Jorge Humberto

Nascido, numa aldeia Portuguesa, dos arredores de Lisboa,
de nome, Santa-Iria-de-Azóia, Jorge Humberto, filho único,
cedo mostrou, toda a sua sensibilidade, para as artes e apurado
sentido estético.
Nos estudos completou o 6º ano de escolaridade, indo depois
trabalhar para uma pequena oficina de automóveis, no aprendizado de pintor-auto.
A poesia surgiu num processo natural, de sua evolução,
enquanto homem. E, a meio a agruras e novos caminhos apresentados, foi sempre esta a sua forma de expressão de eleição.
Auto didacta e perfeccionista (um mal comum a todos os artistas), desenvolveu e criou, de raiz, 10 livros de poesia, trabalhando, actualmente, em mais 6, acumulando ainda
mais algumas boas centenas de folhas, com textos seus,
que esperam inertes, no fundo de três gavetas, a tão desejada e esperada edição, num país, onde apostar na cultura, é quase que crime, de lesa pátria.
Tendo participado em algumas antologias e e-books, tem alguns prémios, sendo o mais recente a Ordem de la Manzana,
prémio atribuído, na Argentina, aos poetas e escritores, destacados a cada ano.
A sua Ordem de la Manzana, data do ano, de 2009.
Sendo ainda de realçar, que Umberto Eco, também foi merecedor, de receber essa mesma Ordem, de la Manzana.
Do mais alto de mim fui poeta... insinuei-me ao homem...
E realizo-me a cada dia ser consciente de muitos.
Quis a lei que fosse Jorge e Humberto, por conjugação
De um facto, passados anos ainda me duvido...
Na orla do Tejo sou Lisboa... e no mar ao largo o que houver.
Eu não sei se escrevo o que penso se penso o que escrevo.
Tenho consciência que escrevo o que me dita a alma e que escrevo para os outros, como forma de lazer ou de pura reflexão.

Escrever é um acto de crescimento para o seu autor e é uma forma de valorizar a vida. Não sei porque escrevo mas sei porque devo escrever.

Menção Honrosa ao Poeta Jorge Humberto

Entrevista do poeta concedida ao grupo Amantes do Amor e da Amizade

Quem é Jorge Humberto?
R: Jorge Humberto sempre teve apetência para a arte,
através do desenho e da pintura. A meio a agruras da vida,
nunca deixou o amor pelo seu semelhante. Auto didata e perfeccionista,
sempre levou seu trabalho através da sabedoria e da humildade.

Em suas veias tem sangue poético hereditário ?
R: Não, sou o único poeta da família.

Como e quando você chegou até a poesia?
R: Cheguei à poesia quando estava num castelo em França,
e escrevi um poema, altas horas da noite, sobre a liberdade
que todo o Homem anseia.

Como surgiu sua primeira poesia e se ela foi feita em momento de emoção?
R: A resposta foi dada acima.

Qual o seu tema preferido ?
R: Não tenho um tema preferido, escrevo sobre tudo, mas como poeta,
que quer aliviar a solidão de muitos de meus leitores, tenho escrito de há tempos para cá, sobre o amor e reflexões e alguns poemas bucólicos.

É romântico ? Chora ao escrever?
R: Acho que sim, que sou romântico, mas os outros falarão disso melhor do que eu. Já chorei a escrever.

Qual sua religião?
R: Agnóstico


Um Ídolo?
R: Fernando Pessoa

Você lê muito? Qual seu autor preferido?
R: Leio todos os dias, quando me deito. Meu autor preferido é o que referi como ídolo.

Quais seus sonhos como poeta?
R:Ver meus poemas impressos em livros e que meus poemas
tragam algo de bom a quem me lê

Como e onde surgem suas inspirações?
R: Surgem naturalmente, através do que vejo, sinto e penso.


Você já escreveu algo que depois de divulgado tenha se arrependido?
R: Digamos que meu lado perfeccionista, já me levou a alterar alguns poemas originais. Mas depois de algumas poesias, em que lhes dei outro cunho, não achei por bem mexer, naquilo que nasce de nós, assim como nascem são meus versos, que divulgo.

Qual o filme que marcou você?
R:" Voando sobre um ninho de cucos/

Como é o amor para você?
R: O amor é dádiva, compreensão e um bem querer de um querer bem.


Prêmio conferido à Jorge Humberto em setembro de 2011

Prêmio conferido à Jorge Humberto em setembro de 2011

Cuidando dos Jardins

Cuidando dos Jardins
Jorge Humberto-2011

Poeta de Ouro mês de Novembro de 2011

Poeta de Ouro mês de Novembro de 2011

domingo, 24 de julho de 2011


DEUSA TU ÉS

Deusa tu és, minha querida amada,
ser divino, que me acolheu,
quando minha vida era quase nada,
e tudo se me esqueceu.

Vieste meigamente ao meu encontro,
trazendo alegria ao meu ser,
e para ti, meu lindo amor, fiquei pronto,
quando da manhã se via o nascer.

Busquei nos teus olhos, do sol a luz,
e do mar teus lábios salgados;
nesse efeito, que a mim tanto me seduz,
quando, de sonhos, foram beijados.

E minhas mãos, nas tuas, tão sedosas,
as acolheram com carinho;
mãos tão belas eu nunca vi, formosas,
como às flores do azevinho.

E o teu sorriso, contagiante, me alegrou,
fazendo-me muito mais feliz –
da mulher a graça, que a mim me cativou,
que nada no mundo nos desdiz.

No teu belo rosto, mariposas coloridas,
e asas de um pequeno colibri;
tens nele, hierático, folhas nunca lidas,
que me vais desvendando a mim.

Toda tu és perfeita, não há quadro igual,
neste mundo rarefeito.
E eu trago-te, dos deuses, o secreto sinal,
marcado a fogo, no meu peito.

Jorge Humberto
24/07/11

DESPERTAM AS FLORES

No róscido da madrugada despertam as flores.
Suas leves fragrâncias espalham-se pelo ar,
entrando nas janelas abertas, dos meus amores;
e ouve-se ao longe, dos pássaros, seu chilrear.

Depois da bruma o sol, eterno e resplandecente,
que vai pelas coisas, como que adornando-as.
De ricos brilhos se mostra, a quem passa ordeiramente,
pousando nas nossas mãos, acariciando-as.

E as crianças vêm para a rua, brincando de bola,
e outros jogos, que elas muito bem sabem inventar.
Parece até que são impulsionadas por uma mola,
quando cantam e saltam, sem nada as importunar.

Passeiam-se casais apaixonados, trocando confidências;
caras metade, contagiadas por uma estranha alegria.
E o sol, em singulares e esquisitas incidências,
espelha-se nas águas do rio, completando a magia.

Jorge Humberto
23/07/11

HÁ UMA SAUDADE DE TI

Há uma saudade, que não posso disfarçar,
há uma nostalgia de ti, que não mais te vejo,
trágico tormento, que me vive a mortificar,
e me deixa triste, sem aquele teu lindo beijo.

Teus olhos, cor de mel, não estão mais nos meus,
ao longe se encontram, para lá do imenso mar,
quem dera, que eles não me dissessem adeus,
e procurassem meus olhos, cansados de chorar.

Relembro o teu rosto, que eu conheço de cor,
cada silêncio de tua voz, cada sombra fugidia,
viesses tu, senhora, trazer-me o teu ser maior,
entregando-me teu sorriso, pra minha alegria.

Sem ti sou metade de mim, pouco mais que nada,
de rejeição é o meu caminho, sem qualquer sentido,
e já se me escapou, das mãos abertas, asa e espada,
sinto-me completamente – de ti e por ti – perdido.

Ah, quem dera uma luz, que nos cobrisse de alvura,
e que o perdão não fosse rasgado, pela tua mão,
pois por ti, eu serei a mais humilde e franca candura,
deixando-te, para que possas receber, o meu coração.

Volta para mim, meu amor, quando a tarde esmaecer,
e sejamos de novo, dois seres em perfeita harmonia,
e que nunca mais, caiba aqui, este tortuoso esquecer,
que, do amor, não nos concede, sua intensa magia.

Jorge Humberto
22/07/11

UM AMIGO

A amizade é um bem precioso,
é condição para uma boa vida,
termos em nós um amigo cioso,
é garante duma vida bem vivida.

Quando tristes, ele nos faz rir,
se chorosos, nos dá carinho,
e quando estamos quase a cair,
nos levanta bem devagarinho.

Sempre a verdade há-de imperar,
na boca de um amigo querido,
que nos faz da vida descortinar,
o melhor e mais correcto sentido.

Nunca nos deixa, assim, sozinhos,
sempre preocupado e atento,
mostrando-nos o melhor caminho,
com posturas de grande alento.

Nas boas e más horas está presente,
sempre cuidadoso e aprazível,
e, se acaso, se encontra ausente,
retornando mostra-se ao mesmo nível.

Amigo nos aconselha sem petulância,
de nobreza e firme trato se faz,
nunca entra em conflitos por ganância,
dar a vida pelos amigos ele é capaz.

Amigo é tudo isto e muito mais,
é a nossa família, de pleno direito,
assemelha-se a nossos pais,
nunca nos toma por vil defeito.

Jorge Humberto
21/07/11

OLHOS COMO OS TEUS


A janela, de teus olhos, resplandece,
mil ternuras, a quem os vê,
quem os guarda nos seus, nunca esquece,
que de beleza tamanha têm o seu quê.

São olhos risonhos, que nos engrandecem,
e nos fazem sonhar faustosos jardins,
olhos límpidos, que aos outros enobrecem,
como nobres são as flores dos jasmins.

Da cor do mel eles se engalanam, felizes,
e a todos espanta pela originalidade,
solidários olhos, plenos de mares e matizes,
quando lhes bate o sol em sua intensidade.

Olhos como os teus enchem-nos de emoção,
pois encerram a maravilha do Universo,
parecem-se, ao vê-los, com uma bela construção,
erigida por deuses e por lindos versos.

Olhos que deixam-nos puramente apaixonados,
tal a profundidade, que neles habitam,
quem dera para sempre tê-los bem acordados,
teus olhos, que a outros olhos, não evitam.

Jorge Humberto
21/07/11


O MELHOR DA VIDA SÃO AS CRIANÇAS

O melhor da vida, são as crianças,
brincando sua infância,
são tão cheias de mil esperanças,
que não há nelas vil ganância.

Gostam de partilhar com seus amigos,
os brinquedos que ganharam,
altruístas não criam nunca inimigos,
e seus segredos saldaram.

Nas suas ilusões querem ser de tudo,
astronautas, argonautas,
não têm pra ninguém um silêncio mudo,
aprendem com as faltas.

Ainda não contaminadas pela sociedade,
a todos se entregam e se dão,
com a humildade de sua tenra idade,
abrindo as portas de seu coração.

E desenham pequenos pontinhos,
que são seus queridos pais,
e até os seus diletos e reais vizinhos,
elas traçam na folha, mais e mais.

Sempre de sorriso no rosto, encantam,
e vê-las falar a todos espanta,
gostam de estudar, aos pássaros cantam,
quando o sol ao longe se levanta.

Bem cedinho compreendem a amizade,
que elas guardam com carinho,
vivem a vida com grande intensidade,
e dos amigos vivem pertinho.

E quando o sol lhes bate bem defronte,
parecem-se com anjos loiros,
têm o cariz, que se realça na fronte,
e asas nos braços, seu tesoiro.

Jorge Humberto
20/07/11

LUZ A LUZ DE TEU AMOR

Minha amada, meu imenso amor,
ter-te comigo é a minha alegria,
saboreando tuas palavras de candor,
que faz melhor meu parco dia.

Olhar nos teus olhos a mim me seduz,
de tão belos, que eles são,
irradiando uma sempre eterna luz,
que chega ao meu coração.

Ali se ficam, em perfeita sintonia,
guardados no meu peito,
como se fosse uma bela sinfonia,
destinando-te o meu preito.

Deixa-me que cuide de ti assim,
acarinhando teus intentos,
porque, amor, és tudo para mim,
sem choro nem lamentos.

Ouvirei teus chamamentos agora,
que o sol vai alto a brilhar,
chegarei a ti sem qualquer demora,
que eu quero é te namorar.

Beijar teus lábios, de seda e de carmim,
e ter no palato o teu sabor,
igual a um exuberante e lindo jardim,
aonde é mais bonito o alvor.

Vem amor, minha belíssima mulher,
para junto de quem te ama,
e saibas que não és uma qualquer,
que só tu és a minha dama.

Aquela, que se me pedir, que dê a vida
por ela, eu não hesitarei,
um segundo sequer, da minha lida,
que com muito amor partirei.

Jorge Humberto
20/07/11

VIDA DIGNA PARA TODOS


Meu ser almeja para todas as pessoas paz,
que os conflitos e guerras terminem,
e que este mundo seja, por todos, capaz,
de que a pobreza e exploração findem.

Que os meus tratos e a fome sejam coisas do passado,
para vivermos num mundo mais aprazível,
que haja médicos e medicina, a quem sofre molestado,
de modo a fazer-se um trato mais exequível.

Crianças sofrem de má nutrição, as mães não têm leite,
e seguram os filhos nos braços sem solução;
que haja, entre os responsáveis, quem aqui deite,
a ajuda necessária, aos pobres de coração.

Pessoas essas que vivem na maior das desgraças,
em tendas de campanha, sem condições.
Que os povos saiam, a todas as ruas e praças,
exigindo cuidados, aos donos das nações.

O mundo chega para todos, em toda a sua riqueza,
é uma vergonha haver dispensáveis,
que apenas sobrevivem, sem ter da vida, a certeza,
de que serão tratados como humanos indispensáveis.

Jorge Humberto
19/07/11

PELO TEU AMOR ANSIANDO


Desculpa-me amor, se te fiz sofrer,
com minha ausência forçada,
não julgues que de ti não queria saber,
pois sempre foste a minha amada.

Tempos de muita má sorte eu passei,
sem estar pertinho de ti,
e ainda hoje há dias, que de mim não sei,
volta, por favor, para mim.

Musa tua és, deste que tens cativo,
e por isso escrevo e sou feliz –
mas como, se aqui, onde sou apelativo,
o teu amor por mim, já não me diz?

Persistirei, pela minha augusta mulher,
em versos e em companhia,
que testemunharei, como tudo o que se quer,
na lembrança que te faço, noite e dia.

E acredito que voltaremos a ser felizes,
passeando lindos jardins,
se tudo aquilo, que agora, triste, me dizes,
completar em nós bons fins.

Desde que me levanto até quando me deito,
que meu pensamento está em ti,
é que no mais profundo de meu terno peito,
é que te guardo, feliz assim.

Pois tu és a pessoa que escolhi pra amar,
para ser a minha companheira,
e disso, meu amor, eu não irei olvidar,
és a minha eterna parceira.

Também no céu as nuvens são incertas,
cobrindo tudo de cinzento,
mas logo o sol vem, trazendo boas abertas,
pra que nós sejamos, do amor, alimento.

Jorge Humberto
19/07/11

UNIDOS PELO AMOR

Minha amada, que te sentes sozinha,
assaltando-te a desconfiança,
cuida-te de cuidar, que és só minha,
e tende um pouco de esperança.

Por ti é o meu amor, sem renunciação,
desde o primeiro dia em que te vi,
bate forte, fortemente, meu coração,
sempre que apareces para mim.

Sei que minha ausência te faz sofrer,
como a dor que é minha assim,
vivo de olvido, mas não te vou esquecer,
que amar-te é tudo para mim.

Se vives de tristeza, e te sentes indevida,
triste me faço, ao teu sentir,
sem ti eu não saberia viver aqui a vida,
e assim passo os dias a me reprimir.

Mas nosso amor não tem comparação,
vem de longe este nosso querer,
solene ele é, cheio de ternura e emoção,
hei-de, para contigo, cumprir meu dever.

Por isso, te peço, não te afastes de mim,
que os dias passando, breves serão,
e de novo voltaremos a estar juntos, enfim,
para meu gáudio e plena satisfação.

Jorge Humberto
16/07/11

VERSEJANDO-TE

Nas pálpebras de teus olhos, madrugadas,
infinitos céus, de nuvens escassos,
e um beijo se subleva nas ondas escarpadas,
mantendo firme os nossos passos.

Lábios sequiosos, salgados como um mar,
que desembocasse na minha boca,
e fizesse todo o conhecido mundo parar,
são nítidos sinais de batom na roupa.

E teu rosto, tão belo, deixa-me enlevado,
fantasiando terras de lindas fadas,
e por te achar, encontro-me enamorado,
por minha sorte ou contas fadadas.

Tuas mãos, mais suaves que uma leve brisa,
me acarinham no meu desassossego,
e tocando-lhes, sinto-lhes a pele assaz lisa,
que na minha pele rude têm sossego.

O teu sorriso, são mil sóis, ao longe a rebrilhar,
árvores grávidas de frutos sumarentos,
e alegre caminho contigo, teu breve caminhar,
até onde somos nós de amor sedentos.

Jorge Humberto
14/07/11

segunda-feira, 18 de julho de 2011


MINHA INCONSTÂNCIA AMOR

Minha inconstância, dá conta de mim,
meus silêncios, me afrontam,
e neste quarto escuro, não sei de ti,
vis demónios me confrontam.

Queria o sol todo o dia, alto a reluzir,
e os jardins prenhes de flores,
para que tu pudesses, à minha falta, vir,
envolta em flamejantes ardores.

E acariciando o teu meigo e lindo rosto,
afastar esta febre que me molesta,
e ao nosso beijo, co leve sabor a mosto,
viesse só a beleza, que nos atesta.

Porém, a lonjura agora se faz pertinente,
traindo nosso amor tão emotivo,
e dou por mim, ó degredos, de ti ausente,
quando de ti eu sou eterno cativo.

Vivo a minha vida, em total sobressalto,
espelhos oblíquos me confinam,
e só a tua lembrança, me eleva ao alto,
que dos versos, eles se arrimam.

Que a candura faça aqui desmedida raiz,
e que minha peleja tenha fim,
para que, juntamente contigo, eu seja feliz,
adejando voos, que me levem a ti.

Jorge Humberto
18/07/11

CATIVO DE TEU AMOR

Meu ser vive em permanente desassossego,
por te não ter, por meu almejo,
só queria do teu coração ter o sossego,
e a tua companhia, que tanto desejo.

Cada dia, os anos passando, mais te amo,
com a certeza de um sentimento,
e é tão profundo aquilo que aqui canto,
que dou por mim, em ti, o meu alento.

Emoções se desdobram em profusão,
e meu pensar-te, companheira,
traz-te a mim, para minha terna satisfação;
oh, meu amor, minha eterna parceira!

Que do mais alto de ti, saibas-me esperar,
que eu por ti vivo e sobrevivo,
e saibas, sem pejo, que fui feito pra te amar,
que de ti, e só por ti, eu sou cativo.

Jorge Humberto
17/07/11

PARA TI MEU AMOR SÃO MEUS VERSOS

Para ti, são meus simples versos,
que na folha dormem emoções,
fazendo com que nossos corações,
não sigam caminhos inversos.

Às vezes não há tempo para o tempo,
e vivemos apenas de recordações,
na saúde como também nas aflições,
que sempre vêm a destempo.

Quem dera que eu estivesse contigo,
sem dramas e do homem a falha,
que a todos nós um destes dias calha,
quando a doença nos dá abrigo.

Minha emoção é saber-te em lauta vida,
embora sofrendo as dores da ausência,
mas não há nada que seja em permanência,
que a chegada é-nos aqui devida.

Quero voltar a passear contigo, mãos
nas mãos, sorriso franco e aberto,
talvez assim eu ficasse muito mais desperto,
sem me afrontar nos vis desvãos.

É que eu morro de amores, por ti amada,
e quando as coisas não são lineares,
temos de subir aos humildes patamares,
pra que a paixão não seja abandonada.

Mas se a lonjura e a dista distância,
nos fazem duvidar àquilo que somos,
com amor distinto, é que pomos,
nas mãos em concha, nossa constância.

Que eu, para todo o sempre, te amarei,
com convulsões ou sem elas,
é como se singrássemos em linhas paralelas,
vão sempre parar a ti e àquilo que eu sei.

Jorge Humberto
17/07/11

SEREI POETA TODA A VIDA

Liberto-me das amarras que me cingem,
sou dono e senhor de meu tempo,
e às coisas, que de negro, minha alma tingem,
ao descuido não me dou, e ganho alento.

No focinho etéreo da palavra saúdo os versos,
harmoniosos, românticos, conscientes,
e sou, partindo de mim, todos os instintivos reversos,
que das grilhetas se mostram ausentes.

Alto ergo o meu pendão, à estimada liberdade,
e solto o vocábulo, teoremas e fonemas,
que os poemas exigem, em toda a sua conformidade,
mostrando do régio planto seus temas…

E escrevo como quem respira, do ar a fresca brisa,
em reais exaltações, que à alma se dão,
e à poesia, verticalmente coerente, junto-lhe a divisa,
que ao poeta pertence, em toda a sua extensão.

Nascituros poemas, que à terra, eu dou a semear,
em raiz se tornarão, às plantas por nascer,
que as minhas mãos, no chão, irão então lavrar,
os frutos, porque todos anseiam poder ler.

Fiz-me poeta, do mais alto de mim, inaudita embriaguez,
que solta a rima, e a faz, no todo, destemida,
sem véus pueris, nem estados de uma cerrada viuvez,
porque para mim, poesia, é toda esta minha vida.

Jorge Humberto
16/07/11

TIVESSE EU TEU AMOR

Tivesse eu, ao meu dispor, tua presença,
e de anelos me disporia, ante ti,
como se fosse uma qualquer sentença,
sem grilhetas, que nos omitisse assim.

Tivesse eu, o poder de te chamar a mim,
quando o desassossego me atraiçoa,
tranquilidade viveria, diante de ti,
como o meu amor, que a ti se afeiçoa.

Tivesse eu, a tua eterna e terna companhia,
com desvelo e douto respeito,
às coisas belas da vida te mostraria,
tudo o que dentro vai, no meu peito.

Tivesse eu, o condão e a lauta sabedoria,
de te trazer para o meu pequeno mundo,
de lindas flores te encheria e de alegria,
e tornaria nosso amor mais fecundo.

Tivesse eu, teus olhos nos meus olhos,
e o teu sorriso adjacente a mim,
lindos ramalhetes teceria, aos molhos,
e mil sóis reluzentes, te daria a ti.

Mas agora sou metade de mim e desfaleço,
em ardentes desejos de te ter,
que de teu amor eu jamais esqueço,
só de mim, vivo a me entristecer.

Jorge Humberto
15/07/11

QUE NOS ASSISTA O AMOR

Deixo que a emoção tome conta de mim,
abro o coração ao teu dileto amor,
e desfrutando ao fundo, o secreto jardim,
chamo-te, ao meu distinto clamor.

Que me vejas, com o sol a te refulgir,
como aquele que por ti atração
não omite, em versos, que a reluzir,
te dizem da minha terna afeição.

E sejas pra mim a mulher que desejo,
humilde, altruísta e carinhosa,
com a força de um bravo ensejo,
que vingará, como na terra uma linda rosa.

Por ti minha vida te darei, sem recusas,
pois tu és tudo aquilo que sonhei,
sem contra pretextos nem falsas escusas,
que ao teu amor nunca recusei.

Espero-te, tranquilo, pela tua companhia,
embora de ti esteja apartado,
mas breve nascerá em nós, um novo dia,
em que verás, que de ti sou apaixonado.

E aí semearemos o apego, que nos assiste,
já que fomos feitos para sermos em nós,
o transcendente amor, que inda resiste,
às mil desventuras, de uma silenciosa voz.

Jorge Humberto
15/07/11

AMOR DE UMA VIDA INTEIRA

Meu amor, mais sublime, não te apartes de mim,
ouve o teu coração e tende discreta piedade,
pois como uma flor, sozinha, sem o seu jardim,
assim sou eu, vivendo somente para esta saudade.

Não me deixes agora, que dias felizes hão-de vir,
em que o amor achará o lugar agora perdido,
e em que nós, enamorados, voltaremos a sorrir,
que sem ti eu sou pouco mais que nada, indevido.

De teu calor e de tua harmonia de muito careço,
teu belo sorriso é para mim um bálsamo purificante,
de ti, o teu excelso rosto – belo –, eu não esqueço,
faz-me sentir vivo, como a qualquer coisa edificante.

És a minha musa, a minha amada, a quem pertenço,
desde o primeiro dia, em que tivemos conhecimento
um do outro, e por ti são os dias, em que me venço,
tendo comigo o teu amor, e todo o teu procedimento.

Afastaremos o mar escarpado, e, de novo, nos doaremos,
pois este nosso amor é imensíssimo, e não tem fim,
nasceu da beleza, e a beleza dele, é o que nós temos,
para vivermos em paz e concórdia, numa gratidão assim.

Jorge Humberto
13/07/11

GRITO!

Neste quarto escuro, é que está o meu desassossego,
nem o sol lá fora, reluzindo, me dá qualquer esperança,
minha alma está presa à vil mordaça, escasseia o apego,
sinto-me só nesta luta, onde não há um riso de uma criança.

Dias flamejantes, não entram mais pela minha janela,
escuto os pardais e não os oiço, não sei mais o que deva fazer,
para contrariar os choros dos meus – leve bambinela,
ondulando ao vento, suavemente, não querendo esmorecer.

Os meus dias, fartos e cansados, anseiam por melhorias,
e não tendo outra solução, tenho de ser exemplarmente forte,
perante este peleja, que assombra, de má sorte, meus dias –
uma faca sem gume, que não se apresta ao fatídico corte.

Tempo para mim não o tenho, apenas uns instantes pra escrever,
e meu amor, que anseia pela minha presença, desespera,
enquanto, no quarto ao lado, meu pai não vive, dá-se a fenecer,
sem que uma enfermidade se descubra – faz-se longa a espera.

E, se por vezes, eu esmoreço, logo de mim me levanto,
para acompanhar a saúde dos que me deram o ser, que hoje eu sou,
e versejo poemas de beleza e de amor, como num canto,
para que assim, não morra em mim, o que se me aprestou.

Oh, mundo, que tanto amo, olha para mim e, por favor, te condói,
este teu filho, em toda a sua humildade, é a ti que te suplica,
que tragas saúde para os meus (que de vê-los assim tanto me dói),
e para mim a paz tão almejada, que esta dor não se explica.

Jorge Humberto
13/07/11

quarta-feira, 13 de julho de 2011


VIVE PARA O PRESENTE

No hoje o ontem é já passado,
assim há que viver no presente,
sem nostalgia alguma nem enfado,
que o agora é proeminente.

Temos de pôr, cada um de nós,
o melhor que saibamos fazer,
viver do passado, é estarmos sós,
e a tudo aqui faz retroceder.

Em cada dia, desnudar nosso passo,
livres caminhantes a alvitrar,
novos caminhos, a compasso,
para as novas vidas libertar.

O presente nunca é ausente,
vive no dia-a-dia, no agora e já,
e se tomarmos pulso pungente,
o futuro nos assegurará.

Do sentimentalismo vem a dor,
impiedosa e demais cruel,
que saibamos nós contrapor,
do melancólico o rude e vil fel.

Contra o focinho da palavra,
saibamos construir a sociedade,
novas gerações que a terra lavra,
do presente o fruto liberdade.

Não caiamos na triste omissão,
de não vivermos para o hoje,
que o pretérito é falsa ilusão,
que nunca nos há-de levar longe.


Jorge Humberto
12/07/11

AMOR MAIS QUE PERFEITO

Passo o dia a sonhar contigo,
passo o dia a pensar em ti,
mulher amada, és o meu abrigo,
sem ti, que seria de mim.

Teu rosto sereno me sossega,
tuas mãos me acarinham,
quando eu saio da refrega,
nos dias falhos, que me adivinham.

És a minha luz, que me alumia,
nos dias tristes e de saudade,
por não ter tua companhia,
para a minha eterna felicidade.

Teus passos me abrem o caminho,
se a escuridão teima em ficar,
e por te amar, não sou sozinho,
que esta sorte hei-de erradicar.

Sou tão feliz contigo, amor,
quais os pássaros que voam livres,
tens cheiro de linda flor,
de mim, peço-te, não te prives.

Na lembrança estás presente,
neste coração que não se desune,
serei pra sempre teu oferente,
doando-te os laços que nos une.

E seremos uma só pessoa,
ressalvando a nossa fidelidade,
juntos, em nós nada destoa,
somos a perfeita humildade.

E quando tu me sorris, enfim,
e me dás toda a graça de uma mulher,
eu perco-me de amores por ti,
pois tu, amor, não és uma qualquer.

Jorge Humberto
12/07/11

terça-feira, 12 de julho de 2011


À MORTE DE MEU PASSARINHO

Meu passarinho, que de encanto
tomavas minhas noites e dias,
já não ouço mais teu alegre canto,
o que tu com amor tão bem fazias.

Eras a minha emoção, terna alegria,
ver-te voar sempre foi minha surpresa,
e nem uma nota de teu cantar tremia,
quando ao sol cantavas com destreza.

E se me vias, buscavas uma sementinha,
para me ofertar com teu carinho,
eras tudo nessa tua pequena vidinha,
agora que não te vejo, sinto-me sozinho.

Lembro-me de como eras um passarinho
cheio de vida, na tua tenra idade,
e de quando trémulo saíste do ninho,
para a minha mais completa felicidade.

Ver-te alisar as penas com sagacidade,
àquilo que tu tão bem cuidavas,
peito cheio, gozando de liberdade,
meu alegre ser arrebatavas.

Mas agora, que com saudades partiste,
assassinado por um voraz ladrão,
a tua ida prematura, deixa-me triste,
neste choroso e incrédulo coração.

Jorge Humberto
10/07/11


CONTIGO… AMOR

Nos meus devaneios, tu me trazes a paz,
para seguir meus dias sem altercações,
estando contigo, ainda que em lembrança,
nascem jardins, com todas as suas florações.

És tu que me dás a vida e muita esperança,
de que um dia a lonjura se faça perto,
e juntos estaremos, do outro lado do mar,
e com sorrisos faremos o que é mais certo.

Penso em ti noite e dia, até quando me deito,
guias os meus passos desastrosos,
e na escuridão tu és a luz que me alumia,
fazendo meus indómitos caminhos mais airosos.

Teu rosto sereno a mim me sossega,
e eu escrevo-te, dos poemas, o amor que te devo,
corre suave a pena, lembrando teus olhos,
e em ternura e emoção, de ti meu enlevo.

Te sonho, pleno de liberdade e satisfação,
e caminhamos juntos de mãos dadas,
até à praia imensa, com suas conchas e búzios,
como se vivêssemos um conto de fadas.

Jorge Humberto
11/07/11

MINHA POESIA VAI PELO MUNDO

Tenho, na alma, toda esta minha poesia,
que todos os dias desenvolvo, resoluto,
nada me traz uma maior e fecunda alegria,
que escrever para os amigos – absoluto.

Deles são meus versos, nascituros poemas,
que partem de mim para eles e o mundo,
e eu fico-me com a sua consciência e fonemas,
que atravessam o mar e a terra, lá de seu fundo.

Escrevo como quem faz amor e se completa,
nada é feito ao acaso, prenhe é meu coração,
que com o pensamento e a alma, detecta
o que vai dentro de mim, e sai em borbotão.

São poemas livres, sem seguir quaisquer regras,
assim como o homem deveria de ser,
sem andar no mundo, subserviente e às cegas,
tudo por causa do dinheiro e sede de poder.

De tudo escrevo um pouco, com entusiasmo,
e cada palavra tem de ter um lauto sentido,
expulsado o decorrente e voraz marasmo,
o poema livre, sai sempre, como pretendido.

Aos amigos, que me comentam e divulgam,
honra se faz à minha pessoa, e agradecendo,
a emoção se concretiza, mais do que julgam,
e poema a poema, deles ganho o que pretendo.

A felicidade ao lerem uma poesia minha,
com o coração aberto à singeleza e à novidade,
que todo o verso, retirada a grainha,
dá gosto à uva, cultivada com mãos de humildade.

Jorge Humberto
11/07/11

CANTO À BRISA

Bate leve, levemente nos cortinados,
uma suave brisa, tecendo bordados
nas cortinas ao léu, bailando na janela,
como flâmulas, esvoaçando com ela.

Nas árvores se deita e às flores o clamor,
agitando suas pétalas em breve fervor,
mostrando de ambas o seu inverso,
como num lindo poema, todo em verso.

Brisa esta que vem desde lá do rio,
e os barcos ancorados, como num calafrio,
dão-se à ligeireza do parco movimento,
que os leva pelas águas adentro.

Mariposas coloridas, dançam na brisa,
encetando pequeno esforço, indo de divisa
em divisa, até alcançarem o infinito,
em suas asas de seda, sem grande atrito.

Da minha janela, pró fora, dou-me à distinta,
cabelos ao ar, pela aragem constrita,
e meus olhos, que são dados ao horizonte,
lacrimejam, no cimo daquele monte.

Passeiam-se pessoas, ao vento brando,
da brisa presente vão-se namorando,
os noivos e apaixonados, dando as mãos,
com gestos requintados de cortesãos.

Bate leve, levemente a brisa aos amores,
e nos jardins engalanados de belas flores,
vou com elas, até à minha amada,
que me espera de nardos enfeitada.

Jorge Humberto
10/07/11

domingo, 10 de julho de 2011


AMANTES COMO NÓS


Amor, que me pensas, a todo o instante,
garbosas são tuas palavras, que me diriges,
e meu coração fica todo palpitante,
com tudo aquilo, que a mim me cinges.

Nosso amor não tem aqui nem algures igual,
somos um só, convivendo em alegria,
de música nos envolvemos, enorme manancial,
e o que nos cerca, se transforma em magia.

Nos mares imensos, sumptuosos nos buscamos,
que da saudade, venha pronta a esperança,
e que tudo aquilo que nós sempre intentamos,
não seja uma vaga e inerte desesperança.

Nos reconhecemos, ambos, em franca harmonia,
e os silêncios são de um mútuo respeito,
longo é o abraço o que nos a nós atavia,
enlaçados um no outro, peito contra o peito.

Como dois enamorados, estamos sempre perto,
coleccionando palavras de amor e de emoção,
e o que nos enfatiza, está mais do que certo,
está no mais profundo de nós, e vem do coração.

Jorge Humberto
09/07/11





UM POUCO DE MEU


Meu ser desastroso e inofensivo,
vagueia por este meu quarto vazio,
sem um gesto rude ou ofensivo,
mesmo quando vem de lá o frio.

Severo narro-me, à beira mágoa,
o esquecimento é uma realidade,
tenho meus olhos rasos de água,
por, no mundo, ver tanta inverdade.

Inerme caminho, a par de minha poesia,
dão-me as flores, dos jardins cativos,
toda esta imensa e palpável alegria,
quando os momentos são mais precisos.

E vejo as crianças brincando no campo,
da minha janela, para o fora,
e deveras triste sinto-me, enquanto
elas se resolvem, e seu séquito, ir embora.

Sozinho, na mente me vem à lembrança,
quando da infância me parecia com elas,
e uma ligeira e prometedora esperança,
embala nos cortinados e nas bambinelas.

Humildemente assumo a emoção,
que esta vida me traz bem devagarinho,
e na alma, no pensamento e no coração,
porventura já não me sinto tão sozinho.

Por isso escrevo com toda a fidelidade,
a quem sou eu e ao que me é mostrado ver,
sou um todo de um pouco de ingenuidade,
que busca alegria das coisas belas, a acontecer.

Jorge Humberto
09/07/11

DE TEU AMOR SOU CATIVO

Meu amor, que me tens cativo,
e que me cercas de louvores tais,
tuas palavras dão-me incentivo,
para que enfrente os vendavais.

Sem ti seria pouco mais que nada,
ser recluso, de seu próprio ser,
sem ter golpe de asa nem espada,
que me levasse a ver o amanhecer.

Em cada palavra tua um sol renasce,
nos teus e nos meus olhos incide,
e da minha mão há um rio que nasce,
e vai para o mar, que tudo decide.

Os teus gestos férteis e generosos,
dão-me o alento que vêm co o amor,
nos meus caminhos mais temerosos,
desnudo os medos e qualquer dor.

Mulher e amante cheia de graça,
são teus lábios a minha perdição,
são eles, e não outros, tudo que faça,
de meus poemas o terno coração.

Minha musa amada, teu esplendor,
é como os lindos jardins a florescer,
pois é neles que deixo todo o amor,
que te tenho, em cada alvorecer.

E assim prossigo este meu caminho,
contigo de mãos dadas, par a par,
amo, escrevo, e avante é que sigo,
por ti, meu amor, este meu amar.

Jorge Humberto
08/07/11

VERSOS FELIZES

Nas minhas noites de escuridão,
não deixo que a alma me oprima,
e na boca fica-me a sensação,
de uma refinada auto-estima.

Mesmo em desalinho comigo,
com os céus em contradição,
busco, por pensar, um amigo,
que encha de ternura meu coração.

No quarto obscuro me passeio,
entre cerâmicas e poemas,
e pelos caminhos dos livros que leio,
encontro formosos fonemas.

E sou feliz, mesmo estando triste,
por casualidades da vida,
e ergo o meu punho em riste,
parecendo que estou de partida.

Jogo meu peito de encontro à porta,
me estímulo entre versos,
e quando vem de lá a dita retorta,
expulso de pronto os meus inversos.

Sou inteiro e a verdade anda comigo,
em cada poema a amizade,
que descrevo, dos amigos, para consigo,
que de gestos, trazem-me felicidade.

Assim a minha musa encantadora,
que me presenteia com seu amor,
e no alto céu o sol doura,
com a poesia aqui a não contrapor.

Desta vida, que desceu até mim,
me fiz poeta e amante,
cada vez, amor, que me lembro de ti,
tudo pulsa, como se uma bola saltitante.

E meu ser extremamente contente,
adormece sem contradições,
sonho sonhos, que são de toda a gente,
pois sou eu que guardo suas ilusões.

Jorge Humberto
08/07/11

CERCA-TE DE AMOR E DE ALEGRIA

Minha amada, que triste caminhas,
desesperançada do amor, que te quer bem,
e que teces a tua vida de cruas linhas,
crê em ti completamente, pois tu és alguém.

Que esse amar distante, se faça presente,
de palavras distintas, que me dês a ouvir,
pois ainda que em desalinho, eu sou o que sente
as tuas dores, e te acalmo, no teu carpir.

Sente as fragrâncias das flores, descansando no jardim,
vê como são belas, frágeis e coloridas…
ao sol se entregando, apaixonado jasmim,
procura poiso certo, em tuas mãos amigas.

Escuta, ternamente, o sorriso de uma criança,
que brinca na rua, na sua macia infância…
e cumprimenta-a, pois ela se chama esperança,
e não nutre descaso nem ganância.

Olha os frutos, que nas árvores se mostram frondosos,
vê como eles ruborescem no cimo de si…
nesta vida de luta, temos de ser teimosos,
para que a alegria, se acerque de ti.

E assim, na madrugada viçosa, de tua vida,
de belezas tais te cerques, e sê só tu própria…
teus olhos, à tristeza, que te é indevida,
hão-de afastar das nuvens, o negrume, sua cor imprópria.

Jorge Humberto
07/07/11

DE MEUS DIAS FELIZES


Precedem os dias, dos meus dias felizes,
uns aos outros existem sem cicatrizes…
e meu ser apaixonado e determinado dá-se à beleza,
com que este mundo se fez, instruindo a natureza.

Nos campos, de minha imensa ternura,
florescem as flores e a tenra verdura…
e os animais, vários, no rio matam a sedenta sede,
entre nuvens que se enlaçam, como se de uma rede.

Árvores gigantescas, bêbadas de céu, crescem,
nos meus olhos avindos, e as sombras fenecem…
são flores e plantas, a aligeirar a paisagem,
que a meu ser cuidadoso, pedem a devida passagem.
Embrenhado nesta caminhada, nem sinto da manhã o frio,
corre harmoniosamente, um caudaloso rio…
e eu vou buscar às águas, a estremecer,
as cores libidinosas, que às águas dão embelecer.

E um sibilo, se faz ouvir, dos pássaros as canções,
tecendo lindas sinfonias, chamando a si as atenções…
que pela resposta das fêmeas enamoradas,
num canto alegre e chamativo, anseiam ser encontradas.

A tudo escuto, deleitando-me de pequenas delicias,
assumindo a natureza, como quando de suas primícias…
e caminhando caminhos de outrora,
vejo-me e revejo-me, harmonizado no aqui e agora.

Jorge HUmberto
06/07/11

DE AMOR SÃO MEUS DIAS

De esperança são feitos os meus parcos dias,
de te abraçar, quando à porta tu me ouvias…
e numa comunhão profunda, te enalteço,
que de tuas lindas qualidades, eu não esqueço.

Minha musa amada, que os meus versos cinges,
de comentá-los, ao teu gesto, não finges…
ondas do mar, que enrolam na areia,
trazem-me aos ouvidos, o belo canto de uma sereia.

Sublime tu és, quando no alto céu brilha o sol,
e nas paredes de tua casa, apenas e só um girassol…
que de nobreza é feito o teu indómito ser,
como as flores de um jardim, continuando a crescer.

E nas manhãs, vestindo orvalho, vejo o teu rosto,
de pele suave e reluzente, doce que nem mosto…
cisnes que no lago se vão enamorando,
uns aos outros, nadando, se estão procurando.

De orquídeas e de seda, translúcida, te visto,
e caminhando para mim, languidamente, eu insisto…
e ao longe as praias, recebem a maré,
trazendo galgos de espuma, algas, da orla o rodapé.

E neste nosso silêncio, que se deve ao respeito,
acolho-te, febril e ansioso, no meu peito…
douram as dunas, do sol o estertor,
e eu, caminhando pra ti, vou ao encontro do teu amor.

Jorge Humberto
06/07/11

PALPITANTE CORAÇÃO

Minha felicidade, é todo este meu ser,
magnificente, e que se enobrece com a beleza…
me embrenho pelas brumas da natureza,
e deixo que a vida se proponha acontecer.

Em naus de outrora, descortino-me navegante,
e vou pelos mares nunca dantes navegados…
e caminhando pelos campos sossegados,
vejo livres animais, correndo empolgadamente.

Hieráticas florestas, hirtas, ao céu se elevam,
deixando-me uma leve impressão, nos olhos…
jardins de açucenas e nardos aos molhos,
cobrem as ruas, que as cidades, pelos caminhos levam.

Sereno, um pequeno rio, corre para a sua foz,
deslizando barcos, pelas suas águas…
às árvores, foram buscar madeira e tábuas…
e descansam os pássaros, que cantam para nós.

Passeiam-se pessoas, demonstrando alegria,
vão de mãos dadas os enamorados…
e sol da manhã, emite matizes encarnados,
que se desvanecem, qual subindo vai o dia.

E um canário, dependurado na janela,
com flâmula, executa melodias, nunca antes ouvidas…
e o céu entrecortado, de nuvens perdidas,
espelha-se nas ondas… ao ar uma bambinela.

E meu ser radiante, não esconde a satisfação,
da perfeição, que aqui, me é dada a ver…
de sons e cores e sinfonias, é este imenso prazer,
que debrua e enaltece, o meu palpitante coração.

Jorge Humberto
05/07/11

segunda-feira, 4 de julho de 2011


BUSCANDO A FELICIDADE


Embora triste, meu ser em desalinho,
busca na beleza das coisas o caminho,
que me faça nortear até à felicidade,
procurando sempre a modesta humildade.

De sonhos chamo a mim a concreta realidade,
narrando-me com toda a simplicidade,
de quem escreve pedaços de alegria,
em versos rimados, com toques de magia.

Me engalano de suspensos e lindos jardins,
plenos de cores e de aromas e afins,
e busco neles a esperança de uma vida,
que, por não me achar, se encontra dividida.

Ao longe o rio corre sereno para a sua foz,
em águas mansas, sem correntes nem algoz,
e eu, da minha janela, me realizo,
em golpes de asas, num movimento preciso.

Jorge Humberto
04/07/11

COMO SE FORA TEUS OLHOS O IMENSO MAR

Como se fora teus olhos, o imenso mar,
e os lábios, cor de carmim, lindas flores,
de ti, meu amor, e só por ti, te iria cuidar,
pintando um arco-íris de mil e uma cores.

Como se fora teu rosto, o céu que vejo,
e o teu cabelo, as ondas a murmurejar,
nele me debruçaria, num eterno beijo,
como se fora aqui o primeiro a se debruar.

Como se fora a tua pele, feita de algodão,
e os teus firmes seios, colinas a admirar,
entregar-me-ia com todo o meu coração,
em nobre sentimento, para te enamorar.

Como se fora aqui a tua trigueira mão,
esbelta e fina, e à doce carícia, se entregar,
em boa verdade, não te saberia dizer não,
quando com amor ela me viesse acariciar.

Como se fora aqui o que só o amor entende,
nestes versos que te deixo a te alindar,
como se fora um terno jardim que se defende,
do intenso sol, que alto vai a se brilhar,

Ter-te-ia a meu lado para o resto da vida,
como se fora aqui o caminho a se realizar.
E assim amor, a lonjura, que se faz devida,
tornar-se-ia mais certa, de se concretizar.

Jorge Humberto
04/07/11

domingo, 3 de julho de 2011



AS PRIMÍCIAS DA AMIZADE


Sê o primeiro, a estender tua mão,
a quem por ti passa desmedido,
fala-lhe com a voz do teu coração,
só assim serás por ele reconhecido.

O teu gentil gesto, assim oferecido,
terá do outro a mais devida recepção,
se assim não for, não te sintas ofendido,
releva e presta-lhe grata educação.

Se estás feliz, mostra-o aos demais,
compartindo a tua graça e atenção,
e sê para todos, homens e animais,
a mais perfeita compreensão.

Em cada homem um terno amigo,
que tu vais sugerir tua presença,
que da humildade que está contigo,
sairá a maior e mais pura sentença.

A de que deves conviver em harmonia,
com simplicidade e cumplicidade,
fazendo dos outros o sol do teu dia,
tendo na boca a mais rígida verdade.

Traz nos teus olhos a lucidez da luz,
para saberes distinguir o bem do mal,
sê só aquilo que ao mundo reluz,
para que te reconheçam como tal.

Saibas diferenciar as más influências,
que por onde quer que olhemos existe,
e que caiba em ti a douta complacência,
dos maus frutos, generoso, persiste.

Não te omitas nunca perante ninguém,
nem a falar digas meias verdades,
que para seres nesta vida alguém,
os outros não te achem atitudes cobardes.

E assim, nas pregas, desta vida,
para as pessoas vais ser quem tu és,
sem falsos jardins nem intriga,
que possam mais tarde sofrer revés.

Jorge Humberto
03/07/11


AMOR DE MINHA VIDA
(para Nanci Laurino)

Por tanto te amar não te quero perder,
deste-me a vida, há muito perdida,
fizeste de mim um perpétuo prazer,
de estar contigo, nesta nossa lida.

Mulher amada de semblante sensível,
tua humildade e generosidade enobrece,
e desde aí tudo se tornou mais aprazível,
como este amor, que não esquece.

Penso-te a todo o momento, noite e dia,
vislumbro teu rosto a mim encantador,
e fico deslumbrado com esta magia,
que é o amar-te e ter-te tanto louvor.

Senhora, de meus sonhos mais felizes,
tua beleza faz inveja às lindas rosas,
e o sol quando em ti incide, tem matizes
de cores perfeitas, que eu canto em prosa.

Amiga de seu amigo, a todos conquistas,
com a tua simplicidade e amizade,
recatada e dedicada, não dás nas vistas,
sempre assumes co os outros cumplicidade.

Poetisa, dos versos de todos os mais puros,
és pra mim o desejo tornado realidade,
desgosta-te os seres inócuos e impuros,
porém gentil tu és, com toda a fidelidade.

Que a tristeza nunca te invada, meu amor,
e sempre um sorriso como o teu – lindo,
se faça presente, em todo o seu clamor,
só assim pelos caminhos eu vou seguindo.

Jorge Humberto
03/07/11

SEVERO NARRO MINHA INCONSTÂNCIA


Severo narro minha inconstância,
dou-me à sorte que me é dada,
os dias correm sem importância,
sem um golpe de asa ou espada.

Soergo-me desta minha latência,
num estado de alma emocional,
o que evidencia uma permanência,
é só a minha consciência afinal.

Tudo é sem graça nem disposição,
os dias correm por mim a dentro,
numa incoerente e vil insatisfação,
portas fechadas por onde não entro.

Espreitando a rua da minha janela,
tudo é vago e sem consequência,
e vivo a vida, encerrado numa cela,
despido de gestos ou de eloquência.

Jorge Humberto
02/07/11

MEUS PEDAÇOS

Em sombras de sombras me perdi,
falho de mim então me duvidei,
de mágoas e tristeza me esqueci,
do que fui um dia e não mais serei.

Sou um pedaço de outros tantos
pedaços, nas linhas com que me coso,
sou desassossego e demais prantos,
a luz se me perdeu, onde a mão pouso.

Essa mão que a escrever me é doída,
por tudo o que fui e não sou mais,
por sobre o ombro, cabeça pendida,
sou sentimento e desordens emocionais.

E nesta escuridão inflexível me vejo,
no espelho oblíquo, não me reconheço,
destituído de tudo, nada antevejo,
que me diga aqui, ao que pertenço.

Sou coisa dada ao nada, e nada influi,
que este meu ser, que é só pensamento,
arrelias me traz, e a si se conclui,
num completo e atroz alheamento.

Meus dias fastidiosos correm lentamente,
como que a lembrar minha reclusão,
só quando a noite vem, em seu poente,
se me depara laivos de discreta emoção.

Então me narro e enfim me disponho,
ao amor que infunde minha alma,
mas breve, breve me contraponho,
porque me falta aqui a douta calma.

E assim sozinho, incerto, sou eu a sós,
no quarto escuro, que me obscurece,
lembro sem esforço, quando éramos nós,
com tudo aquilo que não esquece.

Jorge Humberto
02/07/11

ENTREGA


Estou preso aos meus sentidos,
no pensamento é que me revejo,
e nos sonhos algures perdidos,
está o futuro, que não antevejo.

Das emoções ficam os lampejos,
de alguma coisa aqui a se prever,
e todos os meus anelos e desejos,
ao coração se deixam submeter.

Formulo ideias e dúcteis ideais,
construo mundos e sãs realidades,
embrenho-me nos tempos actuais,
pra que agilize as suas verdades.

De alma ligeira doo-me ao verso,
em palavras que são de alento,
neste mundo assaz controverso,
fugir não deixo, o ágil momento.

Vou por dentro de mim até ao fundo,
percorro caminhos conhecidos,
encontro-me a sós com o mundo,
e entrego-me a seres desconhecidos.

Quero conhecer suas considerações,
descobrir as suas ânsias e desejos,
na esperança que se abram corações,
na liberdade crua dos ensejos.

E no me pensar, pensando nos demais,
uma coerência se faz presente,
de que afinal somos todos iguais,
na afirmação do que é coerente.

E na exaltação de meu pensamento,
busco em cada um o pretexto,
que os leve a ter o inferido tempo,
que faça que não sejam só um contexto.

Jorge Humberto
01/07/11

AMO-TE ASSIM

Meu ser ausente e distante te entristece,
duvidas de meu amor e não me reconheces,
quem ama como eu te amo, nunca esquece,
quem dera que o teu carinho me desses.

Vivo fora de mim em constante consternação,
aos meus sou preciso constantemente,
é um dor doída, que faz mal ao meu coração,
por ver quem me gerou, a nada presente.

Da minha companhia ela há muito carece,
para lhe dar algum alento e muita esperança,
mas nesta casa a escuridão permanece,
e não se vê melhoras a quem a saúde não alcança.

Assim te sou distante, ao que ambos almejamos,
embora tua presença sempre esteja comigo,
se a vida agora não nos dá o que desejamos,
conserva-te irredutível, enquanto eu persigo.

Do amor que nutro por ti, fica-me a saudade,
de tempos passados, cheios de amor e de harmonia,
é um desespero, aquilo que me invade,
por não te ver nem te ter, no decorrer do dia.

Mas melhores dias virão e a alegria reinará,
por te ter de volta e aos meus, que agora padecem,
mulher e amor como o teu, jamais haverá,
meus olhos são para ti, que dos teus carecem.

Jorge Humberto
01/07/11

LIBERDADE PARA AS NOVAS GERAÇÕES


Meu ser recluso anseia pela liberdade,
contra as cadeias de ferro são meus versos,
quero abraçar amigos com solidariedade,
e desconstruir de maneira meus inversos.

De encontro o focinho da inclusa palavra,
a força do poema, para a repercutir,
anseios e devaneios que a nossa vida lavra,
quando a vontade se faz aqui ouvir.

Quero correr estradas, exaltando a minha voz,
pelos que não são livres e vivem em agonia,
todos juntos, meus amigos, nunca seremos sós,
e da clausura nascerão as asas da democracia.

Um novo mundo far-se-á, contrário às ilusões,
porque um novíssimo sonho sobrevirá,
onde não caberão os algozes nem as prisões,
e o homem liberto, em paz se encontrará.

Sairei então à rua, ao alto o meu pendão,
pelas gerações vindoiras que hão-de nascer,
e farei então poesias, apelando à exaltação,
dos bravos, que lutarão pelo que deve ser.

Jorge Humberto
30/06/11

O RENASCER DE NOSSO AMOR


Meu pensamento generoso te enobrece,
meu amor elevado ao mais alto de mim
em frondosos jardins, não te esquece,
tudo o que me dás e me fazes feliz assim.

Viajo estradas de sonho, para te encontrar,
junto à casa grande, onde tu resides,
fui descido a esta vida singular para te amar,
nos teus olhos de mel meus olhos incides.

Sei de cor o teu rosto, esbelto como não há,
conheço cada traço e o silêncio de tua voz,
no teu sorriso me perco – ele me achará,
onde a lonjura se faz, e somos enfim a sós.

Em cada poema que te faço, te enalteço,
visto-te de nardos e de lindos jasmins,
a mim me pertences e eu te pertenço,
com tudo o que trouxeres, amores e afins.

O que à sorte fomos buscar, nos é devido,
abraçados um ao outro, de tamanho encanto,
e sussurrando baixinho, ao teu ouvido,
direi do renascer de nosso amor, que é tanto.

Jorge Humberto
30/06/11

MULHER FEITICEIRA


És tão triste, como tudo que me entristece.
Vens de púrpura vestida, pelo teu caminho.
E danças à noite, teu ser que me enternece,
num círculo de fogo, com flores de azevinho.

Qual deusa, afastas os medos com um sacudir
de ombros, junto à praia, de nossos desejos.
Femíneo corpo, que as ondas verdes fazem carpir,
quando à água vais deixar teus nobres almejos.

Hierática senhora, de meus anelos mais secretos,
Dionísio desceu até ti. E tu, em plena exaltação,
entras em êxtase, apelando aos artifícios certos,
em mil arrebatadas danças, plenas de emoção.

E quando o cansaço vem e te sentes realizada,
o que era tristeza cai no olvido de teus passos.
Mulher feiticeira, por todos nós sempre amada,
hoje és alegria, engalanada de colares e de laços.

Jorge Humberto
29/06/11

MEU SER PRIMEIRO

Afastando todas as sombras e nevoeiros
que me entristecem, narro-me sem nostalgias,
dos passados ermos os dias primeiros,
em que o olvido se fez, imbuído de magias.

Na irreal realidade, entorpecendo o meu ser,
só a poesia me acompanhou, com serenidade,
e na luz ocasional da manhã, a rejuvenescer,
ficou-me da alma a voz, chamada à humildade.

Assim escrevo, de felicidade os altivos dias,
em que o verso não proscrito arreigou liberdade,
e trouxe-me indómito até às minhas cercanias,
onde o poema traz em si toda a verdade.

E onde sou eu solitário, brota uma expressão,
feita de luz e de cor, um barco que vai à sua sorte,
e o meu destino é escrever, talvez co o coração,
esperando tranquilo, mantendo o porte.

Jorge Humberto
29/06/11

FEMININA

Na orla suave, de teus olhos, poesia,
jardins encantados do mais belo prazer,
tudo o que é graça numa mulher,
murmurejar de ondas, a espairecer.

De sonhos, sonhados, uma brisa fresca,
corre pelo fio vermelho de teus lábios,
rosáceos como certas flores a florescer,
descritos em palavras, pelos sábios.

Morena tez, que de mil encantos, se veste,
como se um sol radiante a testemunhasse,
de carícias tais recebe o terno beijo,
como se este, pelo desejo, lá se perpetuasse.

Mar salgado, que enrola nos teus cabelos,
como se fosse a areia fina das praias,
a formar cadeias de ondas e de espuma,
caindo sobre os teus ombros de cambraia.

Nas tuas formas femininas, dulcíssimas,
cisnes brancos e asas de mariposas,
ramalhetes de flores, a ornamentar
teu caminhar, lembrando formosas rosas.

Jorge Humberto
28/06/11

MANHÃ DISSOLVENTE

Nesta manhã dissolvente,
o sol brilha alto no céu,
e eu fico todo contente,
com tudo o que é de meu.

Nuvens no todo dispersas,
formam figuras decorativas,
e as folhas das árvores inversas,
são ao nosso olhar apelativas.

Cantam as aves a bom cantar,
músicas que são só minhas,
e eu fico-me a enamorar,
as flores garridas das vinhas.

O rio corre tão suavemente,
que dá a ideia de estar parado,
e o barco na parca corrente,
parece que é doutrinado.

Pelas sábias mãos do pescador,
lá vai ele até à sua douta foz,
não mostra cansaço nem dor,
é de todos e é também de nós.

E eu limito-me a absorver tudo,
os jardins, as aves e o rio,
e aqui me encontro mudo,
como se preso por um fio.

Da minha janela para o fora,
há todo um mundo de belezas,
quem dera fosse aqui e agora,
todas as minhas certezas.

Jorge Humberto
28/06/11

CONSELHOS PARA TI

Não desanimes nem te entregues, ao primeiro «não»,
sê elevado e persistente, para que te saibam aqui,
a tua vida, com ânimos e desânimos, está na tua mão,
luta contra todas as contrariedades, para que saibas de ti.

O mundo não é cor-de-rosa, por vezes mostra seu senão,
e as pessoas são sempre uma inconstante, de tão falíveis,
por isso não percas nunca, mas nunca tua real razão,
quando enfrentas os outros, de palavras nada imiscíveis.

Assim teu gesto pode ser confrontado, com lucidez e respeito,
e entre ti e os demais, cria-se um belíssimo ambiente,
se o que deres, por tua própria iniciativa, te saia do peito,
e a resposta das pessoas, seja por demais evidente.

Vais pôr em cada coisa, real ou ilusório, só o melhor de ti,
não te oprimas se a ilusão, ela própria se intrometer,
com ciência e sabedoria, saberás discernir, o que não cabe aqui,
o que só te compete a ti, sem menores dúvidas, saber.

Para cada um, serás generoso, amável e não personalizado,
pois as amizades se fazem no repartir de nossas vidas,
não são nunca individualizadas, requerem o outro lado,
o que somos e não somos, com nossas vozes a serem ouvidas.

Entrega-te sem pudor, aos teus mais acérrimos amigos,
e abre portas, para que outros possam entrar no teu mundo,
se a resposta aos teus intentos for «não», não cries inimigos,
que teu ser exaltado e perseverante, não é infecundo.

Assim serás feliz, conquanto, às vezes, os outros o neguem,
porque eles mesmos não se conhecem a profundo,
e os mares, que não dominas, eles sempre adiante seguem,
assim a tua vida, que questionas, bem lá do teu fundo.

Jorge Humberto
27/06/11

AOS AMIGOS QUE SE ACHAM DOENTES


É muito triste ver nossos amigos doentes,
sem saber o que fazer, sentindo-se reclusos
em seus debilitados corpos, plangentes,
como se fossem de entre si intrusos.

A minha angústia se sobreleva neste instante,
e elevo meu pensamento ao Universo,
pedindo humildemente, que essa constante,
não seja o reverso inaudível do verso.

Querendo saber deles lhes escrevo, para que saiba
como se encontram e para lhes dar disposição,
talvez a sua dor infecunda aqui não caiba,
e se esconda no angustiado coração.

Mas tento incutir-lhes esperança, de sã amizade,
em conversa de amigos, que se querem bem,
tentando assim combater a debilidade,
com palavras de força e de coragem, desde aquém.

Quando me respondem à minha doída aflição,
querendo que suas enfermidades desapareçam,
é um prazer renovado, ilustre doação,
para que uns dos outros, não se esqueçam.

Não os querendo sozinhos, com suas dores,
falo com eles e o ânimo mais real exalto,
esperando que readquiram as suas saudáveis cores,
e vida possam fazer, desde si ao mais alto.

E em cada troca de mensagens, um novo dia
ganha alento, para que a cura se faça persistente,
porque os meus amigos são a minha alegria,
minha sanidade e exaltação eminente.

Jorge Humberto
27/06/11

LIBERTA-TE E AGE

Se queres sentir-te realizado, sê só tu,
com todos os teus defeitos e qualidades,
a quem é feliz, não vem mal nenhum,
com todas as suas constantes frontalidades.

Não te sintas prisioneiro de ti mesmo,
liberta-te e age, para com os demais,
verás que levarás a tua liberdade a esmo,
porque os outros são teus iguais.

Atingida a tua meta, não te deslumbres
em demasia, para não ferir a paisagem,
continua a tua jornada, com vislumbres
de novos sonhos alcançar, na tua viagem.

Por tudo isso, o sonho deve prosseguir,
para se chegar à felicidade tão almejada,
e tu vais pôr em cada teu cumprir,
o que tu és, flor que por todos é desejada.

Cumpre com os outros, as tuas obrigações,
doa-te de livre vontade, ao mundo,
e serás fruto para vindoiras gerações,
que tornarão nosso planeta mais fecundo.

E assim te mostrarás a todos radiante,
pois és a verdade, de tua gentil personalidade,
ser quem és, para os demais, é contagiante,
porque não te coíbes, de tua realidade.

Jorge Humberto
26/06/11