quarta-feira, 23 de novembro de 2011
MEU POVO, QUE SOFRES… LEVANTA-TE
De sangue, de nervos e de músculos,
assim sou eu, nesta luta
constante, pelos direitos de meu povo,
a quem querem sonegar,
sua autodeterminação e soberania.
Não sei, se o que escrevo,
chegará, algum dia, aos governantes,
mas antes fazê-lo, do que
me omitir, ao que é a minha eterna
responsabilidade, enquanto
poeta e escritor, que não se deixa
castrar, pelo menosprezo,
dos vis ditadores, que, mais não são,
do que masturbadores
passivos, rendendo-se ao seu coto
incestuoso, que vai de
geração, para geração, entre vitrais
oblíquos, onde a luz do sol,
não entra, fechados em si mesmos -
indiferentes à voz da população,
e às suas imensíssimas dificuldades.
Então, lutemos, meus irmãos,
derrubando muros, que nos oprimem,
e nos tiram toda a dignidade.
Jorge Humberto
22/11/11
NADA DERRUBARÁ O MEU POVO
De punho cerrado, sairemos,
gritando bem alto, nossa
indignação, contra aqueles, que
nos roubam a dignidade.
Querem-nos calados e omissos,
como a qualquer coisa, a
vegetar; mas o povo não se
calará nem se deixará cair,
na fácil demagogia, tentando
confundir-nos, com suas
palavras de retórica - a mentira,
que o povo já não tolera.
Aos novos corvos da inquisição,
iremos mostrar, que não
nos deixaremos conduzir, nem
temeremos sevícias.
E como uma corda de músculos,
mãos dadas, caminharemos,
ao ar as bandeiras, reivindicando
nossos direitos indivisíveis.
E se a revolução vier, que ela vingue,
no coração e na mente,
de cada um de nós, que ás balas,
daremos o nosso peito.
Será um Portugal unido, honrando
a sua ilustre história,
que, pelo povo, se engrandecerá,
contra tudo e contra todos.
Jorge Humberto
21/11/1
PAISAGEM
Pela orla do rio passeio meus olhos,
que se enchem dum terno azul
e de uma verdejante paisagem, que
o delimita, num fulgor intenso.
Raso meus olhos na água celeste,
e recebo de encontro ao peito,
o frescor das ondas cavalo, salpicando
meu ser, de pura essência.
Pássaros, voando, daqui para ali,
fazem estranhos bailados,
por sobre a transparente superfície,
que vai para além da vista… a nós.
Na orla do rio, o cheiro à ditosa terra,
inebria os meus sentidos,
e eu julgo ver, dado ao horizonte,
barcos a se esmaecerem,
para lá do circulo, onde nascem
os arco-íris e vivem as
pessoas, que ainda não conheço,
e que canto em meus versos.
Bem-dito, meu querido rio Tejo,
que me fazes ser toda a
gente e todo o mundo, e tens
janelas abertas, além do infinito.
Jorge Humberto
20/11/11
sábado, 19 de novembro de 2011
DE E PELA LIBERDADE DOS POVOS
Meu ser consciente, que a nada se nega,
há muito se encontra ao lado deste
meu povo; mil desafios me foram então
impostos, enfrentando-os frontalmente,
com a força de meus braços e da palavra
coerente e sempre incentivadora.
Muitos serão, os que caminham a meu
lado, lutando pela sua autodeterminação,
punhos cerrados, na absoluta certeza, de
que, um dia, os seus direitos, serão
salvaguardados e postos, finalmente, em uso,
na concretização de suas liberdades.
E mais… o povo unido, jamais será vencido! E
esta realidade, não pode nunca, ser
posta em causa, se não se quer, que se
abra um procedente, sonegando a verdade.
Então, deixemos mãos na terra e façamos,
dos novos frutos, a luz que nos
alumia, alimenta e honra, pela progressiva
acção, de nossa luta, em prol da liberdade.
Jorge Humberto
17/11/11
ATENTEMOS AO ORGULHO DOS POBRES
Nesta tarde fria e cinzenta, penso
em todos aqueles, quem nem
de uma casa dispõe, que lhes sirva
de abrigo, ante a crua escuridão.
Não vivem, somente sobrevivem,
tentando, que, de algumas
pessoas, venha a compreensão e
o alento, que, nas ruas, esmolam.
Seus farrapos, de imensas estradas,
calcorreadas, não escondem o
orgulho, pelo qual se pautam,
de uma miséria, que tentam esconder.
Pois como toda a gente, são providos
de consciência e personalidade,
e, embora, não sejam mal agradecidos,
mantém o brio, enquanto pessoas,
com os seus sentimentos e emoções.
Tratemos pois, de a estes seres
humanos, não os deixarmos constrangidos,
que bem basta sua desgraça.
Jorge Humberto
18/11/11
MINHA POESIA, QUE ÉS LIBERDADE
Lá fora faz frio; e há uma ausência de mim,
que procura o conforto, da poesia.
Por isso escrevo, sem rimas, que a liberdade,
assim o exige, e a palavra mais discreta.
Entre espelhos oblíquos, vou-me narrando,
e todo eu sou sangue, carne e nervos,
uma corda de músculos, que vai daqui para
ali, como uma ponte, paralela a mim.
Como heras, galgando as paredes, assim me
encontro, e alto ergo o meu pendão,
estilhaçando todas as correntes e algozes, que
teimam em castrar, meus poemas.
Contudo não me deixarei abater, pelos novos
corvos da inquisição, e de lutas farei
meus dias, até alcançar, o que é de meu almejo,
de encontro o focinho da palavra.
Tudo o que faço ou não faço, a mim a pertença,
e a responsabilidade, enquanto poeta,
de levar até ao povo, a nobre língua portuguesa,
tendo na alma a verdade, que me rege.
E assim sou eu, em pedra trabalhada, esculpido,
pela generosidade de minhas mãos;
essas mãos, que a escrever, jamais se negaram,
à lealdade do verso, que não desmerece.
Jorge Humberto
16/11/11
A ESSÊNCIA DA VIDA
No meu caminho, ladeado por árvores,
que mostram, todo o esplendor do
Outono, acabado de chegar, para nos
surpreender, com a beleza, que lhes
cinge os troncos milenares e fecundos,
silenciosamente e de mãos nos
bolsos, sigo os meus passos, pensativo,
no reencontro com a Mãe Natureza.
Há, em cada folha caída, uma nostalgia,
invadindo os meus sentidos, que
procuram, nos matizes acastanhados,
qual o significado, de serem dessa cor
e não, de uma outra qualquer, a haver.
A cada coisa sua génese e essência,
e dessa realidade, não posso fugir, apenas
desfrutar, do que existe, para ser.
Tudo tem seu sentido e característica bem
definida, assim como o céu ser azul,
e o imenso mar, que ao longe se encontra,
realizando aquilo, pelo qual foi vontade,
de um Universo em ebulição, criando, passo
a passo, tudo o que meu olhar alcança.
E é esse haver uma realidade, totalmente
concreta, que me diz, do porquê das coisas.
E então compreendo, que a vida, a Natureza,
agem por inteira sinceridade, com seus
predicados e originalidades, que a mim, me
encantam, como parte, de um todo.
Jorge Humberto
15/11/11
RETRATO DE UMA NOBRE SENHORA
Dá-lhe, o rosto, a doce transparência,
num trato fino e bem cordial.
E quando gesticula, rasgos de inocência,
fazem dela, mulher sem igual.
E no seu caminhar, tem a aparência,
das suaves brisas, nas espigas.
Que nas mãos de seda, é a apetência,
da destinta vénia, sem intrigas.
Seus olhos, que da cor, são puro mel,
têm a discrição, da sã nobreza.
E esculpida, pela aturada certeza do cinzel,
és hoje senhora de gran beleza.
Menina-mulher, rege-te a decência
e a humildade, que não te deixa envaidecer.
Toda tu és feita de coerência,
e em teu sorriso, há um sol a nascer.
Jorge Humberto
19/11/11
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
MEU SER MAIS EMOCIONAL
Minha emoção, sempre ávida de novas
comoções, deixa em mim, a leveza
das coisas, vivenciado, a cada novo verso,
rios transparentes e lindas pessoas.
Na largueza de meu olhar, comovo-me,
com tudo, o que me é dado ver,
no sentimento que transborda meu peito,
e, em excelsa poesia, se me preenche.
Assim, desenho jardins e árvores frondosas,
sorrisos de mil crianças, na sua macia
infância, que vão, pela mão de seus queridos
pais, até mundos, a elas nunca vistos.
E todo eu, sou por dentro (ilustre coração),
e ponto por ponto, dos sonhos
faço realidades, ora tristes ora em tudo alegres,
dependendo de meu estado emocional.
Desabrocham flores virtuosas, em minhas mãos;
pássaros encetam voos, rompendo
o azul dos céus; e meu ânimo, é uma bela pintura,
suavemente exposta, no mais alto de mim.
E assim sou feliz, dando-me ao que há e ao que
se pressupõe, que, minha emoção,
deslinda, em terno versejar, o que só eu posso
pressagiar e vaticinar: da palavra… a voz.
Jorge Humberto
14/11/11
DE NOSSO AMOR E DOS AMIGOS… A VIDA
Nas encruzilhas da vida, onde nos perdemos,
temos de nos agarrar, àquilo que temos,
e fazer das forças, coração, que pela coragem,
caminho faremos, na mais correcta abordagem.
Viver é fácil, difícil é vivê-la; então há que saber,
o que é melhor para nós, e juntos aprender,
a gerir os nossos sentimentos, doando esse amor,
que nos rege, com honroso e solene, pundonor.
E se nos estenderem a mão, co toda a afinidade,
no bem-querer, que aufere, verdadeira amizade,
aceitar devemos, o que não tem pretensões:
não mais do que se chegar, aos nossos corações.
E aí, a estrada, será muito mais fácil, de percorrer,
pois que teremos dos amigos, a quem recorrer,
se em aflição nos encontramos ou vil desgraça:
que deles recairá em nós, o apoio e a distinta graça.
E já sem correntes, e no peito, toda a humildade,
gratos seremos, pela sublime humanidade;
que dos escombros saindo, eis, iremos agradecer,
ao amor e aos amigos, que nos ajudaram a vencer.
Jorge Humberto
12/11/11
ALMA GÉMEA DE MEU AMOR
Teu amor, sem precedentes, me contagia,
e sou mais eu, no caminho a ser percorrido;
ter-te assim comigo, é uma imensa alegria,
que, pla vida, vou descobrindo seu sentido.
Cativa, que me tens cativo, traze-me feliz,
de um amor sem receios nem preconceito;
caia a noite ou nasça o dia, serei o aprendiz,
de tuas emoções, guardadas em teu peito.
Mulher de meus sonhos, de todas a mais bela,
ensina-me a amar, quando é chegada a noite;
e o vento, assaz, rigoroso, bate na bambinela,
trazendo-me o frio mais cruel, como num açoite.
Olhos nos olhos… mãos mas mãos, a acalentar,
é de meu desejo o mais premente e ansiado;
que ter-te em minha presença, a me acompanhar,
tem-me do ensejo, o teu sorriso, mais esperado.
E quando te achegas a mim, com todo o carinho,
e no teu colo, predilecto, deito a minha cabeça,
sei que jamais, em tempo algum, serei sozinho,
que amarmo-nos, é nesta vida, a nossa sentença.
Jorge Humberto
13/11/11
VELHOS E NOVOS… VENCEREMOS
Ainda que as flores estejam despidas,
de todo o seu encanto e beleza,
não é esta a hora, amigo, para despedidas,
que o mar é calmo e nos traz a certeza,
de que unidos, a uma só e única voz,
aliados alcançaremos o sol, em tudo relevante –
e que reivindicando, nunca estaremos sós,
e levaremos nossa palavra avante.
E forçando músculos, sangue, nervos e coração,
à rua sairemos, em pleno desagravo,
erguendo bem alto, o distinto pendão,
tendo em nossas mãos cerradas, o histórico cravo.
E diremos “não”, aos políticos incompetentes,
que roubam ao povo, a sua pertença.
Mas mais uma vez, unidos, seremos presentes,
velhos e novos, unificados, pela mesma crença.
Jorge Humberto
11/11/11
DOS AMIGOS O AMOR, QUE EM MIM NUNCA ESQUECEU
Dos meus amigos, o aprendizado, que me fica,
por sua generosidade e humildade,
que, em gestos altruístas, comportam
todo este meu ser, ávido de amor e de amizade.
Eis, senão, que eu sou apenas, o cúmplice reflexo,
daqueles que me rodeiam, e encarecem;
janela totalmente aberta, àquilo que hoje
eu sou, na modéstia, que me foi deveras ensinada.
Nos escombros, de minha vivência, onde um dia me
perdi, foram dos amigos e da mulher
que eu amo, as mãos, que se me estenderam,
narrando-me novos caminhos, que desde então percorri.
Não trouxe inimizade nem estigmas, da cidade escura.
O sofrimento ficou comigo, e não me
manietou, ao que sempre foi a minha personalidade;
esse amor, que me regia, mesmo na dor, que me sofria.
E quando o distinto sol, se embrenhou nas minhas retinas,
e o desassossego, trouxe-me ao descanso,
livre, pude enfim desbravar, toda a minha verdade:
doar-me, sem algozes, a quem meu amor, sempre apreendeu.
Jorge Humberto
10/11/11
A BELEZA DE MINHA POESIA
Uma chuva persistente, cai no meu peito,
apenas por imaginar, que assim é;
alagando meu “eu” interior e seus jardins,
ao fundo as planícies mais verdejantes.
E em sua distinta orla, o rio galga, afora de si,
cingindo meu coração de cruas ondas,
que se esbatem de encontro ao mármore das
pedras, que ladeiam as águas, lado a lado.
Cavalos de espuma, com suas crinas ao vento,
vão pelos meus olhos, em debandada,
numa representação mental, onde a realidade,
são as praias, ao longe, numa suposição.
A chuva continua a cair, e eu, dentro de mim;
e meus braços estendidos, são asas de
pássaros, delineando voos, por entre o cinzento,
e as diferentes gradações, de meu ser.
Que os meus dedos, como se ampolas de sangue,
narram, apelando à natureza, as metáforas
com que me teço, entre as malhas da chuva oblíqua,
que cai por sobre as linhas, desta minha poesia.
Jorge Humberto
09/11/11
terça-feira, 8 de novembro de 2011
UNIDOS TEREMOS UM MUNDO MELHOR
Sou todo o mundo e toda a gente,
que comigo faz tenção de caminhar,
pra uma sociedade mais abrangente,
onde a amizade é confraternizar.
Da nova geração devemos bem cuidar,
filhos da esperança, feita realidade;
eis que nada lhes falte, e saibam amar
o próximo, sem distinção nem idade.
Aos petizes, o melhor aprendizado,
que os faça olhar, para os nossos anciões,
com todo esse respeito acumulado,
que a escola lhes deu, em suas lições.
Dos amigos e vizinhos, só o sorriso na face,
e a palavra solícita, a cada o instante.
E que a todo e qualquer distinto impasse,
venha a compreensão, nunca distante,
a quem apregoa o bem-estar e o cuidado,
de seu semelhante, à face da Terra.
Pois que ninguém, neste quadro adornado,
faça de seu dia-a-dia, uma inócua guerra.
Então iremos no azul, dos azuis, a lembrar,
o quanto somos privilegiados, amiúde,
sem nunca mas nunca, nos transtornar,
que o mais importante, é termos saúde.
E gira que gira o mundo, em eterna beleza,
erguendo jardins, de bem querença;
porque em tudo, nos sobra a certeza,
de que se formos unidos, a todos a pertença.
Jorge Humberto
06/11/11
O DE SERMOS AGRADECIDOS
Há pessoas, por pensar, em todo o seu
egocentrismo, que nada devem a ninguém,
que isoladas ficarão, em suas redomas
de cristal, alimentando o coto, já amputado.
São pessoas essas, que não têm um
agradecimento sequer, àquele que tanto
lhes dá, por generosidade e terno amor,
o que de melhor têm em si, como agente
da amizade e da harmonia entre o ser humano.
Sabermos reconhecer nos outros, suas
virtudes, é engrandecermo-nos a nós próprios,
preservando nossa personalidade e humanidade.
Quem anda no mundo, deixando os demais
de lado, por julgar, que a si se bastam,
cometem o erro crasso, de nada terem aprendido
na vida, e a ter de viver com seus espinhos.
Não há coisa melhor do que doarmo-nos,
sermos agradecidos e generosos, perante aqueles,
que nos estimam, e soltam seu coração ao alto,
para chegar aos corações solitários.
Mas como um belo jardim, apresentando seu
colorido, há pessoas que preferem viver nas trevas,
do que apreciar as flores, abrindo-se ao sol,
em todo o seu imenso esplendor e sinceridade.
É preciso resgatar do limbo, os valores morais,
sermos nos outros, como se fora em nós mesmos,
assim, o caminho, será bem mais facilitado,
e todos nós poderemos sorrir, por termos amigos.
Jorge Humberto
08/11/11
EIS-ME A QUEM SOU
E dão-me azul, aos olhos, as águas,
que no rio vão; brancos, os cabelos,
das espumosas ondas, que no mar
se espraiam; pele suave, das dunas
o acerto, esbatidas pelo brando sol.
E são de sal, estas minhas mãos,
que já correram oceanos, a se perder
de vista: o sangue que delas emana.
E meu caminhar silente, como a uma
brisa, é das árvores, sua essência;
meus braços, uma corda de músculos,
na firmeza das heras, mais antigas.
Na alma invicta, ora o sol, ora a lua;
do pensamento a destreza, sem fim;
e se pela emoção me dou, amor
irrestrito, que vai de mim, para os outros.
E na orla de meu peito, coração em
debandada, como crinas de cavalos,
estendendo-se nas verdejantes
planícies, que são todo este meu ser.
Jorge Humberto
05/11/11
AMAR SEM LIMITES
Só o amor ama por debaixo da vaga.
Não há aqui outro sentimento igual,
que nos traga, em mãos, a ternura
e o encanto, de uma alegria consensual.
Desde petiz, que me rodeei de amor,
entregando-me a ele e à sua sorte.
De avanços e de recuos se fez o caminho;
do que só se extingue, pela morte.
Amor é uma dádiva, que é de bem guardar,
no coração e na mente, o cuidado a ter.
Compreensão, que requer reciprocidade,
de uma união, alicerçada no bem-querer.
De simplicidade e humildade, se faz o gesto,
de entre pessoas, que amam de verdade.
E a felicidade assume total preponderância,
buscando sua essência, pela fidelidade.
Meus versos de amor, não têm correntes,
livres, no correr, são pura emoção.
Amar, ama quem pode, sem restrições
nem altivez, num estado de contemplação.
Por isso eu amo, até ao mais infindo de mim,
sem retrocessos nem desmandos infelizes,
que ao amor roubem a mais linda esperança,
deste amar sem algemas nem cicatrizes.
Jorge Humberto
04/11/11
sábado, 5 de novembro de 2011
O SEM SENSO DA POLUIÇÃO
Absorto, em meus pensamentos,
numa letargia, sem precedentes,
olho a janela, aberta para o fora,
e o que vejo é uma realidade crua,
de ferros retorcidos e máquinas,
sem ter mais uso, encostadas a um
canto poeirento, desvirtuando
o campo, que ainda assim persiste.
Fábricas vomitam vidro, junto com
outros excedentários, poluindo a
parca natureza, com a sua fuligem,
que vai tingindo as poucas árvores.
E o velho rio, de sempre, apresenta
tons lamacentos, que meus olhos
detectam, com uma extrema tristeza,
relembrando, o quanto azuis, eram
suas águas, em tempos, que já lá vão.
E os pássaros, em debandada, procuram
poisos certos, no aço dos guindastes,
que pululam, sem vida, ferindo a paisagem.
Jorge Humberto
03/11/11
NUM DIA DE CHUVA INTENSA
As nuvens, em mau presságio,
anunciaram-se pela manhã,
lá onde o horizonte é dado ao
rio, e de negrume era a sua
ostentação, que nos céus se
refletiu e lá permaneceram.
Quando as nuvens convergiram,
umas nas outras, uma chuva
Intensa, cobriu montes e casas,
impedindo, ao olhar, mais
atento, que este descortina-se,
o que estava para além de si,
no seu cair desenfreadamente.
Pessoas e animais, correram a
abrigar-se, entre as árvores
próximas e os beirais dos prédios.
E nas vidraças, como se intensas
lágrimas, a chuva foi deixando
seu rastro, que no chão, foi
criando poças, para onde quer
que se passasse, na pressa de
chegar. E o rio, tornou-se, de fio a
pavio, caudaloso, com ondas
saindo de suas margens, inteiriças.
E agora, que é chegada, a distinta
noite, a chuva persiste, no seu
cair água, atapetando os jardins,
com os seus riachos artificiais.
E um som harmonioso, como cordas
de um piano, conduziram meus
dedos, através dos mais ilustres
versos, que, pela chuva, nasceram.
Jorge Humberto
02/11/11
ME CONCEBO PELA POESIA
Meus poemas, que me dizem e me
expõe à realidade, de quem
sou, ou me presumo, por minha
consciência, são como às
águas de um rio, que entre escolhos
busca o melhor caminho,
para chegar ao seu ansiado destino,
no correr das margens.
De olhos limpos, sem que fira a paisagem,
ergo jardins, grávidos
de flores, e todo eu sou fragrâncias distintas,
pois é neles que me cumpro.
E como um pássaro, estendendo suas asas,
enceto voos sem fim,
percorrendo os altos céus, que me cingem,
e que dos algozes me libertam.
Jorge Humberto
01/11/11
ASSIM O AMOR
Meus olhos, nos teus, são como
o desabrochar, de lindas flores,
que em silêncio se contemplam,
e irradiam terna luz, sem ter par.
Muito para além, de onde o olhar
sempre alcança, enceto uma viagem,
que te percorre, de ponta a ponta,
olhos nos olhos, cruzando destinos.
E como janelas abertas, te descubro,
numa pele de mulher, e sua graça;
femíneo corpo, que se dá à emoção
do instante, sem qualquer martírio.
Tal qual um rio, que vai de encontro
à sua foz, nas suaves águas, que o cingem,
de ornatos violetas e purpurinas,
que há paixão, traz o momento solene.
Jorge Humberto
31/10/11
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