alma invicta, ora o sol, ora a lua;
do pensamento a destreza, sem fim;
e se pela emoção me dou, amor
irrestrito, que vai de mim, para os outros.

E na orla de meu peito, coração em
debandada, como crinas de cavalos,
estendendo-se nas verdejantes
planícies, que são todo este meu ser.

Jorge Humberto
05/11/11

AMAR SEM LIMITES


Só o amor ama por debaixo da vaga.
Não há aqui outro sentimento igual,
que nos traga, em mãos, a ternura
e o encanto, de uma alegria consensual.

Desde petiz, que me rodeei de amor,
entregando-me a ele e à sua sorte.
De avanços e de recuos se fez o caminho;
do que só se extingue, pela morte.

Amor é uma dádiva, que é de bem guardar,
no coração e na mente, o cuidado a ter.
Compreensão, que requer reciprocidade,
de uma união, alicerçada no bem-querer.

De simplicidade e humildade, se faz o gesto,
de entre pessoas, que amam de verdade.
E a felicidade assume total preponderância,
buscando sua essência, pela fidelidade.

Meus versos de amor, não têm correntes,
livres, no correr, são pura emoção.
Amar, ama quem pode, sem restrições
nem altivez, num estado de contemplação.

Por isso eu amo, até ao mais infindo de mim,
sem retrocessos nem desmandos infelizes,
que ao amor roubem a mais linda esperança,
deste amar sem algemas nem cicatrizes.

Jorge Humberto
04/11/11

sábado, 5 de novembro de 2011



O SEM SENSO DA POLUIÇÃO

Absorto, em meus pensamentos,
numa letargia, sem precedentes,
olho a janela, aberta para o fora,
e o que vejo é uma realidade crua,

de ferros retorcidos e máquinas,
sem ter mais uso, encostadas a um
canto poeirento, desvirtuando
o campo, que ainda assim persiste.

Fábricas vomitam vidro, junto com
outros excedentários, poluindo a
parca natureza, com a sua fuligem,
que vai tingindo as poucas árvores.

E o velho rio, de sempre, apresenta
tons lamacentos, que meus olhos
detectam, com uma extrema tristeza,
relembrando, o quanto azuis, eram

suas águas, em tempos, que já lá vão.
E os pássaros, em debandada, procuram
poisos certos, no aço dos guindastes,
que pululam, sem vida, ferindo a paisagem.

Jorge Humberto
03/11/11


NUM DIA DE CHUVA INTENSA

As nuvens, em mau presságio,
anunciaram-se pela manhã,
lá onde o horizonte é dado ao
rio, e de negrume era a sua

ostentação, que nos céus se
refletiu e lá permaneceram.
Quando as nuvens convergiram,
umas nas outras, uma chuva

Intensa, cobriu montes e casas,
impedindo, ao olhar, mais
atento, que este descortina-se,
o que estava para além de si,

no seu cair desenfreadamente.
Pessoas e animais, correram a
abrigar-se, entre as árvores
próximas e os beirais dos prédios.

E nas vidraças, como se intensas
lágrimas, a chuva foi deixando
seu rastro, que no chão, foi
criando poças, para onde quer

que se passasse, na pressa de
chegar. E o rio, tornou-se, de fio a
pavio, caudaloso, com ondas
saindo de suas margens, inteiriças.

E agora, que é chegada, a distinta
noite, a chuva persiste, no seu
cair água, atapetando os jardins,
com os seus riachos artificiais.

E um som harmonioso, como cordas
de um piano, conduziram meus
dedos, através dos mais ilustres
versos, que, pela chuva, nasceram.

Jorge Humberto
02/11/11

ME CONCEBO PELA POESIA

Meus poemas, que me dizem e me
expõe à realidade, de quem
sou, ou me presumo, por minha
consciência, são como às

águas de um rio, que entre escolhos
busca o melhor caminho,
para chegar ao seu ansiado destino,
no correr das margens.

De olhos limpos, sem que fira a paisagem,
ergo jardins, grávidos
de flores, e todo eu sou fragrâncias distintas,
pois é neles que me cumpro.

E como um pássaro, estendendo suas asas,
enceto voos sem fim,
percorrendo os altos céus, que me cingem,
e que dos algozes me libertam.

Jorge Humberto
01/11/11